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A revolta do carrinho de compra

Saif El Islam Khadafi

E agora é a vez da Líbia.

Nem é possível avançar com números acerca das vitimas mortais: mais de 200 só na cidade de Bengasi, a segunda do País.

Parlamento em chamas (não é uma grande perda), vozes falam de Khadafi na Venezuela, mas Caracas desmente.

O filho do ditador em televisão avisa: há perigo de guerra civil.

Alguém deveria avisar o rapaz: a Líbia já explodiu.

O centro comercial 

Entretanto, fora da África do Norte há quem tente explicar o que se passa.

Não é o caso de Portugal, que está a borrifar-se pelas centenas de mortos, mas que fica com ansiedade quando se fala de Portugueses no estrangeiros:
Diário de Notícias:  “Retirada de portugueses C-130 aterra esta tarde na Líbia”
Expresso:  “C-130 vai recolher portugueses”
Diário i: “Portugal envia C-130 para retirar portugueses da Líbia. UE atenta”
 

Há também quem tente um ponto de vista menos provinciano: é o caso de Tony Cartalucci, de Global Research, com o artigo que segue:

Khadafi Senior

Em 2008, a Aliança dos Movimentos da Juventude (Alliance of Youth Movements) realizou a sua cimeira inaugural em Nova York.

A cimeira reuniu um conjunto diversificado de funcionários do Departamento de Estado, membros do Council on Foreign Relations, ex-funcionários do Serviço de Segurança Nacional, conselheiros da Segurança Nacional, além de uma série de representantes de corporações americanas e grandes organizações de mídia, incluindo a AT&T, Google, Facebook, NBC, ABC, CBS, CNN, MSNBC, e a MTV.[…]

Entre eles havia também um grupo pouco conhecido, do Egipto, chamado “Grupo 06 de Abril.” Reuniram-se com Mohamed El Baradei no aeroporto do Cairo em Fevereiro de 2010, e passou o resto do ano a realizar manifestações e protestos com o fim de derrubar governo do presidente egípcio Mubarak.

Os estatutos da Aliança dos Movimentos da Juventude diz que esta é uma organização sem fins lucrativos, cuja função é ajudar os activistas locais a aplicar as próprias capacidades e obter um impacto mais significativo no cenário mundial.

Se tudo isso, à primeira vista, pode parecer inofensivo e até positivo, quando olharmos mais atentamente para as pessoas envolvidas no “Movimentos.org”, descobrimos que este é um projecto com intenções tão prejudiciais que até é difícil acreditar.

Movimentos.org beneficia do apoio oficial do Departamento de Estado e da Columbia Law School. Entre as empresas que o patrocinam, existem Google, Pepsi e Omnicon Group, todos os membros do “globocratico” Council on Foreign Relations (CFR).

Patrocinador é também a CBS News, que aparece na lista das empresas que fazem parte da “globocratica” Chatham House.

Entre os outros patrocinadores há Facebook, YouTube, Meetup, Howcast, National Geographic, MSNBC, GenNextEdelman Public Relations.

Da equipa de Movimentos.org faz parte o co-fundador Jared Cohen, membro do CFR, director do Google Ideas e ex-membro do grupo de programação do Departamento de Estado, onde trabalhou sob a direcção de Condoleezza Rice e Hillary Clinton.

Fundador do Movimentos.org com Cohen é Jason Liebman de Howcast Media, que trabalha com aglomerados mega-corporativos como Procter & Gamble, Kodak, Staples, Ford, e com órgãos como o Departamento de Estado e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. […]

Trabalhou também quatro anos com Google, onde ele ajudou a construir parcerias com a Time Warner (CFR), News Corporation (FOXNews, CFR), Viacom, Warner Music, Sony Pictures, Reuters, The New York Times e o Washington Post Company.

O que é isso? Um centro comercial?
Conclui Cartalucci:

Movimentos.org é apenas um novo tentáculo cujo objectivo é manipular e destruir a soberania das nações estrangeiras.

E como afirmar o contrário?

Mas será que…?

Agora, algumas dúvidas.

Mas não será que, com uma América em graves dificuldades e um Europa em coma, alguém estará à procura de novos mercados?

Mas não será que abaixo da camada democrática teremos a criação de novas províncias do Império, muito mais parecidas com o original?

Mas não será este um novo passo para estandardizar uma área do mundo que pode contar já com algumas centenas de milhões de pessoas?

Fora os camelos, bem-vinda Ford?

O que? Não concordam?
Ok, desculpem.

Ipse dixit.

Fontes: Global ReserachDiário de Notícias, Expresso, Diário i