Manual do Bom Cidadão: Identificar e combater as teorias da conspiração

Dia de sorte: hoje alguém escreveu um artigo por mim. E que artigo: bem comprido, com tanto de imagens! Obrigado, muito obrigado aos autores: a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e a Comissão Europeia. De facto, não tenho que fazer nada: só copiar e colar.

Para os mais curiosos: o original pode ser encontrado nas páginas da Comissão Europeia, assim como as imagens (são infografias e ficam entre os Documentos, no fim do artigo).

Do seu lado, a Unesco explica:

As teorias da desinformação e da conspiração causadas pela pandemia da COVID-19 representam uma ameaça, uma vez que muitas vezes visam e discriminam grupos vulneráveis, ignoram as provas científicas e polarizam a sociedade com consequências graves. Para abordar esta questão, a UNESCO em cooperação com a Comissão Europeia, Twitter e o Congresso Mundial Judaico lançou a campanha online com o objectivo de aumentar a consciência da existência e consequências das teorias de conspiração ligadas à crise da COVID-19.

“As teorias da conspiração causam danos reais às pessoas, à sua saúde, e também à sua segurança física. Amplificam e legitimam conceitos errados sobre a pandemia, e reforçam estereótipos que podem alimentar a violência e ideologias extremistas violentas” (o Director Geral da UNESCO Audrey Azoulay)

Como parte da campanha online, a UNESCO introduziu uma série de recursos de aprendizagem visual facilmente acessíveis e abrangentes. Os materiais produzidos ajudam indivíduos e comunidades a aprender como identificar, desmascarar, reagir e relatar as teorias da conspiração para evitar a sua propagação.

“Em cooperação com a Comissão Europeia, Twitter e o Congresso Mundial Judaico”?!? Mas esta gente é maravilhosa, não preciso fazer nada mesmo, nem procurar o quer que seja! Pessoal, tornei-me um europeista convencido.

Mas agora, eis o artigo. Prontos? Vamos:


Identificar as teorias da conspiração

 

Com a pandemia de COVID-19, assistiu-se a um aumento das teorias da conspiração nocivas e enganosas, que se propagam principalmente em linha. Para fazer face a esta tendência, a Comissão Europeia e a UNESCO dão a conhecer um conjunto de dez infografias educativas para ajudar os cidadãos a identificar, desmentir e combater as teorias da conspiração.

Atenção: com a pandemia de COVID-19, assistiu-se a um aumento das teorias da conspiração nocivas e enganosas. Pode ser difícil reconhecê-las ou saber a melhor forma de lidar com elas.

O que são as teorias da conspiração? Por que motivo têm tanto êxito?

1. O que são? A crença de que determinados acontecimentos ou situações são manipulados secretamente, nos bastidores, por forças poderosas e mal-intencionadas.
2. As teorias da conspiração têm estas seis características em comum: 1. Um alegado plano secreto.

2. Um grupo de conspiradores.

3. «Elementos de prova» que parecem confirmar a teoria da conspiração.

4. Falsas sugestões de que nada acontece por acaso e que não há coincidências, de que nada é o que parece e tudo está interligado.

5. A divisão do mundo entre «bons» e «maus».

6. A designação de pessoas ou grupos como bodes expiatórios.

3. Por que motivo têm tanto êxito? Surgem frequentemente como uma explicação lógica de acontecimentos ou situações difíceis de compreender e criam uma falsa sensação de controlo e de domínio da situação. Esta necessidade de clareza aumenta em períodos de incerteza como a pandemia de COVID-19.
4. Como se desenvolvem? As teorias da conspiração desenvolvem-se frequentemente a partir de suspeitas. Colocam a questão de saber quem beneficia do evento ou da situação, identificando assim os conspiradores. Quaisquer «elementos de prova» são, em seguida, forçados a encaixar na teoria elaborada.

Uma vez enraizadas, as teorias da conspiração podem rapidamente alastrar-se. São difíceis de refutar porque qualquer pessoa que o tente fazer passa a ser considerada parte da conspiração.

5. As pessoas espalham teorias da conspiração por diferentes motivos: A maioria crê que são verdadeiras. Outras pretendem deliberadamente provocar, manipular ou atingir certas pessoas por razões políticas ou financeiras. Atenção: as teorias podem provir de muitas fontes, por exemplo, da Internet ou de amigos e familiares.

O primeiro passo para evitar teorias da conspiração é saber que existem. Mantenha-se alerta. Trave a difusão.

Será uma teoria da conspiração? Verifique antes de partilhar.

1. Verifique o autor – quem escreveu isto e porquê?

Pouco provável Provável
  • O autor possui qualificações e credenciais reconhecidas na matéria
  • O autor utiliza factos e provas verificáveis provenientes da investigação científica ou académica
  • O autor é um perito autoproclamado e não está ligado a nenhuma organização ou instituição respeitável
  • O autor afirma ter credenciais, mas um escrutínio demonstrará que não são válidas ou foram suspensas

2. Verifique a fonte – é fiável e tem boa reputação?

Pouco provável Provável
  • A fonte foi citada por vários meios de comunicação reconhecidos
  • A informação é apoiada por muitos cientistas/académicos
  • Os sítios Web independentes de verificação de factos apoiam a fonte e as suas afirmações
  • A fonte de informação não é clara
  • A informação é partilhada apenas por peritos autoproclamados
  • Os sítios Web independentes de verificação de factos não apoiam a fonte e refutam as suas afirmações

3. Verifique o tom e o estilo – o conteúdo é equilibrado e razoável ou sensacionalista e unidimensional?

Pouco provável Provável
  • O autor não hesita em explorar a complexidade do tema, englobando perspetivas diferentes
  • O autor está disposto a reconhecer os limites do seu conhecimento
  • O tom é objetivo e factual
  • O autor apresenta a sua informação como a única verdade válida
  • O autor coloca perguntas em vez de fornecer respostas
  • O autor diaboliza quem considera responsável pela alegada conspiração secreta
  • O tom é subjetivo, com uma elevada carga emocional
  • São utilizadas imagens ou episódios emotivos para ilustrar a mensagem

O que é uma conspiração real?

Há grandes e pequenas conspirações que são, de facto, reais. Estão frequentemente centradas em eventos únicos e autónomos ou em determinados indivíduos, como um assassínio ou um golpe de golpe de Estado. São descobertas por denunciantes e meios de comunicação social, assentando em factos e elementos de prova verificáveis.

Quer conhecer uma conspiração real? Em 2006, o Tribunal Distrital de Washington DC (EUA) considerou as grandes empresas de cigarros culpadas de conspiração. Durante décadas, dissimularam provas dos riscos do consumo de tabaco para a saúde, a fim de aumentar as suas vendas. (LA Times, 2006)

Verifique as suas fontes. Na dúvida, não partilhe. Trave a difusão.

Teorias da conspiração: o que fazer quanto às minhas próprias crenças?

Ninguém está livre de preconceitos ou receios que podem levar-nos a acreditar numa teoria da conspiração.
Qual a origem dos meus receios, crenças e valores?

Pergunte a si próprio: Porque acredito no que acredito?

  • Qual a origem dos meus receios, crenças e valores? De que forma afetam as minhas decisões e a minha capacidade de interação com as pessoas?
  • Tenho preconceitos e acredito em estereótipos? Porquê?
  • Sinto-me desfavorecido/a? De que forma?
  • Sinto a necessidade de culpar alguém? Porquê?
  • Como escolher as minhas fontes de informação?
  • A situação mudou desde o surto de COVID-19?

A COVID-19 é assustadora. É normal que nos sintamos impotentes e procuremos respostas.
Tenha em mente que ninguém é responsável pela criação do vírus, mas todos podemos ajudar a travar o surto.

Evite a sobrecarga de informação. Baseie-se em informações verificadas. Trave a difusão.

As teorias da conspiração podem ser perigosas

Frequentemente, as teorias da conspiração visam ou discriminam um grupo inteiro, que é visto como o inimigo por trás de uma ameaça real ou imaginária. Polarizam a sociedade e alimentam o extremismo violento. Apesar de a maioria das pessoas que difundem teorias da conspiração acreditar verdadeiramente nessas teorias, outras utilizam-nas de forma cínica para criar esses efeitos.

Como as teorias da conspiração podem causar danos

  1. Identificam um inimigo e uma conspiração secreta que ameaça as vidas ou convicções das pessoas desencadeia um mecanismo de defesa, que pode contribuir para a discriminação, justificar crimes de ódio e ser explorado por grupos extremistas violentos.
  2. Promovem a desconfiança nas instituições públicas, o que pode levar à apatia política ou à radicalização.
  3. Lançam a desconfiança sobre a informação científica e médica, o que pode ter consequências graves.

Atenção: Os grupos vistos como sendo «de fora da sociedade» têm especial propensão para ser alvos de teorias da conspiração, discursos de ódio e campanhas de desinformação. Nestes grupos estão incluídas as pessoas de origem, religião ou orientação sexual diferente. No contexto da COVID-19, certos grupos específicos foram frequentemente responsabilizados pela propagação do vírus na Europa, incluindo as pessoas supostamente de origem asiática, os judeus, os muçulmanos, os ciganos e as pessoas que se identificam como LGBTI+ (FRA, 2020).

As teorias da conspiração podem ter consequências graves. Leve-as a sério. Verifique antes de partilhar. Trave a difusão.

Teorias da conspiração: ligação com o antissemitismo

Nem todas as teorias da conspiração visam os judeus, mas os judeus têm sido alvo de teorias da conspiração durante séculos. Os judeus têm sido falsamente responsabilizados por momentos de crise, como doenças, guerras ou crises económicas.

Algumas das narrativas antissemitas mais comuns incluem alegações de que «os judeus» controlam o governo, os meios de comunicação social ou os bancos para fins maléficos. Apesar das amplas provas históricas, alguns antissemitas alegam falsamente que o Holocausto foi causado pelos judeus ou que nunca aconteceu.

Há que ter cuidado com:

  • Linguagem claramente insultuosa ou pejorativa
  • Linguagem antissemita implícita ou codificada (por exemplo, nos Estados Unidos, a referência às «elites da Costa Leste»)
  • Associação das alegadas conspirações a indivíduos ou grupos judeus (por exemplo, a família Rothschild ou o filantropo George Soros) ou ao Estado de Israel
  • Referências aos «Protocolos dos Sábios de Sião», um manifesto falsificado de um plano judaico de dominação mundial, que está por trás de muitas narrativas de conspiração antissemitas

O antissemitismo é uma forma de discriminação. Verifique antes de partilhar. Trave a difusão.

Teorias da conspiração: desconfiar delas e desmenti-las

É difícil travar a propagação das teorias da conspiração. Não existe uma solução única. Depende do nível de exposição. As pessoas que acreditam firmemente nas teorias da conspiração são extremamente difíceis de alcançar.

Nível 1: Baixa exposição a teorias da conspiração

DESCONFIAR – As pessoas atentas são mais resilientes:

  1. Alertar desde logo as pessoas para a existência das teorias da conspiração.
  2. Incentivar o pensamento racional, questionar e verificar os factos.
  3. Alertar as pessoas para os argumentos subjacentes às teorias da conspiração mais divulgadas sobre a COVID-19 e para as principais características do pensamento conspirativo – desconfiança nos relatos oficiais, recusa de elementos de prova em contrário, reinterpretação de eventos aleatórios como parte de uma evolução mais ampla.

Nível 2: Alta exposição a teorias da conspiração

DESMENTIR – A importância dos factos e da lógica

A FAZER:

  1. Concentre-se nos factos que quer comunicar e não no mito que quer desmascarar.
  2. Escolha o seu alvo: o autor, a fonte ou a lógica subjacente à teoria da conspiração.
  3. Afirme sempre claramente que as informações são erradas, antes de citar uma teoria da conspiração.
  4. Apresente uma explicação alternativa baseada em factos.
  5. Se possível, utilize elementos visuais para apoiar os seus argumentos.

A evitar:

  1. Não se foque na teoria da conspiração. Não a reforce.
  2. Não transmita informações em excesso.

Saiba como agir. Trave a difusão.

Como falar com alguém que acredita firmemente em teorias da conspiração?

Muitos conspiracionistas estão profundamente convencidos das suas crenças. Toda a sua visão da vida e do mundo baseia-se nessas convicções.

Quando fala com alguém que acredita firmemente numa teoria da conspiração, lembre-se que:

  • Qualquer argumento que desafie a teoria da conspiração pode ser tomado como prova de que faz parte da conspiração e reforçar essa crença.
  • Provavelmente essas pessoas acreditam em mais do que uma teoria da conspiração.
  • Vão provavelmente defender com firmeza as suas convicções.

Então, o que pode fazer?

  • Incentivar ao debate aberto e às questões.
  • Fazer perguntas pormenorizadas sobre a teoria, a fim de desencadear a autorreflexão.
  • Recorrer a antigos conspiracionistas de confiança que tenham acreditado na mesma coisa.
  • Ser prudente e utilizar uma variedade de fontes sobre o tema.
  • Não ridicularizar. Tentar compreender por que razão acreditam no que acreditam.
  • Mostrar empatia. Muitas vezes essas pessoas podem estar genuinamente receosas e assustadas.
  • Avançar passo a passo. Concentrar-se em simples factos e na lógica, em vez de procurar abranger os mais ínfimos pormenores.
  • Não forçar. Uma pressão excessiva poderá ser contraproducente. Dar tempo para processarem e tentar de novo.

Mostre empatia e faça perguntas. Trave a difusão.

Teorias da conspiração: ligação com a COVID-19

A COVID-19 é uma nova doença causada pelo coronavírus mais recentemente descoberto. Os dados científicos mostram que os coronavírus são geralmente originários de animais. A origem animal da COVID-19 ainda não foi confirmada (OMS, 2020).

A incerteza, o medo e a complexidade da pandemia de COVID-19 alimentaram as teorias da conspiração. Estas procuram «explicar» as causas da pandemia e quem dela beneficia.

Um estudo global realizado em 28 países revelou que mais de três em cada 10 pessoas inquiridas consideram que uma força estrangeira ou outra força está deliberadamente a causar a propagação do coronavírus (Gallup International, março de 2020).

Tenha cuidado, as teorias da conspiração são enganosas: elas ignoram as provas científicas e culpam indivíduos e grupos que não são responsáveis pela pandemia. Não as partilhe.

Quais são os sinais de alerta?

  • Alegar que o vírus foi criado artificialmente (por exemplo, num laboratório) por pessoas com um interesse específico (por exemplo, reduzir a população mundial).
  • Alegar que o vírus se espalhou intencionalmente, ou que a sua propagação natural foi artificialmente aumentada para prejudicar o maior número possível de pessoas (por exemplo, através de sinais 5G).
  • Alegar que as vacinas e os tratamentos são intencionalmente retidos para não interromper a disseminação do vírus, a fim de prejudicar o maior número possível de pessoas.
  • Alegar que certas medidas sanitárias destinadas a combater a propagação do vírus são utilizadas para prejudicar ou controlar intencionalmente a sociedade (por exemplo, vacinas e máscaras).

Lembre-se que ninguém é responsável pela criação do vírus, mas todos podemos ajudar a travar o surto.

Baseie-se em informações verificadas. Na dúvida, não partilhe. Trave a difusão.

Medidas de combate concretas contra as teorias da conspiração

Se tiver a certeza de que identificou uma teoria da conspiração, reaja em vez de ignorá-la. Eis algumas formas concretas de o fazer:

Nos meios de comunicação social:

  • Comentar com informação verificada (por exemplo, a partir de uma página Web de verificação de factos)
  • NÃO partilhar a publicação.

Em sítios Web e blogues:

  • Contactar o autor ou o gestor do sítio com informações devidamente verificadas e solicitar-lhes que corrijam o que publicaram
  • NÃO partilhar o sítio ou a publicação.

Em órgãos de comunicação social:

  • Contactar o conselho de redação
  • Contactar o conselho de imprensa local/nacional ou o provedor da comunicação social
  • NÃO partilhar o material.

Baseie-se em informações verificadas. Contradiga as informações falsas. Trave a difusão.

Como podem os jornalistas informar sobre as teorias da conspiração?

É essencial dispor de fontes de informação fiáveis para combater a propagação das teorias da conspiração e da desinformação. Os jornalistas devem comunicar as informações de forma responsável, utilizando fontes devidamente verificadas e tentando não reforçar as teorias da conspiração. Pode não ser fácil.

Ao noticiarem as teorias da conspiração, os jornalistas devem:

  • Nos títulos, salientar os factos essenciais e não as teorias da conspiração
  • Reforçar os factos essenciais no texto principal, utilizando informações devidamente verificadas
  • Alertar para as teorias da conspiração que circulam, antes de as referenciar
  • Explicar de que forma induzem em erro

Faça jornalismo de qualidade. Baseie-se em informações verificadas. Trave a difusão.


E aqui acaba.

Pessoal, eu acho esta uma maravilha absoluta. Em princípio queria realçar em vermelho as partes mais interessantes, depois reparei que todo o artigo teria ficado tipo bandeira comunista: impossível escolher, todo o documento é uma obra prima. É um verdadeiro Manual do Bom Cidadão.

Obrigado, obrigado a todos: à Unesco, à Comissão Europeia, à Twitter e ao Congresso Mundial Judaico. Não parem, queremos mais, mais e ainda mais! E lembrem-se que Informação Incorrecta continua a procurar autores. Pensem nisso.

 

Ipse dixit.

7 Replies to “Manual do Bom Cidadão: Identificar e combater as teorias da conspiração”

  1. Este manual é uma autêntica teoria da conspiração, que fará as delícias dos parolos(as), dos chalados(as), e das pessoas mal-intencionadas.

    Mas deve ser lido por todos, pois assim consegue-se ver a forma de actuar destes psicopatas da união europeia (ue) e demais entidades.

    P.S.: Ao ponto a que chegamos.

  2. Uma pérola do documento: A redundante “Conspiração secreta”, como se existisse conspiração aberta. O manual tenta convencer de que não há vida ou verdade fora do cientificismo, a religião moderna dos fanáticos.

  3. Olha, desculpa Max, mas não consegui ler tudo.
    De qualquer forma vou imprimir e guardar debaixo do travesseiro.
    O que li foi o suficiente para aprender de uma vez por todas que devo acreditar em alguns especialistas, ligados a certas instituições. Se não passou por harvard, por exemplo, se não escreveu artigos científicos, aprovados por pares, e foi parar na nature, descarto sem mais delongas.

  4. Eu, à semelhança da Maria, não consegui ler o texto todo, tal a má disposição que o mesmo me causou.
    O Absurdistão começa a ganhar forma.

Obrigado por participar na discussão!

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