Autoesmola

…e aqui estamos outra vez. Com uma prenda: a fotografia dum talão!

De facto, eis o talão recebido após ter enchido o depósito de gasóleo no fim de semana, na vizinha Espanha:

Para já o preço: 1.681 Euro por litro. Como é que em Espanha conseguem vender os combustíveis mais baratos? Já sabemos: impostos. Isso não tem nada a ver com o preço praticado pelas petrolíferas, a maior fatia do que pagamos nas bombas acaba nos bolsos do Estado. Tudo bem, em frente.

Reparem no montante que aparece na linha Total: 79.45 Euros. Este é o dinheiro que eu deveria ter pago, tendo sido despejados 47.27 litros de sagrado líquido no deposito do carro. Todavia, paguei “apenas” 70.00 Euros (Importo restante). A razão? Encontra-se na linha Importe bonificación: 9.45 Euros, ou seja 20 cêntimos por litro é quanto o governo espanhol comparticipa sempre que alguém adquire um combustível, seja gasolina ou gasóleo.

Feitas as contas, os automobilistas espanhóis pagam o gasóleo 1.480 Euros por litro (o preço efetivamente pago, 70.00 Euros, dividido os litros adquiridos).

Comparação: na bomba Repsol (marca espanhola) de Almada, o gasóleo simples custa hoje 2.014 €/litro. O mais barato em Portugal pode ser encontrado em Vilar Formoso: 1.729 €/litro. Mas a bomba de Vilar Formoso fica a 2 quilómetros da fronteira com Espanha, pelo que é claro o joguinho: o baixam ou não vendem. No resto do País e difícil encontrar o gasóleo abaixo de 1.8-1.9 € (dados da Direcção Geral de Energia e Geologia).

A coisa simpática é que o Importe bonificación do governo espanhol não tem limites: é aplicado independentemente da quantidade de combustível adquirido, todas as vezes que for adquirido. Também em Portugal há um desconto, o chamado Autovoucher. Só que por aqui é obrigatório registar-se via internet no relativo portal, inserir o número de identificação fiscal, associar um cartão bancário, esperar um dia para a activação do serviço e dois dias após o abastecimento para obter o reembolso. E há um limite no desconto: uns “astronómicos” 20 Euros por mês.

Na vizinha Espanha nada disso é preciso: tudo é feito na altura do abastecimento, mesmo no caso de cidadãos estrangeiros (como é o meu caso) e, sobretudo, sem limite da comparticipação. Que é calculada com base nos preços “oficiais” de 1.681 €/litros em Espanha e de 1.8 – 2.0 €/litros aqui no burgo feliz…

 

Ipse dixit.

4 Replies to “Autoesmola”

  1. Para quem pode, é aproveitar enquanto durar… 30 de Junho… pode ser que estendam…
    Dava jeito para ir lá de férias.

    1. P.S. O Sanchez não é nem um pouco melhor do que o Costa…
      Mas por aquelas bandas sempre tiveram mais respeito pela sua economia.
      Fascistas assim ou “assado”, sempre haverá diferenças de carácter entre os “mordomos”.

  2. É incrível como aqui além do reduzido desconto o,conseguem complicar:
    “Autovoucher. Só que por aqui é obrigatório registar-se via internet no relativo portal, inserir o número de identificação fiscal, associar um cartão bancário, esperar um dia para a activação do serviço e dois dias após o abastecimento para obter o reembolso. E há um limite no desconto: uns “astronómicos” 20 Euros por mês.”

    Estive na semana antepassada no Alentejo e queriam meter gasolina em Reguengos de Monsaraz(25 km) porque está lá um intermarché, estava em Mourão, não tem sentido o desconto que aqui fizeram 5€ ou o que era quando ouvi num café em Mourão que em Vilanueva del Fresno havia desconto para qualquer um de 20€+ 5€ na Repsol a partir de cada 25€, a muito custo là fomos a’ “distante” vila espanhola uns 15km e abastecemos.
    Deu para a viagem 600 e tal quilómetros e para a semana seguinte e um pouco mais. Nem vou mencionar as botijas de gás que isso todos lá vão comprar.
    Bem o carro não era meu mas foi difícil convencer a passar uma fronteira invisível num local que falam casi igual que cá, mas depois ao menos agradeceram.

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