Covid: finalmente os primeiros números reais

E finalmente começam a ser mostrados os números. O Istituto Superiore della Sanitá, também conhecido como ISS, é um organismo de direito público que, como técnico e científico do Serviço Nacional de Saúde em Itália, realiza investigação, experimentação, controlo, consultoria, documentação e formação no domínio da saúde pública. O Instituto está sob a supervisão do Ministério da Saúde.

O ISS acaba de publicar (durante a presente semana) um relatório no qual são listadas as características das pessoas mortas “por Covid”: trata-se de Caratteristiche dei pazienti deceduti positivi all’infezione da SARS-CoV-2 in Italia (“Características dos pacientes falecidos positivos à infecção de Sars-Cov-2 em Italia”).

Um documento fundamental porque os dados do ISS não são “passivos”, não são “voluntários” ou deixados à boa vontade de almas pias: são dados construídos acima dos relatórios que todos os hospitais italianos são obrigados a preencher e a enviar ao sistema de saúde regional e, deste, para o Ministério. Não existem nem poderiam existir dados mais “oficiais” e completos. E a forma como o relatório começa é explícita:

Este relatório descreve as características dos 130.468 pacientes positivos falecidos de SARS-CoV-2 em Itália desde o início da vigilância até 5 de Outubro de 2021, relatados pela Vigilância Integrada Covid-19 coordenada pelo Istituto Superiore di Sanità.

Mortos “de” e “com” Covid

O que diz o relatório? Ponto de partida é o número de mortos “de Covid” em Italia desde o começo da pandemia, número que, como vimos, é de 130.468 óbitos. Tendo presente que a população italiana actualmente é de 59.55 milhões de pessoas, deixo ao Leitor a tarefa de calcular a relativa ínfima percentagem da mortalidade provocada pela Covid. Nós ficamos com os dados do ISS para perguntar: quantas daquelas mais de 130 mil pessoas não tinham patologias já presentes na altura do contágio? Importante porque desde as primeiras semanas de “pandemia” deixou-se de distinguir entre mortos “de Covid” e mortos “com Covid”: passaram a ser todos “mortos de Covid”, mesmo pessoas em fim de vida por causa de outras patologias.

A resposta contida no relatório é clara: desde o início da “pandemia” (Fevereiro de 2020) as pessoas mortas “de Covid”, portanto sem outra patologia preexistente, foram no total 3.783. Repito: três mil setecentos e oitenta e três. Estes foram os óbitos causados directamente pelo vírus SARS-CoV-2.

Temos a certeza disso? Não. Porque esta análise foi construída tendo como base os dados dos registos médicos, isso é, as fichas dos pacientes, não os resultados das autopsias (que na grande maioria dos casos nem foi efectuada). Pelo que, não pode ser totalmente excluída a hipótese de patologias subjacentes, não detectadas na altura do óbito. Neste caso, o total dos mortos “de Covid” seria ainda menor.

Mas vamos pôr de lado esta última questão e consideramos como certos os dados apresentados pelo ISS: os mortos “de Covid” desde o começo da “pandemia” foram 3.783. E os restantes 126.685 óbitos? Os mortos não “de Covid” mas “com Covid”? Como vimos, tinham todos patologias preexistentes. Portanto: pessoas debilitadas, mais vulneráveis perante a acção do vírus.

As patologias

O ISS retirou uma amostra dos óbitos e, a partir daí, calculou as percentagens das várias patologias preexistentes, frutos da análise de quase oito mil registos médicos (7.910 para ser mais precisos).

O resultado é o seguinte: o número médio de patologias preexistentes observadas foi de 3.7. Isso significa que, em média, cada pessoa morta “com Covid” tinha mais de 3 patologias preexistentes, quase quatro. Não propriamente uma pessoa “saudável”.

Mais em pormenor:

  • 2.9 % da amostra (230 pacientes) com 0 patologias
  • 11.4 % (902) com 1 patologia
  • 18.0 % (1.424) com 2 patologias
  • 67.7 % (5.354) com 3 ou mais patologias.

Tanto para retirar possíveis dúvidas, vamos espreitar as patologias preexistentes detectadas:

  • hipertensão arterial (65.8%)
  • diabetes mellitus tipo 2 (29.3%)
  • doença cardíaca isquémica (28%)
  • fibrilação arterial (24.8%)
  • diálise (21.4%)
  • cancro nos últimos 5 anos (16.3%)
  • insuficiência cardíaca (15.7%)
  • AVC (11.5%)
  • doenças auto-imunes (7%)
  • hepatopatia crónica (5.1%)
  • Aids (2.3%)

Portanto: não propriamente gripes.

Idade

O relatório acerca da idade dos falecidos:

A idade média dos doentes positivos falecidos com SARS-CoV-2 é de 80 anos (mediana 82, intervalo 0-109, InterQuartile Range-IQR (1º quartil=74; 3º quartil=88)).[…]

Até 5 de Outubro de 2021, 1.601 dos 130.468 (1.2%) doentes positivos falecidos com SARS-CoV-2 tinham menos de 50 anos de idade. Especificamente, 399 destes tinham menos de 40 anos de idade.

Ainda dúvidas?

3.783 pacientes mortos sem patologias anteriores: isso significa apenas 2.9 % de todos os óbitos. São menos de 4.000 vítimas, contra as mais 130.000 apresentadas num País onde, em média e todos os anos, há 650.000 mortes. A simples gripe sazonal pode matar até 30.000 pessoas.

O documento do ISS é claro: 67% dos óbitos está relacionado com pessoas que tinham três ou mais patologias. Foi levianamente assumido que aquele 67% morreu “de Covid”, da mesma forma com a qual poderíamos assumir que aquele 67% morreu por causa dum das três ou mais patologias das quais sofria.

Matteo Bassetti, director do Departamento de Doenças Infecciosas do hospital San Martino de Genova e presidente da Sociedade Europeia de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas, em 20 de Novembro de 2020:

Qualquer pessoa que chegasse ao hospital com um esfregaço positivo, mesmo que tivesse tido um ataque cardíaco, era qualificada como tendo morrido de Covid.

Conseguimos ter uma noção do que isso representa? O risco duma pessoa saudável de morrer por causa da Covid é mínimo, até residual. A vacinação entre as pessoas saudáveis com menos de 60 ou 70 anos é um absurdo e não encontra nenhuma justificação. Isso para não falar da vacinação entre as camadas mais jovens.

Mas vamos assumir que todos os pacientes com patologias preexistentes morreram unicamente por causa da Covid. Isso torna os confinamentos obrigatórios, as vacinações, os passes ou as certidões medidas inúteis que deveriam ter abrangido só e unicamente os indivíduos das categorias em risco. Medidas que teria sido possível evitar se, desde o início da “pandemia”, não tivesse havido uma propositada confusão entre mortos “de Covid” e “com Covid”, como estas páginas sempre alertaram.

Obviamente estes dados implicam várias outras perguntas, entre as quais duas em particular:

  1. quantos mortos poderiam ter sido evitados se, desde logo, a aposta tivesse sido feita na prevenção mirada para as categorias de risco e no tratamento das mesmas em vez de esperar uma vacina para todos?
  2. perante estes novos números, como justificar as mortes directamente provocadas pela vacinação (mais de 20 mil só na Europa?)

 

Ipse dixit.

2 Replies to “Covid: finalmente os primeiros números reais”

  1. Olá Max:
    Fica claro que a Covid é um problema de saúde muito pequeno, tratável com remédios (já visto em II), e que a vacina nada mais é que uma arma biológica.
    Vivemos , todos, uma guerra diferente: dos poderosos contra a humanidade, cujas táticas passa pelo convencimento e a obrigatoriedade.
    Lamentavelmente, até o momento, ganham os poderosos. Mas as reações da humanidade começam a emergir.
    Enfim, não sei se vamos sair dessa guerra. Acho difícil. Tudo indica que o conceito de guerra permanente está em vigor.

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