O que é a imunidade de grupo?

Diz Wikipedia versão portuguesa:

Imunidade de grupo ou efeito rebanho: Forma de protecção e de controlo em relação a uma doença infecciosa que se obtém quando parte significativa de uma população fica imune a essa doença, quer através de vacinação, quer através da exposição à doença.

Pois é: a propagação de uma epidemia depende do número de contactos e transmissões da doença entre indivíduos infectados e susceptíveis. A percentagem de indivíduos imunes que impede a propagação epidémica de uma doença infecciosa é chamada “limiar de imunidade do rebanho”, conhecida como HIT (do inglês “Herd Immunity Threshold”). Portanto, se a percentagem de imunidades na população for superior ao HIT, a doença epidémica pode ser contida ou eliminada. A imunidade produzida pode ser permanente, parcial, ou temporária.

Na prática, nas doenças infecciosas que são transmitidas de indivíduo para indivíduo, a cadeia da infecção pode ser quebrada quando um grande número de membros da população for imune ou menos susceptível à doença: quanto maior for a proporção de indivíduos resistentes, menor será a probabilidade de um indivíduo susceptível entrar em contacto com o agente patogénico (por exemplo, um vírus).

A ideia é simples e pode ser representada com esta imagem:

A ideia é simples e nem nova. A primeira publicação científica a utilizar explicitamente o termo “imunidade do rebanho” parece ter sido um estudo publicado em 1923 por Topley e Wilson intitulado The spread of bacterial infection: the problem of herd immunity. Mas o facto da presença de indivíduos imunes poder fornecer protecção indirecta a outros tinha sido reconhecido muito antes por William Farr nos seus estudos sobre a propagação do sarampo em Londres. Embora Edward Jenner e Louis Pasteur já tivessem formulado hipóteses sobre como as vacinas poderiam erradicar uma doença, não foi antes dos estudos sobre a dinâmica da malária que se definiu como eliminar ou erradicar uma doença: não era necessário ter uma população totalmente imune, mas era suficiente que a probabilidade de transmissão fosse inferior a um determinado limiar.

Em 1971 foi publicado um estudo que, baseado no modelo matemático Reed-Frost, permitiu uma estimativa do limiar mínimo para ter imunidade do rebanho. A seguir, eis uma tabela que mostra o HIT de algumas doenças (fonte: Senato.it):

HIT de algumas doenças infecciosas
Doença Transmissão HIT
Sarampo Aerotransportato 92-95%
Pertússis Aerotransportato 92-94%
Difteria Saliva 83-86%
Rubéola Aerotransportato 83-86%
Varíola Aerotransportato 80-86%
Poliomielite Via fecal-oral 80-86%
Parotidite Aerotransportato 75-86%
SARS 2004 Aerotransportato 50-80%
Ébola Líquidos corporais 33-60%
Gripe sazonal Aerotransportato 33-44%

A imunidade de rebanho é um facto científico? Não, não é, pela simples razão que é muito difícil demonstrá-la. É normalmente aceite pela comunidade científica, mas como reproduzi-lá em laboratório? No entanto, existem vários estudos que têm demonstrado a sua existência de forma indirecta. Por exemplo o caso da raiva na Alemanha.

A raiva na Alemanha

A raiva é uma doença viral infecciosa que causa uma inflamação cerebral grave e geralmente leva à morte. A transmissão ocorre através de picadas e/ou contacto entre uma pessoa saudável e a saliva (com vírus) da pessoa infectada. A doença está disseminada em várias áreas do mundo e é endémica na vida selvagem em algumas áreas: o reservatório preferido do vírus é representado por canídeos (raposas, lobos, coiotes), morcegos, etc. A raiva também circula entre alguns animais domésticos, tais como cães, gatos e gado, que na maioria dos casos foram infectados por uma mordedura de um animal selvagem doente: por sua vez, os animais domésticos podem morder e infectar seres humanos.

Na Alemanha, foram registadas nove mortes humanas causadas pela raiva entre 1981 e 2005, das quais pelo menos duas provocadas por picadas de animais infectados. Uma análise da prevalência da doença entre animais selvagens e domésticos mostrou que existiam 10.634 animais infectados em 1977 e 10.484 em 1981.

O governo federal decidiu intervir com uma vacinação em massa da população de raposas, uma vez que a simples vacinação de humanos e animais domésticos teria impedido a propagação do vírus nestas duas populações mas não entre animais selvagens que, por sua vez, poderiam ter mordido indivíduos que, por várias razões, não tinham sido vacinados. Os programas de vacinação tiveram início em 1983 na República Federal da Alemanha e em 1989 na Alemanha Oriental, por um custo estimado de cerca de 100 milhões de Euros. Para a administração da vacina aos espécimes selvagens foram utilizados iscos tratados, que foram dispersos nas áreas arborizadas para que os animais os pudessem comer.

Em sete anos o número de animais infectados desceu para metade e quase desapareceu no início dos anos 2000 (apenas três casos notificados em 2006). Em 2008, a Organização Mundial de Saúde Animal declarou erradicada a raiva na Alemanha. Uma vez que não existem outras causas que possam explicar a redução da prevalência da raiva nas populações animais selvagens, tais como a melhoria das condições de higiene, a única explicação plausível é a utilização em massa da vacina e a imunidade do rebanho que foi criada.

Pelo que: quando um vírus mata o seu hospedeiro, ou seja, quando um vírus sobrecarrega a capacidade do corpo de o integrar, morre e assim não se propaga. Quanto mais isto acontecer, menos o vírus consegue espalhar-se. Se o vírus não matar o seu hospedeiro, pode passar para outros através dos meios habituais. Mas se o vírus não encontrar sujeitos susceptíveis (porque imunizados), morre.

Quando se apanha um vírus e se luta contra ele, o sistema imunitário codifica essa informação de uma forma a criar imunidade. Quando acontece num número suficiente de pessoas o vírus perde a sua qualidade pandémica e torna-se endémico, ou seja, previsível e controlável. É o ABC da Virologia/Imunologia.

Mas a OMS…

Parece o fim da história mas assim não é. Agora, a Organização Mundial de Saúde, por razões desconhecidas, alterou subitamente a definição deste conceito fundamental da imunologia: a imunidade de rebanho existe mas é obtida unicamente com as vacinas. A OMS, uma vez em glória por ser a principal responsável pela erradicação da varíola, mudou literalmente a ciência: apagou qualquer menção à imunidade natural.

Aqui está o website da OMS no dia 9 de Junho de 2020. Também é possível vê-lo em Archive.org, site que armazena as velhas páginas internet. Vamos até o fundo da página e clicamos na pergunta relativa à imunidade do rebanho. O resultado é o seguinte:

A imunidade do rebanho é a protecção indirecta contra uma doença infecciosa que acontece quando uma população é imune, quer através da vacinação, quer através de uma imunidade desenvolvida através de uma infecção anterior. Isto significa que mesmo as pessoas que não foram infectadas, ou nas quais uma infecção não desencadeou uma resposta imunitária, estão protegidas porque as pessoas à sua volta que são imunes podem actuar como amortecedores entre elas e uma pessoa infectada. O limiar para estabelecer a imunidade do rebanho para a COVID-19 ainda não é claro.

Uma definição precisa. A afirmação de que o limiar da Covid-19 “ainda não é claro” também é correcta: nem temos ideias acerca da verdadeira taxa de mortalidade. Mas agora vamos ver a nova versão, online desde Novembro de 2020:

A “imunidade da população”, também conhecida como “imunidade da população”, é um conceito utilizado para a vacinação, no qual uma população pode ser protegida de um determinado vírus se for atingido um limiar de vacinação.

A imunidade do rebanho é alcançada protegendo as pessoas de um vírus, e não expondo-as a ele. Leia o discurso informativo do Director-Geral de 12 de Outubro para mais pormenores.

As vacinas treinam os nossos sistemas imunitários para desenvolver anticorpos, tal como pode acontecer quando estamos expostos a uma doença mas – crucialmente – as vacinas funcionam sem nos deixarem doentes. As pessoas vacinadas estão protegidas de contrair a doença em questão. Visite a nossa página web na COVID-19 e vacinas para mais detalhes.

À medida que mais pessoas numa comunidade são vacinadas, menos pessoas permanecem vulneráveis, e há menos possibilidade de passar o agente patogénico de pessoa para pessoa. A diminuição da possibilidade de um agente patogénico circular na comunidade protege aqueles que não podem ser vacinados devido a outras condições de saúde graves da doença visada pela vacina. A isto chama-se “imunidade do rebanho”.

A ‘imunidade do rebanho’ existe quando uma elevada percentagem da população é vacinada, o que dificulta a propagação de doenças infecciosas, porque não há muitas pessoas que possam ser infectadas. Leia as nossas perguntas e respostas sobre vacinas e imunização para mais informações.

A percentagem de pessoas que precisam de ter anticorpos para alcançar a imunidade do rebanho contra uma determinada doença varia com cada doença. Por exemplo, a imunidade do rebanho contra o sarampo exige que cerca de 95% de uma população seja vacinada. Os restantes 5% serão protegidos pelo facto de o sarampo não se propagar entre aqueles que são vacinados. Para a poliomielite, o limiar é de cerca de 80%.

Atingir a imunidade com vacinas seguras e eficazes torna as doenças mais raras e salva vidas.

Pelo que, segundo a OMS, os humanos não têm qualquer sistema imunitário: para alcançarem a imunidade dependem inteiramente das grandes empresas farmacêuticas e das vacinas por estas produzidas. Nada de vacina? Nada de imunidade, muito simples. Anticorpos produzidos naturalmente? Zero. Derrotar uma doença só é possível com uma poção mágica e misteriosa que tem o nome de “vacina”. Como conseguiu o Homem sobreviver até hoje é um mistério, provavelmente foram só intervenções divinas.

O que é ainda mais estranha é esta frase: “A imunidade do rebanho é alcançada protegendo as pessoas de um vírus, e não expondo-as a ele”. É estranha porque este é exactamente o mecanismo das vacinas, que funcionam ao activar o sistema imunitário através da exposição: a vacina mostra o vírus ao sistema imunitário, logo este aprende a criar anticorpos. Um mecanismo que funciona desde 1796, quando Edward Jenner experimentou a vacina contra a varíola. Mas agora podemos atirar Jenner e as ideias dele para o lixo: agora, segundo a OMS, é preciso evitar qualquer exposição. O que, casualmente, é o que fazem as novas vacinas mRNA: não mostram uma versão “desactivada” do vírus mas modificam directamente o nosso código genético.

Na prática, é muito complicado seguir o raciocínio da OMS: sim, afinal o sistema imunitário parece existir porque as vacinas mRNA contêm as instruções para activa-lo contra o Coronavírus. Mas é um sistema imunitário inerte: sem vacinas não há produção de anticorpos e não pode ser alcançada a imunidade de rebanho. Ou talvez sim, porque “tal como pode acontecer quando estamos expostos a uma doença mas – crucialmente – as vacinas funcionam sem nos deixarem doentes” significa que sim, ao entrar em contacto com uma doença podemos desenvolver os nossos anticorpos naturais (lembrando o aspecto “crucial”: só a vacina permite não ficarmos doentes pois a ideia de indivíduos assintomáticos não existe neste universo paralelo da OMS). Aleluia! O nosso sistema imunitário não é inerte! Mas, ao mesmo tempo, é preciso evitar expo-lo à doença. Por qual razão se, como afirma a mesma OMS, este processo desenvolve anticorpos? Mistério, é assunto só para iniciados. Doutro lado, todas as vacinas utilizadas até hoje faziam isso, expor o sistema imunitário à doença, inclusive a vacina com a qual a OMS conseguiu erradicar a varíola. Se é preciso evitar a exposição do sistema imunitário às doenças, então funcionavam com base em quê? Sorte, posição dos astros, exorcismos, casualidade…

A Medicina mudou? A Ciência mudou? Não, mudou a política. A OMS ignora e até apaga um par de séculos de progresso médico em virologia, imunologia e epidemiologia: tornou-se uma empresa em mãos privadas, completamente não científica e injustificadamente pró-vacinas. Quando os manuais escolares utilizados pelos estudantes nas faculdades contradizem as declarações oficiais das autoridades durante uma crise em que a classe dominante está claramente a tentar tomar o poder permanente, então temos um grande problema.

 

Ipse dixit.

5 Replies to “O que é a imunidade de grupo?”

  1. Esta alteração ao conceito de ‘Imunidade de rebanho’ da OMS, cumpre claramente um propósito que é a promoção das vacinas.
    Sabendo-se que a OMS é uma empresa privada e globalista, então devemos ficar muito preocupados com a vacinação em massa quando promovida desta forma, que é mentir para alcançar o propósito, propósito esse com todo o aspecto de ser obscuro.
    Também já vi questionar a designação de ‘vacina’ a estas substancias que nos querem injetar. Nem tudo o que parece, é.

  2. “Doutro lado, todas as vacinas utilizadas até hoje faziam isso, expor o sistema imunitário à doença, inclusive a vacina com a qual a OMS conseguiu erradicar a varíola. Se é preciso evitar a exposição do sistema imunitário às doenças, então funcionavam com base em quê? Sorte, posição dos astros, exorcismos, casualidade…”
    OPORTUNISMO é a palavra mais certa. Quando se fala em inicio da vacinação esquece-se o decrescimento da mortalidade pela melhoria da qualidade de vida e pela higiene. No fundo um acréscimo do fortalecimento do sistema imunitário.
    Eficacia doas vacinas por “estudos” contra o covid = +- 95%
    Eficacia do sistema imunitário contra o covid = acima de 95%
    Mas não liguem a esse detalhe que pelas regras de mercado o que não rende desaparece.

  3. O esquema da Organização Mundial de Saúde (OMS) é sempre o mesmo:

    – World Health Organization Scientists Linked to Swine Flu Vaccine Makers

    https://abcnews.go.com/Health/SwineFlu/swine-flu-pandemic-world-health-organization-scientists-linked/story?id=10829940

    – The Pandemic That Wasn’t

    https://www.forbes.com/2010/03/10/swine-flu-world-health-organization-pandemic-opinions-contributors-henry-i-miller.html

    – Drug companies face European inquiry over swine flu vaccine stockpiles

    https://www.theguardian.com/world/2010/jan/11/swine-flu-h1n1-vaccine-europe

  4. Pesquisando um assunto que envolve a cidade de Burdigala (atual Bordeaux), quem surge como cidade irmã??? A chinesa Wuhan, ela mesmo…

  5. Vacina não é sinonimo de imunização. Já foi comprovada a propagação de sarampo por pessoas vacinadas que também desenvolveram os sintomas desta doença… É vital repensar completamente tudo sobre vírus. Afinal o importante é o “terreno”.

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