Covid: as previsões e uma boa notícia

Estudiosos das universidades Duke, Harvard e Johns Hopkins concluíram que poderia haver mais cerca de um milhão de mortes nas próximas duas décadas devido ao confinamento obrigatório. O documento, intitulado The Long-Term Impact Of The Covid-19 Unemployment Shock On Life Expectancy And Mortality Rates (“O Impacto a Longo Prazo do Choque do Desemprego Provocado pela Covid-19 na Esperança de Vida e nas Taxas de Mortalidade”) especula que “Para a população em geral, o aumento das taxas de mortalidade como resultado da pandemia Covid-19 implica um espantoso 0.89% e 1.37 milhões de mortes adicionais durante os próximos 15 e 20 anos, respectivamente”.

O estudo sobre como o desemprego afecta a mortalidade e a esperança de vida centrou-se em 67 anos de dados das instituições norte-americanas Bureau of Labor Statistics e Centers for Disease Control and Prevention (CDC) sobre desemprego, esperança de vida e taxas de mortalidade. O documento sugere que as mortes causadas pelo declínio económico e social como resultado dos lockdowns podem “exceder em muito as mortes directamente relacionadas com a Covid-19 crítica aguda. A recessão provocada pela pandemia pode pôr em perigo a saúde da população durante as próximas duas décadas”.

Não que fosse preciso um génio para desenvolver a equação “mais desemprego = mais mortes”, mas uma coisa é intuir isso, outra é estudar os dados e avançar com projecções baseadas naquela mesma ciência utilizada para justificar regras como confinamento obrigatório, distanciamento social, etc.

O estudo explica:

Estes números correspondem a 0.24% e 0.37% da população dos EUA, com base em projecções a 15 e 20 anos, respectivamente. Para os afro-americanos, estimamos 180.000 e 270.000 mortes adicionais ao longo dos próximos 15 e 20 anos, respectivamente. Estes números correspondem a 0.34% e 0.49% da população afro-americana estimada de 15 e 20 anos, respectivamente. Para os brancos, projectamos mais 0.82 e 1.21 milhões de mortes durante os próximos 15 e 20 anos, respectivamente. Estes números correspondem a 0.30% e 0.44% da população branca estimada de 15 e 20 anos, respectivamente. Estes números são divididos de forma aproximadamente uniforme entre homens e mulheres.

Os autores salientam ainda:

Com base nos dados emergentes, é provável que o acesso limitado aos cuidados de saúde durante o lockdown, a suspensão temporária das intervenções de cuidados preventivos, a perda maciça da cobertura do seguro de saúde fornecida pelo empregador, bem como a preocupação contínua da população em procurar cuidados médicos para evitar a contratação da Covid-19, terão um impacto ainda mais grave nas taxas de mortalidade e na esperança de vida. […] Interpretamos estas conclusões como uma direcção clara para os decisores políticos considerarem as sérias implicações a longo prazo desta recessão económica na vida das pessoas quando deliberarem sobre medidas para recuperar da Covid-19 e conter a mesma.

Estes dados e previsões, obviamente, são limitados ao território dos Estados Unidos. Resumindo: a cura é pior do que a doença.

Nenhuma novidade: o Ministro alemão para a Cooperação Económica e Desenvolvimento, Gerd Muller, advertiu recentemente que os bloqueios resultantes da Covid-19 irão causar “uma das maiores” crises de fome e pobreza da história:

Esperamos mais 400.000 mortes por malária e VIH só este ano no continente africano, mais meio milhão de pessoas morrerão de tuberculose.

Os comentários de Muller chegaram meses depois do estudo divulgado pelo Ministério do Interior alemão ter revelado que o impacto dos lockdowns no País poderia matar mais pessoas do que o Coronavírus, devido à incapacidade de tratar outras doenças graves.

Estudos e pesquisas neste sentido é algo que não falta, sendo constantemente ignorados mesmo que a mortalidade provocada pelas medidas anti-Covid seja um factor intuitivo. Apenas uma mão cheia de links para os mais interessados: The Guardian, Financial Mail, The Lancet, Just Facts, outra vez The Guardian, Daily Mail, novamente Daily Mail

A boa notícia

Mas não há apenas más notícias ligadas ao Coronavirus, também há novidades positivas: há quem esteja a recuperar da Covid de forma rápida e sem sequelas. Se calhar não são muitos, mas há. Para sermos mais precisos, falamos aqui das 1.000 pessoas mais ricas do planeta que em nove meses recuperaram todas as perdas. Nada mal, não é?

Este é o resultado dum outro estudo, desta vez da Oxfam. O documento mostra que a Covid-19 tem o potencial de aumentar a desigualdade económica em quase todos os Países ao mesmo tempo: a primeira vez que isto acontece desde que os registos começaram há mais de um século. O aumento da desigualdade significa que pode ser preciso mais tempo para que as pessoas que vivem na pobreza regressem aos níveis pré-pandémicos do que foi necessário para os 1.000 sortudos bilionários. Quanto “mais tempo”? Bom, não muito: 14 vezes mais. Um pouco de paciência nunca matou alguém.

O estudo é acompanhado por um inquérito global a 295 economistas de 79 Países: 87% dos inquiridos esperam um “aumento” ou um “grande aumento” da desigualdade nos rendimentos do respectivo País como resultado da pandemia.

O relatório da Oxfam mostra como o sistema económico está a permitir a uma elite super-rica acumular riqueza no meio da pior recessão desde a Grande Depressão, enquanto milhares de milhões de pessoas lutam para sobreviver. Revela como a pandemia está a aprofundar as divisões económicas, raciais e de género de longa data.

Tudo isso é mau? Não sejam tão negativos: aprendam a sorrir com a sorte de 1.000 pessoas.

 

Ipse dixit.

12 Replies to “Covid: as previsões e uma boa notícia”

  1. Elementar. Se o plano da Covid foi posto em marcha pelos bilionários do mundo, naturalmente eles ja´sabiam que não precisavam se isolar dentro de suas mansões, cumprimentar com o cotovelo, e amplas barbaridades difundidas no mundo.
    A não ser em demonstrações públicas que, depois de teatralizadas, devem ter rendido muitas risadas.
    Por outro lado não são os únicos a rir. Recentemente mencionei o caso da favela brasileira que não considerou a propalada transmissão de um vírus letal. É não foi a única. Muitas aglomerações urbanas pobres no Brazil fizeram o mesmo e nem por isso aumentaram as taxas (duvidosas) de mortalidade.
    Conheço uma pessoa que de uma hora para outra acordou cheia de dores intensas pelo corpo, tosse e dificuldade de respiração. Ficou em repouso na sua casa 5 dias ( o tempo do ciclo da gripe), tomou altas doses de vitamina C, anti inflamatórios, remédios para distensão do tronco pulmonar ( em geral utilizados por pessoas com bronquite aguda), chá de limão com gengibre. Em cinco dias não tinha mais nada.
    Se foi contaminação pela Covid ou não, se foi uma gripe forte ou não, o fato é que ela ficou bem.
    Há pessoas que compreendem que se alguém afirma uma coisa, deve haver outro que afirme o oposto. Então tratam de observar ao seu redor e procurar a maior porção de informações a respeito. E concluem o que fazer consigo mesma.
    A maioria segue a primeira onda de “notícias” e fecha-se totalmente a quaisquer outras explicações. Os mortos e os mais prejudicados por esse plano de sucesso dos bilionários para ir diminuindo gente por eles considerada descartável no planeta estão entre a maioria que não gosta de pensar..

    1. Minha cara vizinha, será que faz sentido diminuir a população mundial ?

      Será que entre esses grupos de bilionários não há proprietários e investidores das industrias eletrônicas , telecomunicações, internet e entretenimento ? Que interesse teriam em reduzir o número de clientes?

      – O brasil é o quarto país com mais celulares ativos no mundo. O brasileiro compra um celular novinho, que logo é roubado por um assaltante maltrapilho. Então ele compra um usado ( provavelmente roubado ) ou adquire um novo em 10x no crediário das Casas Bahia.

      – A Netflix , devido o grande mercado,se popularizou tanto, que tem planos de Tv por assinatura mensal por 6 dólares.

      – A Disney acaba de adquirir a ESP e a Fox Sports.

      – Está sendo lançado a plataforma do celular 5G no brasil.

      – As redes de fibra ótica estão em expansão.

      – Industria farmacêuticas querendo manter os idosos vivos para faturarem com o aumento da longevidade.

      – Sem falar no setor de alimentos.

      Todos esses setores dependeram e sempre dependerão das grandes massas de consumidores para tornarem-se gigantes.

      Que sentido há em reduzir a população ?

      Só se está para acontecer uma catástrofe apocalíptica , cujo o dia e hora , só eles conhecem. Então , nesse caso, faz muito sentido.

      1. Com relação ao tratamento. O mesmo remédio que serve para mim, não serve para vc. Como diria o Raulzito : “Cada ser é um universo”.

        Fui até um médico particular , pedi e estou tomando um coquetel de vitaminas. Ele me deu uma receita com remédios para tomar caso os sintomas apareçam mais fortes. Ainda deixou o telefone para entrar em contato em caso de agravamento. Eu gastei entre consulta e vitaminas para 3 meses , R$ 540. Porém , grande parte dos brasileiros não podem se dar ao “luxo” de fazer o mesmo, sem comprometer o orçamento. Imaginem o custo para quem tem muitos filhos.

        Já o protocolo de atendimento do SUS aqui em Florianópolis, funciona assim, segundo relatos de amigos:

        – Cidadão chega ao posto com suposto sintoma.
        – É feito exame ( estilo Drive Thru , a pessoa é atendida pela janela do carro ) através do palito no nariz.
        – Dando positivo , a pessoa volta a consulta com o médico, que pergunta quais os sintomas e conforme a resposta, especifica a receita , deixando uma outra para o caso de agravamento dos sintomas. Deixam uma recomendação que após tomar os remédios para caso grave, os sintomas não desaparecerem em 3 dias , para procurar um hospital.

        A grande e esmagadora maioria é assintomática. Alguns se curam com o tratamento dos remédios e outros desenvolvem de tal maneria que mal conseguem respirar.

        “E é assim que a coisa é”.

        Também não concordo com o isolamento social , mas não entendo a insistência em menosprezar uma crise de saúde pública.

      2. Os multi bilionários não precisam de nós para comprar os “produtos” deles. Eles já detém 90% do dinheiro global, nós, para eles, não somos “ essenciais”. O que eles querem agora são os recursos naturais de quaisquer países, e farão de tudo para obtê-los mais ainda.

        1. Sim, eles tem residência de verão e de inverno, casa de campo e de praia, Las Vegas, Epcot , Estação de esqui, viagens internacionais e todos os recursos para armazenar ou gastar o que quiserem.

          Devem estar entediados. Então resolveram criar seus próprios Jardins do Eden.

          Mas, para que ? Para controlar as pessoas ? Já não somos controlados ?

          1. Sim somos controlados, mas não ao ponto que “eles” querem. Por exemplo: com o dinheiro físico, não há controle absoluto. Não dá pra saber quanto você gastou em suas despesas particulares ou quanto de dinheiro você possui em suas mãos, guardados. Com a moeda digital , saberão exatamente quanto temos, por não haver mais o dinheiro físico. Outro exemplo: reconhecimento facial. Saberão onde estamos, onde embarcamos/desembarcamos, onde estamos hospedados, etc. A elite , se possível, quer domínio de 100% de nossas atividades. Sabemos como a maioria das pessoas gostam de bisbilhotar a vida alheia , a vizinha/vizinho do bairro que “sabe tudo” de nossa vida, imagine uma elite que não importa se conosco, não os vemos nas ruas no dia a dia e nem veremos. Eles vivem no mundo deles, independente do nosso. “Fabricam “ o dinheiro físico, imagina o digital. Enfim, o ser humano ( elite) está mostrando sua face cruel , são doentes e sem máscara.

            1. Parcela significativa da população mundial sequer tem poder de consumo, portanto, vistos pelas elites como completamente descartáveis. Outro ponto a ser observado é o realinhamento entre as riquezas naturais e artificiais, algo inédito na história conhecida. As elites perceberam que não há como prolongar um mundo simplesmente baseado na emissão de dinheiro do nada sem que haja uma razoável contrapartida em riqueza natural (e finita). E para interferir nesta equação, haverá substanciais mudanças de impacto global, à médio prazo. Mas enquanto isso, falemos de vacinas, de satanismos, e outros q tais.

            2. Não sei se vc lembra , mas o assunto da nossa conversa, que começou com o comentário da Maria, era o porquê do motivo dos bilionários quererem a redução da população mundial.

              1. A resposta acima foi para o anônimo.

                jk: A elite sempre tratou a ralé como descartável. Mas sabe que precisa dela para servi-lhe. Reduzir a população com um vírus que atinge mais os idosos e doentes , cujo percentual de mortos não vai chegar a números astronômicos. Então espera-se que as pessoas morram pelo desemprego. Sei lá. Eu lançaria um vírus mais mortal.

                1. Em breve haverá um cenário de bilhões e bilhões de desempregados no mundo, a ralé. A inteligência artificial , a robótica etc tomando bilhões de empregos, fazendo com que a ralé seja dispensável. Só que a ralé vai fazer barulho, precisa trabalhar (mas não haverá emprego, pois foram tomados pelas tecnologias ) , à ralé precisa comer , então, chegará a hora , como
                  Você disse, de se lançar um vírus mais mortal , para por fim em grande parte dessa população. Talvez daqui a dois anos ou três anos mais ou menos, porque até lá o mundo já se “acostumou” com a fraudemia e vai dizer : Olha, agora surgiu um vírus mais mortal. A elite trabalha com a lógica, uma coisa que leva a outra , e outra e outra. Fazem a coisa a torna lá imperceptível para a grande maioria. Ainda bem que temos bons sites para trocarmos conhecimento e ideias e pessoas como vocês que entendem o controle que estamos sofrendo em nível mundial e coordenado. É a história do sapo na panela de água quente. Se jogar o sapo na panela com a água quente , ele pula, percebe que está quente, que tem algo errado, mas, se vc colocar o sapo na panela com a temperatura da água agradável , ele fica lá e, quando ela está sendo aquecida aos poucos , ele não percebe. ( o sapo somos nós , população). Infelizmente , não queria , mas vira sim um “viris” ou o que lá seja, mais mortal. Sejamos precavidos e cuidemo nos . A conferir. P.S. Desculpe não coloquei meu nome anônimo= Alexandre .

                  1. Olá Alexandre.

                    O que estou querendo dizer desde o início, é que a elite ou poder dominante ou outra qualquer denominação que possamos dar, já tem os meios e mecanismos para nos controlar e já o fazem.

                    Eles decidem qual produto vamos comprar, qual agrotóxico vamos ingerir junto com os alimentos, quais empregos sobrarão para as pessoas de carne e osso, quais os programas iremos assistir, qual presidente governará o nosso país…

                    Então, não entendo, porque eles iriam se arriscar com um vírus. Derrubar mercados, matar meia dúzia e gerar uma imensa horda de desempregados que marchariam em direção aos ricos ( isso já acontece hoje ) como num cenário de “Mad Max”.

                    Para mim , esse vírus apareceu ( e ninguém apresentou provas sobre o responsável) , e como tudo nesse mundo, aproveitou-se da situação, quem mais pôde , seja politicamente ou financeiramente.

                    Moro a 50 metros de um McDonald’s , o movimento no drive thru aumentou exponencialmente durante essa “pandemia”, a ponto de bloquear uma das faixas da avenida. O movimento que só era grande em finais de semana ou em dias de promoção , passou a ser quase que diário. Pois é, quem sabe se o culpado por espalhar o vírus não seja o Ronald ? Brincadeirinha, só para descontrair.

                    Abraço.

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