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A Velha Raposa

Ao ler Informação Incorrecta e outros blogues ou sites de informação alternativa, percebe-se que a presença de Israel é uma constante em muitos dos temas tratados.

A Terra de David é responsável por todos os males do planeta?

Claro que não. E já realçámos como seja fundamental distinguir entre o povo israelita e a própria classe dirigente, dois aspectos que não devem ser confundidos: seria como afirmar que todos os Brasileiros são como Lula, todos os Italianos como Berlusconi, todos os Franceses como Sarkosy.

Todavia não podemos esquecer dum “pormenor”: a classe dirigente de Israel representa o principal aliado dos Estados Unidos que, por enquanto, continuam a ser a principal potência mundial. Isso permite aos dirigentes de Tel Avive poder agir certos de não ter que pagar pelos crimes cometidos: a incapacidade da ONU em aprovar qualquer condenação mesmo perante os crimes mais aterradores é a melhor prova disso.

E os dirigentes israelitas desfrutam esta posição para atacar todos os que podem representar uma ameaça, real ou potencial.

Voltamos agora a falar de Wikileaks.
Como já afirmei, a suspeita de que toda esta “vaga” de “revelações” possa ter uma matriz israelita é forte (Wikileaks: toc toc, está alguém?). E agora temos outra opinião neste sentido.

Não é uma opinião qualquer, mas de Zbignew Brzezinski.
Para a maioria dos leitores este nome pode não dizer nada. Mas, na realidade, é um dos poucos homens que sabe o que se passa no mundo. O que realmente se passa. 

Atenção: Brzezinski não é um santo, aliás, a melhor definição seria uma palavra que não é educado publicar. Por isso não é possível aceitar de olhos fechados todas as suas afirmações. Mas uma coisa é certa: se Brzezinski falar, não é para dizer banalidades. 

Zbignew Brzezinski, entrevistado, reflecte:

Eu acho que as principais questões [relativas as revelações do WikiLeaks, NDT] não são as que ganharam os títulos dos jornais. Quem se importa se Berlusconi é descrito como um palhaço? Muitos italianos estão conscientes disso. Quem se importa se Putin é descrito como um cão alfa [cão dominante numa matilha, NDT]? Com toda a probabilidade não interessa nada.

A única coisa real é: quem está a alimentar WikiLeaks nesta história?

Estamos a receber uma grande quantidade de informações que, à primeira vista, parecem triviais, sem conexões, mas algumas coisas parecem estar surpreendentemente precisas

As referências bem orientadas para os líderes árabes poderiam ser dirigidas para minar a credibilidade política em pátria, por causa da divulgação ao público da hostilidade deles contra o Irão. Essa coisa podia, de facto, em pátria, jogar contra eles mesmos.

Em vez disso temos de perguntar se realmente WikiLeaks é manipulada por partes interessadas em criar dificuldades para as nossas [americanas, NDT] relações com outros governos, ou para prejudicar alguns governos, justamente porque as coisas que têm sido publicadas foram amplificadas e particularmente precisas.

E pergunto-me se, em essência, não estamos perante operações [inspiradas] a nível internacional pelos serviços de inteligência, que estão a encher WikiLeaks com coisas, vendo nisso como uma oportunidade única para constranger, pôr em dificuldades a nossa posição, mas também de prejudicar as nossas relações com certos governos.

Qual poderia ser o serviço secreto que visa, ao mesmo tempo, constranger o governo Obama e os líderes árabes?
Qual poderia ser o serviço secreto que pode ter amigos poderosos, e assim informados, de modo que seja possível para eles entrar na posse duma parte significativa dos arquivos do Departamento de Estado dos Estados Unidos?
Qual poderia ser o serviço secreto que nem Brzezinsky, nem ele, nomeia?

Ehhh…não é fácil responder. Vamos tentar por exclusão.
Serviços secretos da China, de Portugal…será Portugal? Não, Portugal não tem dinheiro para estas coisas e nesta altura a notícia já teria sido divulgada na “Casa dos Segredos”.
Brasil? Não, Dilma estava empenhada nas eleições.

Trinidad e Tobago? Serviços secretos da Mongólia? De Andorra? Acbasia?

A bem ver acho que só um serviço secreto tem as características citadas: o Mossad. Que, surpresa das surpresas, é a intelligence de Israel.

Assim, Brzezinski lembrou que muitos leaders árabes gostariam de ver os Estados Unidos ou Israel bombardear Teheran. Lembrou que a ideia está madura no Médio Oriente. E lembrou de que lado está ele.

Velha raposa. Ou melhor: palavra que não é educado publicar

Ipse dixit.

Fonte: PBSNewsHour