O Dólar devora o Euro. E não só.

Pssssst! Peço desculpa pela reduzida actividade tanto aqui no blog quanto no Canal Telegram: está a ser uma semana complicada. A próxima será melhor. Ou igual. Ou até pior. Quem sabe?

 

Como já afirmado, a guerra na Ucrânia é muito mais do que um conflito local: foi programada para constituir um ponto de não regresso e, ao mesmo tempo, para implementar uma nova ordem global que irá perdurar ao longo de vários anos, provavelmente décadas.

Um planeta dividido em duas grandes áreas de influência, um pouco ao estilo da antiga Guerra Fria: dum lado um Capitalismo financeiro neoliberal dominado pelos grandes monopólios, do outro lado uma industrialização “socialista” (com muuuuitas aspas!) que opera num regime de “livre mercado” (idem). Venha o diabo e escolha.

Isso significa também que estamos prestes a experimentar mudanças que irão muito além dos confins europeus: o que é inevitável num planeta onde são cada vez mais fortes as interdependências entre os vários Países e onde qualquer episódio pode ter repercussões em qualquer ponto do globo.

Euro? Já foi.

Por exemplo: o Euro. Como realça o economista Michael Hudson, a moeda europeia já foi. Bruxelas tem seguido diligentemente as ordens de Washington, sacrificando-se no altar ucraniano em prol das empresas norte-americanas. Se até ontem a Europa podia contar com a energia russa, abundante e razoavelmente barata, agora as linhas de abastecimento são e serão cada vez mais escassas e, provavelmente, irão ser definitivamente cortadas. Poucas ilusões: assim permanecerão ao longo de muito tempo, substituídas em primeiro lugar pelos fornecedores dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a histeria bélica provocará o florescimento das exportações militares americanas. Mas quais as consequências?

O comércio e o investimento europeus antes da guerra das sanções sugeriam que haveria uma crescente prosperidade mútua entre a Alemanha, a França e outros países da NATO em relação à Rússia e à China.

Um mercado onde a Europa importava energia e exportava bens para a Rússia, investindo também no desenvolvimento industrial. Isso era verdadeiro tanto em relação à Rússia quanto à China. Tudo isso acabou.

Em vez disso, os Países da NATO comprarão gás dos EUA, mas terão de gastar milhares de milhões de Dólares para chegarem a uma capacidade portuária suficiente, o que é pouco provável que aconteça até 2024. (Boa sorte até lá). A escassez de energia irá aumentar significativamente o preço mundial do gás e do petróleo.

Os Países da NATO também aumentarão as suas compras de armas ao complexo militar-industrial dos EUA. A compra, quase em pânico, irá também aumentar o preço das armas. E os preços dos alimentos também irão subir devido à escassez desesperada de cereais resultante da cessação das importações da Rússia e da Ucrânia, por um lado, e à escassez de fertilizante de amoníaco proveniente do gás, por outro.

Pode não parecer, mas estamos a falar de balança de pagamentos: um País (ou um conjunto de Países, como neste caso) compra e, para equilibrar as contas, deveria vender também. Mas vender o quê? Como irá a Europa equilibrar os seus pagamentos internacionais com Washington? O que pode de exportar para os EUA? Além dos pasteis de nata, entendo.

Resposta: não muito. E o resultado mais evidente desta nova situação será um assinalável reforço do Dólar face ao Euro. Então a previsão de Hudson torna-se simples:

Para a Europa, […] o custo em Dólares da sua dívida externa contraída para financiar o seu crescente défice comercial com os EUA para petróleo, armas e alimentos irá explodir. As taxas de juro irão subir, atrasando o investimento e tornando a Europa ainda mais dependente das importações. A Zona Euro vai transformar-se numa zona economicamente morta.

Para os EUA, isto significa a hegemonia do Dólar com esteroides, pelo menos em relação à Europa. O Continente tornar-se-ia uma versão um pouco maior de Porto Rico.

O Sul do Mundo

Mas, como dissemos antes, a guerra na Ucrânia não foi pensada como conflito local e vivemos num mundo onde as interdependências são pesadas. O reflexos disso irão muito além do Velho Continente. Então é inevitável que a nova “Guerra Fria”, a luta entre o Neoliberalismo e o “Socialismo”, terá consequências globais. Em primeiro lugar: a tentativa por parte de Washington,  para bloquear os Países sul-americanos, africanos e (alguns) asiáticos de forma semelhante ao que está planeado para a Europa.

A subida acentuada dos preços da energia e dos alimentos atingirá duramente as economias deficitárias em alimentos e petróleo, mesmo enquanto as suas dívidas externas, denominadas em Dólares, para com obrigacionistas e bancos estão prestes a vencer e a taxa de câmbio do Dólar está a subir em relação à moeda deles. Muitos Países em África e na América Latina, especialmente no Norte de África, têm de escolher entre passar fome, reduzir o seu consumo de gasolina e electricidade, ou contrair empréstimos em Dólares para cobrir a sua dependência do comércio à medida dos EUA.

A este respeito, Hudson lembra que tem-se falado da emissão de novos DES (Direitos Especial de Saque) por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI), para financiar o crescente défice comercial e de pagamentos.

Os DES são um instrumento monetário internacional: são activos de reserva em moeda estrangeira, definidos e mantidos pelo FMI, criados para completar as reservas dum País em dificuldade. Na prática, os DES não são uma moeda mas podemos considera-los como uma espécie de “fundo de garantia”. Pelo que, os DES poderiam parecer algo simpático. Todavia, como observa Hudson:

Mas tais créditos vêm sempre com cordelinhos. O FMI segue a política de sancionar os Países que não obedecem à política dos EUA. A primeira exigência dos EUA será que estes Países boicotem a Rússia, a China e a sua emergente aliança comercial e monetária. “Porquê dar-vos os DES ou dar-vos novos empréstimos em Dólares se vão gastá-los com Rússia, China e outros Países que declarámos inimigos?” perguntarão os funcionários dos EUA.

E o economista vai além:

Não me surpreenderia ver um País africano tornar-se a “próxima Ucrânia”, com as tropas de representação dos EUA (ainda há muitos apoiantes e mercenários Wahabi) a lutar contra os exércitos e populações de Países que procuram alimentar-se com cereais de explorações agrícolas russas, e alimentar as suas economias com petróleo ou gás de poços russos, para não mencionar a participação na Nova Rota da Seda da China, que foi, afinal, o gatilho para o lançamento da América da sua nova guerra pela hegemonia neoliberal global.

A economia mundial já está em chamas e os EUA preparam-se para uma resposta militar e utilizam as suas exportações de petróleo, agricultura e armas como arma de chantagem, forçando os Países a escolher em que lado da Nova Cortina de Ferro querem estar.

Faz sentido? Sim, faz. Até aqui.

As perguntas erradas

Porque depois Hudson põe algumas perguntas com pouco sentido. Por exemplo:

Mas o que é que a Europa ganha com isso? […] O que é que isso significa para os Países do Sul global que estão a ser espremidos, e não apenas como “danos colaterais”, pela profunda escassez e subida dos preços da energia e dos alimentos causada pelo próprio objectivo da estratégia dos EUA que introduz a grande divisão da economia mundial em duas? A Índia já disse aos diplomatas americanos que a sua economia está naturalmente ligada às da Rússia e da China. […] O que é que os Países irão escolher fazer: irão proteger os seus próprios interesses económicos e coesão social, ou será que a diplomacia americana irá controlar os seus líderes políticos? […] Perante toda esta intromissão política e propaganda mediática, quanto tempo levará o resto do mundo a perceber que está em curso uma guerra global que se está a tornar na Terceira Guerra Mundial?

Pouco sentido porque estas perguntas têm como ponto de partida a ideia de que os vários Países sejam entidades autónomas, capazes de avaliar de forma objectiva e empenhadas em trabalhar para o bem dos cidadãos. Mas se assim fosse, nem sequer teríamos chegado ao ponto em que nos encontramos agora. O suicídio europeu é o mais flagrante exemplo disso: Bruxelas evita propositadamente pensar no bem estar do Velho Continente, todas as mais recentes escolhas têm como único fim agradar o dono americano. Quanto ao FMI, palavras para quê?

Conclui Hudson:

O campo de batalha militar será repleto de cadáveres económicos.

Tomara. Infelizmente não haverá apenas cadáveres metafóricos mas sim mortos de verdade, frutos da escassez e da fome. Começou a derradeira guerra pela sobrevivência do Dólar: não será feitos prisioneiros. A boa notícia: no longo prazo, o Dólar irá perder. A má: comecem a estudar Mandarim.

 

Ipse dixit.

Imagem: artbaggage via Pixabay Pixabay License Free for commercial use No attribution required

57 Replies to “O Dólar devora o Euro. E não só.”

  1. https://www.globalresearch.ca/a-quem-interessa-a-guerra-na-europa/5772583

    E entretanto um conluio entre certas partes dos militares e classes mais altas com o apoio já se sabe de quem…correu com Khan do Paquistão
    Estes gajos não brincam em serviço, apanham um ponto fraco uma forma de entrar e subitamente REGIME CHANGE com alguém que certamente servirá bem os seus interesses, chato para a China…

    Desculpa estar chato Max( um valente abraço e todos os com quem troquei e aprendi neste blog). Estive muito ocupado mas não desligado.
    Mas mudei de cidade estou no norte (nuorte carago) e vou para o Alentejo a vida de “toxicodependente(piada e das boas), era comigo e o P. Lopes como protagonistas não me engano” tem os seus altos y bajos.

    Saludos

  2. Olá Nuno : “bueno saludarte”” Fiquei contente de te ver ativo entre nós Fazes falta em II, Para nós que somos antigos comentaristas, também aprendemos mutuamente. Permanece por aqui.

  3. Olá Max e todos:
    No meio disso tudo, o Brazil não sofrerá insuficiência alimentar. Contando com a agricultura dos pequenos agricultores que supre já 70% do que come o brasileiro, e somando a produção do MST e da cultura agrícola orgânica, comida não faltará malgrado a mono agricultura dirigida pelos ricaços que se expandem no Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Goiás e Amazônia e produzem para exportação. O agro negócio é tudo, como diz e repete de 15 em 15 minutos a Globo TV. Eu posso dizer que é tudo para matar o solo. Onde o agro negócio envenena a terra, nada cresce, a não ser o bolso dos grandes produtores.
    Quanto ao petróleo, se este governo não vendesse até a mãe, especialmente as refinarias, ainda teríamos petróleo para todo o país e combustíveis também. Mas ainda temos um pouco.
    Dependerá dos desígnios da economia, na nova governança, se terminar de vender ou terminar com a venda, nacionalizando os recursos petroleiros e garantindo auto suficiência em combustíveis fósseis e fertilizantes.
    Quem viver, verá ou uma entrega total ao império em decadência ou uma abordagem internacional independente e mantendo negociações já existentes com Rússia e China e continuando a ter posição ativa nos Brics.

    1. O regramento governamental nas eternas colônias europeias (travestidas de estados soberanos) é, invariavelmente, imposto por suas respectivas matrizes. Desde sempre, o que muda é a forma como este processo é efetivado. E no ocidente do visualizado mapa-mundi, Rússia e China dificilmente terão muito espaço neste aspecto.

  4. Oi Maria! Os 522 anos de passado, passando de colônia portuguesa (mas de fato inglesa) e depois como colônia de fato dos EUA, nada indica outra via governamental que não seja o atrelamento aos interesses ocidentais.

  5. Olá e obrigado Maria.
    Já neste tema que o Max evita : Ucrânia: as incongruências da peça.
    Eu não entendo esta guerra/ operação lenta(as razões não convencem, algo aqui cheira a esturro). Porquê usar 100.000 ou no máximo 200.000, porque não 500.000 só metade dos militares. Só isso já evitava remessas dos amigos que armam a Ucrânia á qual a Rússia vende gás, mas como é!? Está bem pagam em rublo ou moeda que é convertida, alto não pagam! A BASF está na eminência de fechar assim como outras empresas como a Airbus porque o metal usado nos aviões não chega e não existe quem substitua. Na alimentação para certos produtos o próprio petróleo que para o qual não existem alternativas reais.
    Vão comprar o gas/ petróleo de xisto norte americano? Que drogas tomam em Bruxelas serão precisos milhares, repito milhares de superpetroleiros para o petróleo e superpetroleiros convertidos para o transporte de gás e aqui é impossível porque não existem no mundo navios em número total que substituam os gasodutos. E não há espaço nos portos, capacidade logística para tal.
    Está guerra vai se arrastando com o ator Zelensky rodeado de neonazis e mercenários vai recebendo ( como um rockstar) aplausos e apoio por onde vai, quando o que pede não é um acordo é armas para satisfazer os conselheiros neo cons e das agências do costume. Na Europa e não só é um figurão agora até com as paupérrima comédia transmitida no Netflix.
    Para já fico por aqui pois é tanta coisa que não entendo…Se a Rússia quisesse acabar com o que tem a fazer já tinha feito, essas intenções da propaganda dos meios de informacao que não estavam à espera desta resistência, estavam sim. Entretanto morrem inocentes e agora também o exército/a mãozinha amiga/etc…da Ucrânia já atacam cidades russas.
    É agora fico mesmo por aqui a ver se alguma alma caridosa me tira as dúvidas ou parte.
    Abraços e boa Páscoa

    1. A palavra chave chama-se: TEMPO. As cadeias globais de produção e distribuição em grande escala estão sendo redimensionadas/readequadas e este processo necessita de tempo, e eventos de porte como uma pseudo pandemia ou uma guerra que envolva atores importantes são necessários para ocupar (e preocupar) as mentes dos servos modernos. Um exemplo disso é o problema que envolve os containers, base do transporte marítimo e que responde por quase 30% do transporte total de mercadorias no mundo.

      1. Olá Chaplin!

        Isso demora muito, anos transformar um superpetroleiro em algo que transporte gás p ex. E materiais que estão a faltar à várias empresas do qual Rússia é Ucrânia no caso da Airbus só a Rússia, onde vão buscar na qualidade pretendida(esqueci – me do nome do metal). Muitas Francesas e principalmente alemãs vão buscar onde é será na quantia/qualidade/preço pretendido?
        A energia verde não suprime nem suprirá tão cedo a usada maioritariamente na atualidade e daí o prazo longo da própria EU para atingir os objetivos..

        Mudando de assunto, hoje o meu irmão deu-se ao trabalho de mostrar esta notícia:
        Ucranianos chegados a Portugal durante a Guerra apanhados a assaltar ourivesaria https://semanariov.pt/2022/04/18/ucranianos-chegados-a-portugal-durante-a-guerra-apanhados-a-assaltar-ourivesaria/
        Mostrou à minha mãe que é muito boa pessoa mas está endoutrinada naquilo que os meios de comunicação transmitem ou omitem, logo não acreditou. Porquê estes fulanos servem todos na tropa dos 1 aos 110 anos e nascem com revolver na mão que é usado e só no russo mau.
        Esta propaganda doutrinação é quase como uma religião( como os pastorimhos de Fátima que viram a nossa senhora que com estes comunicou) ou ainda mais aqueles fanáticos que se mandavam pelos ares, é algo que vai dar em fanatismo e com alguém assim não vale a pena falar é perda de tempo. E claro gosto e amo a minha Mãe mas sei que não dá…

        Outra comédia que não sabia era que o passado recente ministra da defesa da Alemanha e bem ligada à ma perdão… nato

        https://www.theguardian.com/world/2021/sep/15/von-der-leyen-eu-state-of-union-speech-political-will-build-own-military

        Estou com umas luzes mas ainda
        Não obtive resposta

        Abraços

  6. URGE O SEPARATISMO IDENTITÁRIO…
    E UMA ALIANÇA MILITAR DEFENSIVA FACE AO CIDADÃO DE ROMA DA NATO
    .
    .
    .
    O europeu-do-sistema e a sua conversa hipócrita do costume: fala em Putin, e etc, para desviar as atenções…
    quando:
    —> O OCIDENTE DEVE DUAS MENSAGENS DE PAZ AO PLANETA:
    – Mensagem 1: introdução da Taxa Tobin.. para que… sejam povos autóctones a explorar as suas riquezas, e não, multinacionais Ocidentais!
    – Mensagem 2: devolução de riquezas roubadas a povos autóctones!
    .
    .
    Paz sim!
    Hipócrisia Ocidental não!
    (Mundo Livre versus Cidadanismo de Roma)
    .
    .
    Sim:
    – europeu-do-sistema ambiciona fazer aos russos aquilo que foi feito a povos autóctones da América do Norte, Sul, etc.
    .
    .
    Uma nota:
    – com o seu largo historial de saque de riquezas a povos autóctones… o Ocidente tem o dever de fazer referência às condições de segurança… para que os povos autóctones, não interessados em vender as suas riquezas a multinacionais, possam viver em segurança no planeta.
    .
    .
    Separatismo em relação aos boys e girls do sistema!!!
    .
    .
    PATRIOTAS UCRÂNIANOS NÃO SEJAM PARVOS:
    1- no presente, tal como no passado, existem na Europa ‘Testas-de-Ferro’ que… proporcionam guerras a uma clientela interessada em fazer negociatas no caos.
    2- afastem-se (separatismo Identitário) dos boys de Zelensky: são boys das negociatas da máfia do armamento e das multinacionais… que entalaram os patriotas ucrânianos entre o Ocidente hipócrita a Russia de Putin.
    3- em oposição aos boys e girls do sistema, façam negociações de paz com a Russia!
    .
    Nota:
    – O OCIDENTE QUE PROVOCA/AMEAÇA PUTIN, E MANDA ARMAS PARA A UCRÂNIA, É MUITO PIOR QUE PUTIN…
    .
    Os boys (do sistema) de Zelensky estão ao serviço de interesses inconfessáveis…
    multinacionais a fazer compras no caos da Ucrânia… para melhor rentabilizar os seus investimentos, elas vão exigir substituição populacional…
    e… os europeus-do-sistema vão acusar os patriotas ucrânianos de «racistas/xenófobos».
    .
    Sim:
    – Zelensky, e seus boys, estiveram em conluio com os ‘gurus’ da NATO:
    -> secretário geral da NATO: «a Russia vai ter cada vez mais NATO nas suas fronteiras».
    -> outros ‘gurus’: «a globalização vai entrar pela Russia a dentro» (multinacionais a comprar…).
    .
    A NATO pretende cercar a Russia (um território imenso no planeta, com apenas 140 milhões de habitantes) com países da NATO.
    [todos unidos num saque a um território imenso]
    .
    Uma festa para o hipócrita Ocidental: depois de provocar/ameaçar Putin… o hipócrita Ocidental proclama:
    – «Depois da guerra da Ucrânia, a Rússia ou será um súbdito da China ou um futuro membro da União Europeia»
    .
    .
    .
    .
    .
    .
    Sim, pois é:
    – Em várias regiões do planeta: sempre que está instalado um «governo não-amigo» (não interessado em vender), o hipócrita Ocidental fomenta guerras/revoluções… para que… a exploração de riquezas caia nas mãos de multinacionais Ocidentais.
    .
    .
    Para quem está realmente interessado em paz, urge:
    1- CONDENAR AS NEGOCIATAS DA MÁFIA DO ARMAMENTO.
    2- NÃO BLOQUEAR A TAXA TOBIN…
    .
    [sim sim: cidadão de Roma da NATO = cidadão de Roma de há 2000 anos atrás]
    .
    .
    .
    .
    .
    .
    A RUSSIA PODERÁ SER A LÍDER DO MUNDO LIVRE:
    – povos que não estão interessados em vender as suas riquezas a multinacionais!
    .
    .
    .
    .
    .
    .
    URGE A MOBILIZAÇÃO PARA O SEPARATISMO IDENTITÁRIO:
    – Os Identitários reivindicam Libetdade/Distância/Separatismo do europeu-do-sistema; por motivos óbvios:
    -> NA ORIGEM DA NACIONALIDADE ESTEVE O IDEAL DE LIBERDADE IDENTITÁRIO:
    – «ter o seu espaço, prosperar ao seu ritmo».
    Não foi:
    – o ódio tiques-dos-impérios, isto é, o ódio cidadania de Roma, isto é, o ódio à existência de outros, isto é, o ódio a povos autóctones do Ideal de Liberdade Identitário.
    .
    .
    .
    SEPARATISMO 50-50:
    – os globalization-lovers, UE-lovers, etc, que fiquem na sua (possuem imensos territórios ao seu jeito)… respeitem os Direitos dos outros… e vice-versa.
    .

  7. Grande Max e ilustres comentadores,

    Se a guerra na Ucrânia parece bem explicada a guerra da China á COVID é mais difícil de entender. Eu tenho algumas hipóteses mas queria saber as vossas… Um abraço a todos!

  8. Provavelmente, a lógica da COVID é igual à lógica da guerra: fazer negociatas no caos…

  9. Olá Nuno: faço as mesmas perguntas que fazes, e confesso: não é fácil encontrar respostas.
    De qualquer forma acho que tudo é bem planejado. A Rússia sabe que existe em território ucraniano agentes e oficiais norte americanos e dos países da OTAN treinando e coordenando milícias violentas, ditas nazistas, só porque têm como ídolo Bandera. Se realmente fossem nazistas jamais aceitariam comando anglo saxão. Mas Putin quer pegá-los in loco, provar ao mundo que o ocidente tornou-se o quarto Reich, estilo anglo saxão, vivendo a terceira guerra mundial, em território ucraniano, contra a Rússia.
    Ocidente x Eurásia; hegemonia dos EUA x Eurásia multipolar. A guerra será longa, penso eu, e se estenderá para outros territórios. Não sei quem vencerá, enquanto África e América Latina ficarão numa eterna corda bamba, sem saber o que fazer ou deixar de fazer.
    Putin faz de tudo para puxar o Brazil para o lado da Eurásia, mas não sei se conseguirá.
    Enquanto isso, haja barriga vazia, gente e bichos morrendo na penúria, inflação derretendo salários estacionários, classe média bichada, esperando uma rebelião que o medo não deixa partir dela.
    No meio disso, EUA e Rússia convencidos que sairão vencedores. E nós “esperando Godô” ( a peça teatral)

  10. Para identificarmos quais os países que verdadeiramente são detentores de soberania nacional, basta fazer uma única pergunta: Qual o país que depende unicamente de sua própria moeda? E a partir dessa observação chega-se facilmente a conclusão de que os EUA é o único, mesmo que o dólar seja menos valorizado cambialmente que outras moedas. Portanto, o mundo está sob tratativas geopolíticas que visam obter igual soberania hoje exclusiva ou, numa situação mais extrema, subvertê-la.

  11. A queda contínua inexoravelmente, aproximando-se de valores pré-Siria.
    Ou será harmonização monetária pré-digitalização?

    Estas férias do Max, ampliam a minha ansiedade por artigos orientados para o ABC…
    (Ashkenaz Bank Cartel)

    A quem interessar, procurem e deem uma olhada no seguinte vídeo…
    “Unearthing Ancient Ashkenaz and the origin of Yiddish” de Eran Elhaik

    Agradeço os vossos comentários e opiniões a respeito.

    1. Oi alfbber! Só para te informar que os asquenazes são sefarditas que migraram para a Francia Oriental desde o pós do colapso de Roma…ou seja, o poder dominante tem uma única origem e que esteve no oriente próximo desde o início da civilização…

      1. O estudo apresentado, de base genética, não suporta essa tese, muito pelo contrário. A interpretação que faço, não só dele mas essencialmente dele, vai no sentido oposto.
        Os sefarditas seriam migrantes semitas advindos do Levante e em fuga das perseguições que culminaram no massacre de 70DC (Apocalipse Semita).
        Os asquenazes (terminologia pt/br?), não só não são semitas como pelo seu histograma serão anti-semitas, denomino-os mesmo como os seus arqui-inimigos.
        Para enquadrar esse confronto pela cultura religiosa, sempre presente ao longo dos milénios, prefiro usar termos menos comuns, atribuindo aos sefarditas o culto abraamico e aos asquenazes o culto talmudico.

        1. 1 – Estudos genéticos cujos resultados são deliberadamente destinados a distorcer o passado, assim como sempre foi feito pela historiografia desde os escribas “gregos”.
          2 – Qto ao aspecto religioso, o talmudismo se impôs entre os judeus, tanto sefarditas como asquenazes, pois foi à partir dele que um sentido de unidade entre as inúmeras comunidades na Diáspora foi retomado e desenvolvido.

          1. O autor, devidamente identificado, contrapõe o seu estudo a outros, faz a sua defesa, expõe as sua interpretação sobre os resultados obtidos e coloca-os á disponibilidade de quem os quiser analisar. Parece-me transparente.
            Desconheço, para já, pareceres de terceiros que coloquem em causa os dados desse estudo ou que ofereçam interpretações distintas que coloquem em causa as do autor.
            Assim, ao descrito em 1, deves disponibilizar prova ou fonte dessa categórica afirmação, para esclarecimento e percepção das distorções históricas em causa.
            Melhor, seria forneceres referências ou fontes, para orientação.
            Desde já, deixo o meu agradecimento pela informação.

            1. Tens consciência de que o poder institucionalizado-sistematizado desenholvido pelas minorias dominantes tem amplo controle sobre a oficialização dos mais variados processos que envolvam algum nível de interferência no padrão mental do ho.em comum civilizado? E entre esses inúmeros processos encontra-se o que é divulgado das pesquisas pseudo científicas. Lamento, mas nem você nem qualquer outro “mortal” chegará a verdade maior buscando simplesmente informações diretas…A historiografia, em seu sentido mais amplo, sempre foi uma propaganda dissimulada em algum nível em favor de quem a patrocina.

              1. “ A historiografia, em seu sentido mais amplo, sempre foi uma propaganda dissimulada em algum nível em favor de quem a patrocina.”

                Sem dúvida alguma, tenho consciência disso e de mais.
                E daí? Podem escrevê-la e reescrevê-la, mas o tempo e a perseverança dos que buscam a verdade sempre consegue trazer á luz o que á luz pertence. Será que o facto de tu estares aqui hoje, dizendo teres conseguido conhecer a verdade histórica e assim poderes negar ou expôr as inúmeras propagandas divulgadas não é prova de que essa busca é uma de sucesso?
                Sendo essas verdades conhecidas, quanto mais aqueles como tu as divulgarem ou ajudarem outros a descobri-las, menor sucesso terão os propagandistas.
                Conheces o ditado?… o ótimo é inimigo do bom.
                Não ando por aqui a pedir para me darem a “papinha não boca”.
                Isso é prós acólitos de qualquer pseudo-verdade.
                Divulgo o que julgo ser de divulgar para que outros possam analisar os dados e decidir por si. Se ajudar, porreiro, se não, que o digam e contraponham com dados seus. A essa troca de info podemos chamar de cooperação. Espero puder contar com a tua contribuição.

                1. Transito peli II faz algum tempo, e, por algumas vezes , chega-se num brete, que é o tentar mostrar que entender todo um quadro evolutivo envolvendo relações de poder e dominância de impacto na engrenagem de um processo civilizatorio não comporta algumas dezenas de linhas, mas uma busca individual de viés investigativo de médio prazo, no mínimo. Uma máxima é muito elucidativa: “o verdadeiro poder é daquele que não se fala”.

        2. Queres identificar uma boa parte dos deslocamentos dos judeus desde o colapso de Roma? Siga a geografia cronológica do processo de cristianização e dos respectivos missionários “cristãos, “, cuja maioria foram tornados “santos” padroeiros de várias futuras nações…

          1. O meu interesse pela história dos asquenazes, tem por objetivos:
            Perceber a sua infiltração na hierarquia semita (Judah e Levi), consequente destruição da mesma, tomada de poder e controlo;
            Identicamente, a sua infiltração nas hierarquias romanas, posterior tomada de poder e controlo (conjunto) do Vaticano e da oposição (Maçonaria);
            E, dos Reich ao ABC, como a disseminação entre as elites do seu culto talmudico lhes permitiu chegar aos dias de hoje, com um controlo efetivo sobre quase todos aqueles que gerem as organizações de poder global.
            Daí, perceber o porquê da rendição incondicional das elites, a uma perceção de poder pseudo-superior, cujas práticas de malevolência inarrável sobre os seus semelhantes, podem inclusive levar á extinção da própria espécie.

            1. Os asquenazes fizeram um pacto com os verdadeiros judeus, eles passariam a fazer o trabalho sujo em troca de dinheiro e poder enquanto eles, os judeus, passariam desapercebidos como vitimas de impostores. Os asquenazes são na verdade traidores da humanidade que se aliaram aos judeus, eles se venderam por dinheiro e poder, os judeus não precisam de dinheiro, eles fazem o dinheiro.

                1. Pode se dizer que são aqueles que “venderam a alma ao diabo”, eram goyns, traidores dos goyns, um povo que vivia próximo onde vive hoje o judeu Zelenski.

                  1. Refere-se aos cazares? Asquenazes descendem de judeus que se assentaram na Francia Oriental desde o início da sua mobilização para implodir o Império Romano do Ocidente e que se enrustiram nas cortes das monarquias germanicas. Podemos chama-los de judeus brancos…

                    1. Não sei não, pode ser qualquer coisa, porque eles são donos da história também, o que resta são indícios para suposições, mas isso não importa, o que importa é que com isso criaram a história de que existem falsos judeus e que esses falsos, são os sionistas, os malvados que são acusador de querer dominar o mundo. Quando na verdade, como falei, os “falsos”, brancos, kazares ou seja que qualificação forem, são a ferramenta dos verdadeiros que ficam nas sombras atrás do talmude.

    1. 12 ou 13 tribos não fizeram a menor diferença além de distrair e desfocar do que é verdadeiramente importante. Os judeus e suas comunidades estiveram presentes ao longo de todo processo de colonização da Europa, enrustidos entre os anatolicos e os levantinos…antes da Grécia ser Grécia…

  12. Enquanto o dólar devora o euro…
    BRICS adoptarão entre si nova moneterização e não vão usar o dólar.
    ASEAN adoptarão entre si nova moneterização e não vão usar o dólar.
    Mais candidaturas se perfilam para o grupo BRICS.
    Irão junta-se oficialmente á SCO e ao sistema de transações da Rússia.
    Bancos na Coreia do Sul, aceitam cartões MIR.

    O Abe foi assassinado… era demasiado imprevisível? Ou não cumpriu as tarefas ordenadas?
    Aliás, tb aqui a história se repete… a do solitário assassino.

    A “coisa” mexe, às noites tornam-se longas e já se vêm as facas nas sombras.

  13. Enquanto isso, lateralmente…
    hXXps://corruption.news/2022-07-13-paper-gold-price-manipulation-rigged-to-fail.html

  14. Não há absolutamente nenhum processo que envolva a autoria humana que não tenha sido, em algum momento e em algum nível, corrompido ou ao menos manipulado, para atender interesses das minorias dominantes…E isso, chamamos de civilização.

  15. O FED assumiu (julgo eu) abertamente a sua posição perante a crise económica.
    E, ela é de oposição frontal á posição demonstrada da “administração” Biden.
    Naturalmente, passou a ser o bode expiatório da dita crise.

    Os “democratas” andam a ficar verdadeiramente desesperados a 3 meses das eleições intercalares. No fio da navalha, dizem uns… já sangram digo eu.
    Entre o atirar de culpas para todos os outros, á busca de iniciar conflitos militares no plano externo, vale tudo para tentar “virar a mesa” antes que cheguem os debates… inclusive arranjar um qualquer cenário onde possam vir a declarar a lei marcial e interromper o calendário eleitoral.
    Tempos muuuito perigosos se avizinham… cruzem os dedos.

  16. Para um acompanhamento permanente ao ponto de situação em Portugal, relativo aos vários temas ao redor das consequências da metodologia pandémica instituída, além de outros do interesse dos cidadãos de facto, consultar regularmente o paginaum.pt

  17. Nunca o mundo foi tão monetariamente padronizado…e esse monopólio navega nos tempos…a seguir 1 exemplo, qdo da cunhagem saxônica (nem tanto saxônica…) – Parte 1
    Ricos depósitos de prata, descobertos perto de Freiberg após meados do séc. 12, ajudaram a Saxônia a ocupar uma posição de liderança na cunhagem alemã.
    A maior quantidade de bracteatos de Meissen foi cunhada entre 1170/1300 pela 1ª casa da moeda de Meissen, a Freiberg Mint. Desde o séc. 13 foi a principal casa da moeda do estado para a Casa de Wettin. Além de pfennigs, halflings (Hälblinge) e quartos (Viertelchen) também eram emitidos. Grandes pagtos eram feitos em lingotes de prata.
    Os bracteatos de todas as casas da moeda de Meissen e Upper Lusatian eram talhados num estilo de relevo uniforme e padrão monetário.
    Os pfennigs eram válidos só em sua área de origem. O período bracteado é também referido como o período do pfennig regional. Qualquer pessoa que viesse de outra área monetária para negociar tinha que trocar a moeda que trou-xera por moedas locais. A letra de câmbio fazia parte da renda dos mintmasters.
    O custo de cunhagem de moedas tinha que ser coberto por uma troca anual baseada em taxas dos pfennigs: 12 antigas por 9 ou 10 novas. Na lei municipal de Freiberg, determinava-se que só o dono da casa da moeda ou o próprio juiz podiam desvalorizar pfennigs vencidos. Os frá-geis pfennigs eram carregados em latas.
    As seguintes casas da moeda na Saxônia produziram moedas bracteatas: Bautzen; Colditz; Freiberg; Gotha; Leipzig; Weimar; Wittenberg.
    Bracteatos dinásticos
    Numerosas dinastias independentes na região de Wettin receberam o privilégio im-perial dos direitos de cunhagem. Estes incluíram:
    • Senhores de Apolda
    • Senhores de Biebers-tein
    • Condes de Brehna
    • Senhores de Colditz
    • Burgraves de Dohna
    • Senhores de Eilenburg
    • Burgraves de Leisnig
    • Senhores de Lobdeburg • Burgraves de Meissen
    • Burgraves de Neuenburg
    • Senhores do Pacote
    • Vogts de Plauen
    • Senhores de Waldenburg em Wolkens-tein
    • Vogts de Weida-Gera
    • Condes de Wettin
    A IGREJA E A CUNHAGEM DE MOEDAS
    Os bispos de Naumburg exerceram seu direito de cunhar moedas em Strehla no Elba em conjunto com o Margrave de Meissen.
    Os bispos de Meissen também eram os senhores dos mineiros e das casas da moeda e tinham bracteatos emitidos. No fim do séc. 12, as minas foram abertas no Scharfen-berg no Elba. Depois, os 2 castelos episcopais, Wurzen e Stolpen, tornaram-se locais potenciais para cunhagem. Os últimos bracteatos episcopais foram cunhados no fim do séc. 13.
    Como uma abadia autorizada a emitir moedas, a Abadia de Pegau em Pegau também cunhou bracteates. Estes têm uma grande cruz de muleta e em geral uma inscrição do nome como marca inconfundível. Por causa de sua prata consistente e de alta qualidade, eram populares e até mesmo re-carimbados. Restrikes são conhecidos pelos Burgraves de Meissen, os Vogts da Abadia de Pegau, Margrave Theodoric, o Conde de Brehna e os Arcebispos de Magdeburg.

  18. Parte 2
    Para o comércio de exportação, o pfennig regional, com seu escopo limitado e obrigação de trocá-lo todos os anos, era 1 grande obstáculo. Era necessária uma moeda unificada em áreas maiores. Denominações mais altas eram necessárias, não só pfennigs. O período regional pfennig findou sob o Margrave Frederick II (1323/49).
    Período Groschen
    Após a substituição do pfennig pelo amplo groschen (grossi lati) introduzido por Margrave Frederick II em 1338/9, começou o perío-do groschen medieval tardio. Em Haupt’s Sächsischer Münzkunde, Groschen é 1 termo popular para o latim grossus = “gordo”. Para quantias maiores de dinheiro, o Schock, no valor de 60 pequenos Schockgroschen ou 20 novos groschen, e o Mark, no valor de 48 Schockgroschen, foram cunhados. O novo groschen foi emi-tido pela casa da moeda de Freiberg com base no groschen de Praga, cunhado na Boêmia desde 1300. Ao trocar a moeda na Margraviate de Meissen, como no Reino da Boêmia, consultores financeiros italianos foram consultados.
    A mudança de moeda para o novo e mais leve Rhenish Gulden como base para a cu-nhagem de groschen de Meissen ocorreu em etapas em 1368/9. Além do groschen, eram cunhados pfennigs e hellers. O groschen valia 9 ou 12 pfennigs, o pfennig, 2 hellers. Ao lado do groschen de Praga, o Meissen groschen tornou-se a principal uni-dade monetária da Europa Central.
    No fim dos sécs. 14 e no 15, a Casa de Wettin estabeleceu, além de sua principal casa da moeda em Freiberg, outras casas da moeda em Sangerhausen, Zwickau, Gotha, Leipzig, Weimar, Colditz, Wittenberg e Langensalza, algumas das quais só temporariamente em operação. A Casa da Moeda de Freiberg permaneceu a principal casa da moeda do estado até ser fechada.
    A Casa da Moeda de Colditz era propriedade da Eleitora Margarida, esposa do Elei-tor Friedrich II (1428/64). 1 evento extraordinário na história das moedas na Saxônia é que o Eleitor pagou sua esposa como compensação pela propriedade de alta vida em 1456, instalou uma casa da moeda em Colditz e permitiu que ela cunhasse suas próprias mo-edas ali. Os chamados Margarethengroschen com 1 “M” adicional na inscrição testemunham essas moedas.
    Em resultado da política de gastos elevados do Margrave William I, o Caolho (1382-1407), o país e sua população foram fortemente sobregarrecados.
    Cidades estrangeiras contra-atacaram a crescente degradação de moedas com contramarcas de Meissen groschen que ainda estavam em boas condições. Em 1412, Frederico, o Briguento (1381/1428) estabilizou a moeda pfennig com base em 20 Schildgroschen para 1 florim renano.
    A Saxônia teve que reconhecer o florim de ouro renano para apoiar o comércio de longa distância, e desde 1456 cunhado na grande metrópole comercial de Leipzig.
    A descoberta de novos e ricos depósitos de prata nas montanhas de miné-rio superiores em Schneeberg e Annaberg levou a outro período de mineração na Sa-xônia na 2ª metade do séc. 15. As recém-criadas casas da moeda em Schneeberg, Zwickau (onde a cunhagem foi fechada desde 1449), Annaberg e Buchholz tiveram que cobrir as crescentes obrigações financeiras do estado cunhando 1 grande nº de moedas.
    Os mandatos de moedas quase idênticos dos Ernestine e Albertines de mai/1500, conduziram a transição planejada para a grande moeda de prata em 4/7 com no-vo florim de prata (Guldengroschen)
    Com o anúncio de que havia agora 7 Schreckenbergers ou 21 Zinsgroschen para 1 gul-den de ouro renano completo, o groschen Meissen-Saxão foi substituído após 262 anos.
    O gulden de Meissen, usado como moeda de conta até o séc. 19, remonta aos regula-mentos de cunhagem saxões de 9/8/1490, cfe os quais o gulden de ouro na Saxônia era fixado no valor de 21 groschen.

  19. Parte 3
    • O Judenkopfgroschen (“cabeça de judeu groschen”) foi concebido como mo-eda de comércio externo (Oberwähr) cunhada sob o Eleitor Frederico II, o Manso da Saxônia (1428/64) cfe os regulamentos de cunhagem de 1444 a ca. de 1451. Seu irmão, o duque William III os Bravos (1445/82) também participou deste projeto. O nome da moeda deriva do verso com o brasão de Meissen com a cabeça de 1 homem, a dita “cabeça de judeu”.
    • O Schwertgroschen (“espada groschen”) é 1 groschen saxão cunhado cfe o ato de cu-nhagem de 1456/7, que corresponde ao tipo Meissen groschen e cunhado em 1457/64 em Freiberg, Colditz e Leipzig. Acima da cruz fleury no quadrifólio está o es-cudo com espadas eleitorais cruzadas, que dão nome ao Schwertgroschen. Em 1461/4 foi cunhado como moeda interna (Beiwähr).
    • O Horngroschen (“chifre groschen”) foi cunhado em 1465/9 pelos du-ques Ernest e Albert junto com o tio, William (1465/82) e foi o 1º groschen por 123 anos que os Wettins cunharam com data de ano. A enfraquecida moeda saxã deveria ser substituída por uma moeda completamente nova e estável após os esforços para conseguir isso com as reformas monetárias de 1444 e 1456/7, criando uma moe-da groschen de 2 níveis na forma de uma moeda externa (Oberwähr) e interna (Bewähr) mas falhou.
    • O Spitzgroschen (“point groschen”) foi cunhada e vendida sob o Eleitor Ernest (1464/86), seu irmão Duque Alberto, o Ousado (1464/85–1500) e seu tio Duque Gui-lherme III, o Bravo (1445/82) em 1475/82 via o decreto de cunhagem de 28/12/1474, a fim de dissipar a desconfiança pública do equivalen-te Horngroschen feito de liga de prata. No Eleitorado da Saxônia sob o Eleitor Maurí-cio (1541-1547-1553) e o Eleitor Augusto (1553/86) houve greves de 1547 a 1553.
    • Os ditos Margarethengroschen (“Margaret groschen”) são groschen saxões cunhados em 1456/77 pela Casa da Moeda Colditz com 1 “M” adicional no início ou dentro da inscrição. O “M” refere-se a Margaret (ca. 1416/86), esposa do Eleitor Frederico II (1428/64) da Saxônia. Moedas de 1456 eram tecnicamente ilegais, pq ela colocava seu nome antes do Eleitor e também fazia suas próprias moedas, embora ela só tenha recebido direitos de cunhagem do Imperador em set/1463.
    • O Bartgroschen (“groschen barbudo”) é o nome da moeda cunhada em 1492/3 com uma circulação de 205 mil peças. Eram emitidas pelas casas da moeda de Zwickau e Schneeberg e traziam 1 retrato de Frederico III da Saxô-nia (1486/1525). Os groschen foram as primeiras moedas na história da cunhagem saxônica com 1 retrato do regente.
    • Zinsgroschen (“juros groschen”), Mutgroschen ou Schneeberger são nomes das moedas saxãs groschen cunhadas desde 1496, com as quais certos impostos (juros) eram pagos. Este novo tipo de groschen foi cunhado por 3 1⁄2 décadas e foi o modelo para o groschen do séc. 16.
    • Schreckenbergers das minas de prata do Schreckenberg eram cunhados cfe o ato de cunhagem de 18/8/1498. Esses novos e maiores Großgroschen tinham 1 valor de 3 groschen e eram emi-tidos com uma finura de 861/1000. Havia 7 Schreckenbergers para 1 florão renano.
    O Zinsgroschen cunhado a partir da prata Schneeberg e o Schreckenberger preparou o caminho para a nova moeda gulden de prata introduzida desde 1500 nas linhas do modelo tirolês e que foram as primeiras moedas thaler saxãs.
    Período Thaler
    Com o início do período thaler em 1500, todas as marcas mintmaster são conhecidas. Eram cunhadas em: Annaberg; Bautzen; Buchholz; Dresden; Freiberg; Leipzig; Schneeberg; Zwic-kau.

  20. Parte Final
    Em 1702, Augusto, o Forte (1694-1733) teve 3 diferentes Bankotalers cunhados na Casa da Moeda de Leipzig. Correspondiam em valor aos tálers poloneses cunhados no padrão da Borgonha e, portanto, eram 1 pouco menos valiosos do que os tálers cunhados no padrão imperial. Havia tálers saxões de menor valor, mas também tálers poloneses normais.
    A cunhagem dos Bankotalers era realizada pelo Grande Chanceler (Grosskanzler) Wolf Dietrich, Conde de Beichlingen. No dito Beichling Ordenstaler só a cruz da ordem era mostrada, mas não a Ordem do Elefante, como foi o caso dos outros 2 táleres.
    Supunha-se que Beichlingen tinha essa cruz projetada para ser a da Ordem Dina-marquesa do Dannebrog, da qual ele era cavaleiro, e que o taler era, portanto, 1 insulto ao rei. O conde, que também era responsável pela cunhagem do inferior Roter Seufzers de 1701/2, caiu em desuso. A cunhagem de todos os 3 Bankotalers foi descontinuada no ano de sua emissão.
    Padrão de convenção (1763–1838)
    A interrupção da cunhagem na Guerra dos 7 Anos (1756/63) exigia urgentemente uma reforma da moeda. As contribuições prussianas e a falsificação de moedas de Frederico II (1740/86) como meio de financiar a guerra levaram ao colapso total do sistema monetário na Saxônia e na Polônia.
    Em 14/5/1763, a Saxônia Eleitoral e os principados ernestinos introduziram o padrão da Convenção, também chamado padrão Os cálculos eram feitos na moeda da Convenção. 1 thaler (Reichstaler) era uma unidade de conta no valor de 24 groschen. As moedas da Convenção desde o groschen até à Convenção Speciestaler permaneceram estáveis em todo período de validade do padrão de moedas da Convenção.
    Ducados, 5 thaler (August d’or) e 10 thaler peças (double August d’or) eram cunhados como moedas de ouro, principalmente para o comércio de longa distância e atacado. E também permaneceram inalterados em peso e finura. Outras moedas eram as peças Heller, Pfennig, 3 Pfennig, 4 Pfennig e 8 Pfennig agrupadas como moedas de país ou divisionais. Tanto as moedas de ouro qto as moedas pfennig não eram dinheiro da Convenção.
    de 20 florins.
    Em 1804/25, toda a cunhagem de cobre para a Saxônia ocorreu na Casa da Moeda de Grünthal, localizada no “Althammer” (“antigo moinho de martelo”) da Serraria de Grünthal e construída como uma subsidiária da Casa da Moeda de Dresden.
    Após a introdução da União Comercial e Aduaneira Alemã, os estados participantes fundaram a União Aduaneira Alemã (Deutscher Zollverein ) em Munique e Dresden em 1837/8, que adotou o padrão prussiano (Graumann) 14 Thaler. Depois disso, thalers duplos padrão ou 3 1⁄2 peças de gulden foram cunhadas.
    Enquanto a Prússia manteve o antigo sistema duodecimal com a subdivisão em 12 pfennigs, a Saxônia iniciou o sistema decimal com a subdivisão do groschen em 10 pfennigs.
    Em 1857, a Áustria e o Liechtenstein juntaram-se à União da Moeda Alemã (Münzverein) em Viena. A moeda decimal foi introduzida com o Tratado da Casa da Moeda de Vie-na. A marca foi substituída pela libra alfandegária (Zollmund) de 500 g e o táler emitido como 1 Vereinsthaler ao lado do táler duplo. 30 Vereinsthalers eram cunhados da libra alfan-degária de 500g. Este padrão de cunhagem foi usado na Saxônia na Casa da Moeda de Dresden até a introdução da moeda imperial.
    A fundação do Império Alemão sem Áustria e Liechtenstein tornou possível uma moeda única. O Reich alemão exerceu o direito de cunhar moedas em nome de seus estados federais. A história da moeda saxã findou com a emissão das novas moedas Mark em ouro e prata, embora no reino saxão até 1886 na casa da moeda de Dresden e depois em Muldenhütten perto de Freiberg uma casa da moeda ainda operasse até 1953. O antigo táler a 1 padrão de 14 táleres com a marca de Colônia como peso base da moeda, teve seu valor modificado só muito ligeiramente pelo Tratado da Casa da Moeda de Viena para 30 táleres padrão alinhado à libra aduaneira como peso base da moeda, correspondia a 3 Marcos na nova moeda comum. O 1/3 táler saxão de 100 pfennigs viveu no recém-introduzido Mark. Os pfennigs saxões poderiam, assim, permanecer em circulação por muitos anos sem problemas no valor dos novos pfennigs sob a marca.

  21. Parte 4
    Táleres de estado (1500/71)
    No fim do séc. 15, novos métodos técnicos e econômicos na mineração saxônica levaram a 1 rendimento de prata extraordinariamente alto. Isso levou o Eleitor Frederico III, o Sábio (1486-1525) e o irmão João Constante (1486/1532), a concordar com Jorge, o Barbudo (1500/39), como representante do pai Alberto, o Temerário (1464/1500) para promulgar o Leipzig Coinage Act de 1500. Cfe isso, 1 groschen (Guldengroschen) deveria ser batido e equiparado a 1 gulden (Rhenish). O thaler (Klappmützentaler), foi 1º chamado de guldengroschen, e equivalia de prata ao gulden renano.
    No Locumtenenstaler cunhado pelo Eleitor Frederico, o Sábio da Saxônia, seu status de Vigário Imperial surge pela 1ª vez em 1507, inscrito na forma “Imperique locumtenens generalis” (Governador Geral Imperial). Estas são as primeiras moedas do vicariato na Saxônia. O outro Schautaler de Frederico, o Sábio (1522) foi atribuído à memória de Martinho Lutero e também poderia ser uma medalha.
    Na época da separação da moeda saxônica, a cunhagem comum acordada entre os Ernestines e Albertines sob a partição de Leipzig em 1485 foi temporariamente suspensa de 1530 até o fim de 1533. Qdo os Ernestines perderam sua dignidade eleitoral para os Albertines em 1547, o a cunhagem que era previamente cunhada em cooperação fraternal foi encerrada. O novo Eleitor Maurício (1541–1547–1553) só cunhou moedas em seu próprio nome. Novo período começou, uma história de cunhagem separada sob a linha eleitoral Albertina da Casa da Saxônia.
    A cunhagem da linha Ernestina e suas linhas posteriores e subsidiárias nas extensas terras da Turíngia remanescentes fazem parte da história da moeda saxônica, mas podem ser tratadas separadamente em sua diversidade. A história da cunhagem do Ducado da Saxônia ou da família saxão-ernestina cobre o período de 1547/72 nas posses restantes da Turíngia dos Ernestinos. Este é o tempo após a Batalha de Mühlberg até a partição do ducado Ernestino em Saxe-Coburg-Eisenach e Saxe-Weimar (Saxe-Old-Weimar) em 1572. Os eleitores da Saxônia, ricos em prata, podiam produzir extensas moedas comemorativas, além das moedas de circulação. As moedas do vicariato saxão cunhadas desde 1612 são moedas comemorativas dos eleitores da Saxônia, a quem se retratam como representantes do imperador em territórios imperiais sob a lei saxônica cunhada no tempo do trono imperial. Eles compartilhavam o Vicariato Imperial com a Renânia.

  22. CAMPANHAS MILITARES, DESDE A ANTIGUIDADE CONHECIDA, NÃO PRIORIZAVAM A CONQUISTA DE TERRITÓRIOS, COMO A HISTORIOGRAFIA REPLICA AO LONGO DO TEMPO, MAS SIM PARA A SUB-JUGAÇÃO DE TRIBOS E POVOS E DE RIQUEZAS NATURAIS E PONTUAIS, ENTRE ELAS, AS MINERAIS, QUE PROPICIAVAM A PERPETUAÇÃO DOS DOMÍNIOS DESSAS MINORIAS SOBRE AS GRANDES MAIORIAS POPULACIONAIS, ATRAVÉS DO FABRI-CO DE ARMAMENTOS E DA CUNHAGEM DE MOEDAS.

    1. Penso que isso que você disse foi disseminado por um tal de jeova que mandou seus escolhidos entrarem na terra dos outros para matar, roubar e destruir, só poupando as virgens. Aos povos só restou o contra-ataque e a prevenção e com isso se passaram sei lá quantos mil anos (uns 4?) e chegamos onde estamos, à um fio da promessa de que a Terra seria deles se concretizar.

    2. Na verdade mesmo a guerra sempre foi para dizimar a cultura dos povos, depois de tomada a terra, era a hora de dizimar a historia e os mais velhos para reescrever a historia desse povo, geralmente deturpando, sempre com os argumentos de tirania, paganismo, bruxos, bárbaros, ditadores e afins. E o pior é que são sempre os mesmo desde esses tantos mil anos, sempre ocultos e com guerras proxys, ainda mais hoje.

  23. Sobre o assunto do ouro, uma pergunta a quem souber…
    Porque desde os primordios da civilização vários povos, em vários continentes, e sem ligações entre si, começaram, e quase em simultâneo, a adorar o ouro como se alguem lhes tivesse ensinado como refinar e adorar?
    Dizer que representa o sol não vale.

    1. Pergunta que se sabe a resposta não é pergunta… fora disso é o velho e surrado faz de conta…

      1. Então Chaplin , lá estas tu com o teu “mau feitio” é assim tão dificil empregares os teus doutos e vastos conhecimentos para responder ? Caramba … estas cada vez pior …

  24. Hyper Big Money… Uma teoria de tudo?
    Não me parece, nem de perto, mas uma teoria sobre muito do que ocorre nestes tempos que correm, por detrás dos bastidores, com os e entre os DDT…
    hxxps://meaninginhistory.substack.com/p/tom-luongos-theory-of-everything
    hxxps://meaninginhistory.substack.com/p/tom-luongos-theory-of-everything-6c7

    Atribuo considerável credibilidade ás razões, considerações e conclusões propostas pelo Tom Luango. A sua visão sobre os meandros financeiros e económicos do desenrolar dessa vertente da guerra em curso parecem-me bem alicerçada no “business as usual” do mundo anglo-sionista.
    O blogueiro marketing Wauck sumarizou e enquadra-o bem, acho eu.

Obrigado por participar na discussão!

This site uses User Verification plugin to reduce spam. See how your comment data is processed.

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

%d bloggers like this: