O Presidente da Polónia que morreu num incidente de avião na Rússia: podem encontrar os pormenores nestes artigos:
Acidente do Presidente polaco: o vídeo (16 de Abril de 2010);
Kaczynski: um caso complicado (01 de Maio de 2010);
mais algumas considerações da jornalista Jane Burgermeister em O caso não está fechado (05 de Maio de 2010).
Agora o inquérito de Moscovo acabou com as seguintes conclusões:
No relatório apresentado ao governo polaco afirma-se que “a eventual reacção negativa do principal passageiro” perante uma possível mudança de aeroporto “criou uma pressão psicológica sobre os tripulantes e influenciou a decisão com a aterragem, independentemente do clima.
Além disso, houve “deficiências significativas na formação da tripulação, na fase de elaboração do voo e na escolha dum aeroporto alternativo.”
O relatório continua com “a presença na cabine do comandante da aeronáutica militar e do chefe do protocolo”, presença que ajudou a criar pressão sobre os pilotos. No sangue do general da aviação, entre outros, foi encontrado álcool.
O relatório salienta que, em voo, a tripulação do Estado foi repetidamente informada da falta de condições adequadas para a aterragem em Smolensk Severny. “Mesmo assim” “a tripulação do Tu-154 não quis aterrar num aeroporto alternativo e esse foi o começo duma situação crítica durante o voo.”
Que fique claro: os acidentes de aviação acontecem e muito têm como causa erros humanos.
No entanto, aqui estamos perante um série de acontecimento esquisitos. E todos juntos.
Em primeiro lugar temos a “eventual reacção negativa do principal passageiro“. Eventual.
Isso significa que passámos dos alegados gritos do Presidente (primeiras versões) à uma “eventual” reacção negativa.
Uma mudança significativa.
Depois temos a presencia na cabine de duas outras figuras: o comandante da aeronáutica militar e o chefe do protocolo. Mas quantas pessoas cabem numa cabina dum avião? Não só, mas uma delas, o general, meio bêbedo ou bêbedo.
E, como se isso não fosse suficiente, os pilotos eram incapazes: “deficiências significativas na formação da tripulação“.
Incapazes e com tendências suicidas, pois decidiram arriscar a vida, apesar dos avisos.
Nada mais? Não foi avistado um Ufo? Porque excluir o choque com um Ufo, se calhar bêbedo?
É bom não esquecer que estamos a falar da tripulação escolhida para pilotar o avião do Presidente da República. Alem disso, pilotos habituados a enfrentar situações meteorológicas negativas, como nevoeiro, pois trata-se duma situação comum na Polónia também.
Como afirmado: acidente de avião acontecem; coincidências infelizes também; tripulações não preparadas também; militares bêbedos também.
Agora, tudo isso, junto, no mesmo avião que, por acaso, transportava o Presidente dum Estado…
Ipse dixit.
Fonte: Corriere della Sera