Covid: Austrália, fuga do campo de concentração

Stefano Re acerca dum interessante episódio ocorrido há um par de dias na Austrália:


 

No sono do antifascista

 

Na Terça-feira, 30 de Novembro, na zona dos Territórios do Norte da Austrália, três rapazes de 15, 16 e 17 anos fugiram do campo de concentração onde eram mantidos em isolamento, escalando por cima de vedações. Foi imediatamente lançada uma caça ao homem, com bloqueios de estradas, buscas nos carros de passagem e varreduras em zonas rurais, até que os perigosos fugitivos foram apanhados. Foram testados e considerados negativos.

Resumindo: três rapazes foram presos à força e colocados num campo de concentração. Obviamente, não tinham cometido qualquer crime. Tinham entrado em contacto com alguém que tinha dado positivo, embora num teste que encontra positivas cabras, plantas e latas de Coca-Cola, mas vamos esquecer isso por enquanto. Obviamente os três rapazes deram negativo ao teste, embora um teste que também encontra positivas cabras e plantas e latas de Coca-Cola, mas vamos esquecer isso por enquanto. Assim, foram mantidos em isolamento forçado, num campo de concentração, do qual escaparam. Para ser caçados: inocentes e sem culpa, caçados. E agora, capturados e regressados ao cativeiro, considerados negativo ao teste (mas vamos esquecer por enquanto), o nomen omen Ministro Chefe dos Territórios do Norte Michael Gunner [gunner = artilheiro em inglês, ndt], anuncia oficialmente que “esta fuga pode significar uma extensão do período que estes rapazes terão de fazer em quarentena”.

Um detalhe significativo

Um pormenor que considero muito significativo. Vejam bem: os rapazes testam NEGATIVOS. Portanto, não: não são uma ameaça para a saúde pública. E no entanto, ainda estão fechados nestes campos de concentração. Porquê? E no entanto, devido à sua fuga, devido à desobediência, são ameaçados com períodos de detenção mais longos. Mas porquê?

Se são NEGATIVOS ao teste, se não ameaçam a saúde de forma alguma, porque continuam detidos? E porque deveriam ser detidos “ainda mais tempo”? A excepção aos direitos constitucionais, aqueles que dizem que ninguém pode ser privado da sua liberdade e encarcerado à força num campo de concentração sem ter direito a um julgamento justo que prove que cometeu um crime, esta excepção é imposta por motivos de emergência sanitária, de risco para a saúde pública, certo? Mas se forem negativos, não há risco para a saúde pública, não há emergência na qual possam recair. Então porque estão detidos? Porque é que a detenção está agora a ser aumentada? A resposta é puramente lógica: porque a saúde, o saneamento, as emergências sanitárias não têm absolutamente nada a ver com isso nem nunca tiveram, de facto, nada a ver com isso.

Dos cidadãos aos súbditos

Trata-se de passar do Estado de Direito para um Estado policial em que os cidadãos se tornam súbditos e lhes é imposta a obediência total e absoluta, ponto final. É por isso que esses jovens são detidos e punidos: não por criarem inexistentes riscos de saúde, mas por desobedecerem, por se revoltarem, por afirmarem o seu desejo de serem LIVRES.

O mesmo desejo que leva os cidadãos às praças da Itália e do resto dos Países que correm para a ditadura anunciada. O desejo que também é limitado, oposto, reprimido, proibido e punido. O mesmo se aplica aos lockdowns, restrições e passes, que embora reconhecidamente inúteis se não prejudiciais à saúde, são no entanto impostos como manifestações de obediência total e absoluta ao novo regime e ao seu culto fanático, o culto da “Ciência”.

Em conclusão, tenho uma pergunta a fazer: querido antifascista, como vai o sono da tua razão?


 

O episódio relatado por Stefano pode ser encontrado nas páginas de ABC News, o serviço público de televisão e rádio da Austrália, e é relativo às instalações de quarentena da Howard Springs, no longe da cidade de Darwin.

Ainda o Ministro Gunner:

Esta foi a primeira vez que tivemos de utilizar o Centro para um grande número de pessoas de uma comunidade aborígene, mas provavelmente não será a última vez.

O isolamento? Segundo Gunner “é bastante difícil para algumas pessoas habituadas a estar próximas da família e da comunidade”. Mas:

A fuga de Howard Springs não é apenas perigosa, é incrivelmente estúpida. Porque nós vamos apanhá-los e haverá consequências.

A fuga dos três rapazes acontece dias depois de um homem de 27 anos ter escapado das instalações, escalando uma vedação e dirigindo-se para Mitchell Street: mais uma vez, o homem testou negativo para o vírus.

O Comissário Chalker disse que a cobertura da CCTV (videovigilância) será aumentada nas instalações pois não é possível para os agentes estarem presentes em todos os possíveis pontos de fuga.

Também quero chamar a atenção para o esmagador cumprimento que temos tido, dado que várias centenas de pessoas foram colocadas no Centro ligado aos clusters de Robinson River, Katherine, Binjari e Rockhole. Esse cumprimento continua a ser uma prova para a grande maioria.

Aprendemos com o sábio Ministro: se a maioria obedece, significa que é justo obedecer.

 

Ipse dixit.

Na imagem: as instalações de Howard Springs. Fonte: ABC News, Dane Hirst.

4 Replies to “Covid: Austrália, fuga do campo de concentração”

  1. “querido antifascista, como vai o sono da tua razão?”

    Por outros termos, mas olhando dia a dia, o evoluir da nossa realidade, cada vez mais me pergunto o mesmo.

  2. Olá Max: importantíssimo achado Max. Congratulações ao Stefano Re.
    Olá todos: necessária e urgente divulgação possível por todos nós.
    Não vale perguntar pelo estado de espírito dos carrascos. Eles estão bem, eles dormem bem. Vocês não imaginam a satisfação que uma mente vazia e um coração frio sente ao exercer domínio total sobre outros.
    Esse estado de espírito do carrasco potencial está sendo desenvolvido a toda velocidade na sociedade através do elogio e da recompensa da delação, da tirania, do escárnio.
    Os campos de concentração são o modelo, o experimento que pouco a pouco vai convencendo as pessoas que a realidade é essa e não adianta fazer qualquer coisa. Muitos, inclusive afirmarão ser fake news.
    É preciso reconhecer que pessoas de valor que estão a divulgar certas coisas, como campos de concentração, por exemplo, estão se arriscando em benefício daqueles que são capazes de compreender a realidade atual.
    A realidade atual não está para ser relativizada. ´Por ser nova, muita gente séria ainda não percebeu a extensão do buraco negro no qual mergulhamos.
    Se ainda há gente de valor capaz de divulgar verdade, ainda há a possibilidade de muitas cabeças pensantes saírem da escuridão.

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