Woodstock em oposição à gripe de Hong-Kong

Em 1968 o Mundo foi assolado por uma pandemia (a terceira ocorrida no Século XX, segundo o que vem descrito na Wikipédia), provocada por uma variante do vírus Influenza A (H3N2) surgida em Hong-Kong, na época uma colónia Britânica.

Num interessante artigo redigido por Jeffrey A. Tucker, escritor e palestrante, conotado com as ideias da Escola Austríaca, e publicado na página da Internet do Instituto Americano de Investigação Económica (American Institute for Economic Research pela sua sigla em Inglês), o autor faz referência à «Gripe de Hong-Kong» como ficou conhecida na época e que vitimou cerca de 100 000 Norte-Americanos, e o Festival de Woodstock em 1969 realizado na mesma altura em que essa pandemia se alastrava ao redor do Mundo.

Aqui ficam algumas partes do artigo de Jeffrey A. Tucker traduzidos para o Português:

«…Nada foi fechado à força. As escolas ficavam abertas. Os negócios também. Podia-se ir ao cinema. Podia-se ir a bares e restaurantes. John Fund tem um amigo que relata ter assistido a um concerto dos Grateful Dead. De facto, as pessoas não têm memória ou consciência de que o famoso concerto de Woodstock de Agosto de 1969 – planeado em Janeiro durante o pior período de mortalidade – ocorreu durante uma mortífera pandemia de gripe na América que só atingiu o pico global seis meses depois…»

«…As bolsas não caíram por causa da gripe. O Congresso não aprovou legislação. A Reserva Federal não fez nada. Nem um único governador agiu para impor o distanciamento social, o achatamento das curvas (apesar de centenas de milhares de pessoas terem sido hospitalizadas), ou a proibição de multidões. Nenhuma mãe foi presa por levar os filhos para outras casas. Nenhum surfista foi preso. Nenhuma creche foi fechada, apesar de haver mais mortes de crianças com este vírus do que aquelas que estamos a viver agora. Não houve suicídios, desemprego, ou overdoses de drogas atribuíveis à gripe…»

«…Como salienta Bojan Pancevski no Wall Street Journal: “Em 1968-70, os meios de comunicação dedicaram atenção ao vírus enquanto apontavam as suas lentes para outros eventos, como a aterragem na Lua e a Guerra do Vietname, e a agitação cultural dos movimentos dos direitos civis, dos protestos estudantis e da revolução sexual.”…»

«…A minha própria mãe e o meu pai faziam parte de uma geração que acreditava ter desenvolvido visões sofisticadas acerca dos vírus. Entenderam que as pessoas menos vulneráveis não só fortaleceram os sistemas imunitários, como contribuíram para a mitigação da doença, atingindo a “imunidade de grupo”. Tinham um protocolo para fazer uma criança sentir-se melhor por estar doente. Tenho um “brinquedo doente”, gelado ilimitado, passavam Vick Vaporub no meu peito, um humidificador no meu quarto, e assim por diante…»

«…Se então usássemos os confinamentos governamentais como os usamos agora, Woodstock (que mudou a música para sempre e ainda hoje ressoa) nunca teria ocorrido. Quanta prosperidade, cultura, tecnologia, etc. estão a perder nesta calamidade?…»

«…Para a COVID-19, retornámos a entendimentos e políticas de estilo medieval, mesmo no século XXI. É tudo muito estranho. O contraste entre 1968 e 2020 não podia ser mais marcante. Eram inteligentes. Somos idiotas. Ou pelo menos os nossos governos o são…»

Como seria de esperar, este artigo fez soar os alarmes e pôs os sinos a tocar a rebate, com a equipa de verificação de factos (fact check pela sua sigla em Inglês) da agência Reuters, a considerar primeiro o artigo como verdadeiro, mais tarde parcialmente verdadeiro, até que acabou por considerar ser um «equivoco» ou «enganador» que Woodstock teve lugar no meio de uma pandemia, no entanto esqueceu-se de verificar os jornais da época em que o festival ocorreu, que demonstram claramente que a própria organização do evento estava informada acerca da epidemia de gripe que deflagrava naquele período, como também tinha preparada uma equipe médica no recinto para actuar caso surgisse um surto da doença no local:

Apesar deste «equivoco» por parte da prestigiada Reuters, que por lapso ou esquecimento, conveniência ou incompetência, não consultou as publicações e jornais que cobriram o Festival de Woodstock em 1969, nada como assistir a esse acontecimento de maneira a que hoje no Século XXI sejamos capazes de entender como é que a Geração de 60 do Século XX, foi capaz de sobreviver e deblar a pandemia da «Gripe de Hong-Kong» que provocou a morte de cerca de 1 a 4 milhões de pessoas à escala global, sem destruir a saúde das pessoas, as economias dos países, as Liberdades Civis e o Estado de Direito:

 

Fonte: American Institute for Economic Research

Selecção do artigo, tradução, e texto por JF.

 

 

 

 

 

One Reply to “Woodstock em oposição à gripe de Hong-Kong”

  1. Ainda vigorava a “força do divino”, seria o que tivesse de ser, porque sempre inexplicavelmente assim foi,
    Agora não, as coisas todas parece que são porque ‘alguém quer que sejam assim’, áiáiái

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