Países Baixos: o excesso de mortalidade

De acordo com dados oficiais (isto é, do governo) os Países Baixos registaram mais 15.000 mortes em 2021 do que o esperado. As interpretações abundam.

Segundo Ruben van Gaalen, funcionário do Centraal Bureau voor de Statistiek (o organismo oficial responsável pela coordenação geral dos serviços estatísticos, CBS), o número excessivo de mortes pode dever-se ao ritmo lento da vacinação contra a Covid-19. A vizinha Bélgica, por outro lado, teve um excesso de mortalidade muito maior no primeiro ano da pandemia do que os Países Baixos, mas não teve excesso de mortalidade em 2021, diz van Gaalen. As estatísticas da causa de morte holandesa serão publicadas em Fevereiro ou Março, então  “será claro que a Covid explica em grande parte o excesso de mortalidade; talvez haja uma parte inexplicável, mas pequena”.

No entanto, uma comparação das tendências de vacinação entre os Países Baixos e a Bélgica não revela quaisquer diferenças substanciais para justificar as alegações de van Gaalen: uma clara aceleração das vacinas teve lugar nos meses de Verão em ambos os contextos.

Comparação entre o processo de vacinação na Bélgica (linha azul) e Países Baixos (linha vermelha). Fonte: Our World In Data.

Assim, o Parlamento holandês solicitou unanimemente uma investigação independente no passado dia 1 de Dezembro de 2021. De facto, o deputado Peter Omtzigt apresentou uma moção no Parlamento apelando a uma investigação independente sobre o excesso de mortalidade presente nos dados. Na altura, o CBS relatou uma mortalidade excessiva de 800 a 900 pessoas por semana, enquanto que o Instituto de Saúde Pública (Rivm) contou apenas 300 mortes por semana devido ao Covid-19. A moção foi aprovada por 150 deputados de todos os partidos.

Ronald Meester, professor de Teoria da Probabilidade na Universidade Livre de Amesterdão, e a economista de saúde Eline van den Broek-Altenburg no jornal Volkskrant:

Um estudo do excesso de mortalidade deve finalmente ser tornado possível e o mais depressa possível. Embora haja claramente um aumento da mortalidade nos Países Baixos, a causa permanece pouco clara. Em que medida é que a Covid-19 ou a vacinação contra o Covid-19 desempenham um papel?

Os dois notam que, durante o mês de Dezembro (apesar da introdução de restrições e bloqueios), o excesso de mortalidade aumentou ainda mais, até 1.200 pessoas por semana, de acordo com dados do CBS. As causas não são claras: podem ser em parte as vítimas do coronavírus (registadas ou não), pode ser o impacto noutras doenças devido ao atraso do tratamento (e as associações de idosos também apontam para o efeito letal da solidão agravada pelo contexto), mas as vacinações em massa também podem ter algo a ver com isso. Afinal, pesquisas recentes mostram que, com base nos dados actuais, não se pode excluir que as vacinas sejam em certa medida arriscadas acima dos 65 anos de idade.

Os dois peritos continuam: a investigação internacional mostra que existe uma grande variação na relação entre o excesso de mortalidade e a mortalidade relacionada com a Covid-19. Em alguns Países, como o México, vemos uma elevada mortalidade e um número relativamente baixo de mortes atribuídas à Covid-19. Noutros Países, a proporção é muito diferente. Isto indica em parte quão bem o País pode lidar com o pico nos cuidados de saúde, e em parte quão grande é o problema da mortalidade relacionada com outras causas.

Por conseguinte, é exigido:

um estudo independente, conduzido por estatísticos, médicos, analistas de dados e cientistas de saúde, que devem ter acesso a todos os dados de origem, com as devidas salvaguardas da privacidade, naturalmente. Assim, dados demográficos, dados socioeconómicos (tais como rendimentos), estado de vacinação, comorbilidades e todos os dados sobre qualquer hospitalização. Esta investigação é necessária para determinar as causas clínicas do excesso de mortalidade, o efeito das medidas pandémicas, se certos grupos da sociedade são afectados de forma desproporcionada, e o desempenho dos Países Baixos em comparação com os Países vizinhos. É possível que parte do excesso de mortalidade permaneça inexplicável, mas devemos fazer todos os esforços para compreender.

Concluem os dois pesquisadores:

Só quando soubermos mais sobre as possíveis causas da elevada taxa de mortalidade, poderemos talvez dissipar as preocupações e tomar as decisões políticas, médicas e sociais correctas. Um acidente com dez ou cem mortes leva sempre a uma investigação, e os números envolvidos aqui são muito maiores. Por conseguinte, parece irresponsável esperar mais tempo.

Por aqui uma humilde sugestão: que tal espreitar os dados da EudraVigilance?

Apesar desta base de dados ser amplamente incompleta (são tidos em conta apenas os casos comunicados voluntariamente pelas autoridades sanitárias de cada País), dá uma ideia do que se passa: até o dia 1 de Janeiro de 2022 houve 36.257 mortos como resultado das injecções das vacinas experimentais anti-Covid-19.

 

Ipse dixit.

3 Replies to “Países Baixos: o excesso de mortalidade”

  1. Está na hora de se começarem a apresentar queixas de crimes contra a humanidade, contra todos estes governantes genocidas.
    A punição terá de ser exemplar. Esta gente tem de pagar, e bem.

  2. A Covid serve para tudo!
    Estar a analisar graficos de mortalidade covid para justificar escessos de mortalidade geral é desviar as atenções.
    Não é preciso ser “especialistas”, sendo a Covid com taxa de mortalidade maior em pessoas com mais de 70 e com outras doenças associadas, excesso de mortes em outras idades é excepção e terão outra justificação, e é isso que não se quer analisar.
    Basta ver o Excesso de mortalidade por idades daqui:
    https://www.euromomo.eu/graphs-and-maps/
    Cada um tire as suas conclusões

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