Site icon

Especialistas em saúde da Europa dizem que as máscaras não são úteis para vencer o COVID-19

Artigo redigido por Jon Miltimore e publicado pela Fundação para Educação Económica (Foundation for Economic Education pela sua sigla em inglês, ndt.), organização fundada em 1946, nos Estados Unidos da América (EUA), que desenvolve o seu trabalho no âmbito de pesquisas e estudos acerca do Liberalismo e na divulgação do conceito de Mercado Livre.

Os melhores especialistas médicos no mundo não decidem se as máscaras são úteis para reduzir a propagação do COVID-19 ou apenas tornam a situação pior.

Da direita para esquerda: Professor Henning Bundgaard, Tamara van Ark, Anders Tegnell | Imagem composta por FEE (Rigshospitalet, Wikimedia Commons)

A Dinamarca possui uma das menores taxas de mortalidade COVID-19 do mundo. Desde 4 de Agosto, os Dinamarqueses sofreram 616 mortes de COVID-19, de acordo com os dados da Universidade Johns Hopkins (Johns Hopkins University pela sua sigla em inglês, ndt.).

Isso é menos de um terço do número de Dinamarqueses que morrem de pneumonia ou gripe num determinado ano.

Apesar desse sucesso, os líderes Dinamarqueses recentemente encontram-se na defensiva. A razão é que os Dinamarqueses não estão usando as máscaras faciais, e as autoridades locais, na sua maioria, nem sequer as recomendam.

O que levou o Berlingske, o jornal mais antigo do país, a reclamar que os Dinamarqueses haviam se posicionado «à direita de Trump».

«O mundo inteiro está a usar as máscaras faciais, até mesmo Donald Trump», apontou o Berlingske .

Esta declaração aparentemente não caiu bem às autoridades oficiais de saúde Dinamarquesas. Responderam observando que há poucas evidências conclusivas de que as máscaras faciais são uma maneira eficaz de limitar a propagação de vírus respiratórios.

«Todos esses países que recomendam máscaras faciais não tomaram as suas decisões com base em novos estudos», disse Henning Bundgaard, médico-chefe no hospital Rigshospitale da Dinamarca, de acordo com a Bloomberg News. Desde então, a Dinamarca actualizou as suas directrizes para incentivar, mas não exigir, o uso de máscaras nos transportes públicos onde o distanciamento social pode não ser possível.

Mas a Dinamarca não está sozinha.

Apesar de uma debandada global no uso de máscaras, os dados mostram que 80-90 % das pessoas na Finlândia e Holanda dizem que «nunca» usam máscaras quando saem, um contraste acentuado com 80-90 % das pessoas em Espanha e na Itália que dizem usar máscaras sempre que saem.

As autoridades oficiais de saúde pública Holandesas explicaram recentemente por que não estão recomendando as máscaras.

«Sob o ponto de vista médico, não há efeito ou evidência médica para usar máscaras faciais, por isso decidimos não impor uma obrigação nacional», disse a Ministra da Assistência Médica, Tamara van Ark.

Outros, ecoando declarações semelhantes às do Cirurgião-Geral dos EUA (US Surgeon General pela sua sigla em inglês, ndt.) de inícios de Março, disseram que as máscaras poderiam deixar os indivíduos mais doentes e exacerbar a propagação do vírus.

«Máscaras faciais em locais públicos não são necessárias, com base em todas as evidências actuais», disse Coen Berends, porta-voz do Instituto Nacional de Saúde Pública e Meio Ambiente (National Institute for Public Health and the Environment pela sua sigla em inglês, ndt.). «Não há benefício e pode até haver impacto negativo».

Na Suécia, onde as mortes do COVID-19 diminuíram, as autoridades oficiais de saúde pública dizem que não vêem «nenhum propósito» para exigir que os indivíduos usem máscaras.

«Com os números diminuindo muito rapidamente na Suécia, não vemos sentido em usar uma máscara facial, nem mesmo no transporte público», disse Anders Tegnell, o maior especialista em doenças infecciosas da Suécia.

O que está acontecendo com as máscaras?

Os principais imunologistas e epidemiologistas do mundo não decidem se as máscaras são úteis para reduzir a propagação do COVID-19. De facto, vimos organizações como a Organização Mundial da Saúde (World Health Organization pela sua sigla em inglês, ndt.) e o CDC (Centers for Disease Control and Prevention pela sua sigla em inglês, ndt.) avançar e recuar nas suas recomendações.

 

Para uma pessoa comum, é confuso e frustrante. Também é um pouco assustador, considerando que vimos pessoas denunciadas em público por não usarem uma máscara enquanto pegavam um saco de compras.

 

https://twitter.com/RexChapman/status/1276882898730323968?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1276882898730323968%7Ctwgr%5E&ref_url=https%3A%2F%2Ffee.org%2Farticles%2Feuropes-top-health-officials-say-masks-arent-helpful-in-beating-covid-19%2F

A verdade é que as máscaras tornaram-se numa questão de conflitualidade, a última fase da guerra cultural. Os oponentes da máscara tendem a ver os portadores de máscaras como «cobardes» ou «carneiros» que deliberadamente ignoram a ciência básica. Os partidários da máscara, por outro lado, muitas vezes vêem as pessoas que se recusam a usar máscaras como egoístas e apoiantes de Trump… que deliberadamente ignoram a ciência básica.

Não há meio termo para ser encontrado e não há uma maneira fácil de ficar de fora desta situação. Todos temos que sair, então em algum momento todos nós somos obrigados a usar a máscara ou não.

Está claro pelos dados que, apesar da impressão que se tem dos Americanos como cobóis rebeldes e egoístas que não usam máscara para proteger os outros, de facto eles estão usando as máscaras muito mais do que a maioria das pessoas nos países Europeus.

Pesquisas mostram níveis recordes do uso de máscaras pelos Americanos, embora uma divisão política permaneça: 98% dos Democratas relatam usar máscaras em público, em comparação com 66% dos Republicanos e 85% dos Independentes.

(Estes números, são sem dúvida e em certa medida, o resultado do requisito de uso de máscara em cidades e estados.)

Se alguém é pró-máscara ou anti-máscara, o facto é que as coberturas faciais politizaram-se, chegando a um patamar doentio, o que só pode poluir ainda mais a ciência.

No mês passado, por exemplo, pesquisadores do Centro de Pesquisa e Política de Doenças Infecciosas do Minnesota (Minnesota’s Center for Infectious Disease Research and Policy pela sua sigla em inglês, ndt.) responderam às exigências para remover um artigo que descobriu que exigir máscara «não era baseado em dados sólidos».

A escola, a seu crédito, não removeu o artigo, mas optou por abordar as objecções que os críticos das suas pesquisas haviam levantado.

Primeiro, não cause danos

A ética da medicina remonta de à milénios.

O Juramento de Hipócrates chama os médicos a «primeiro, não causar danos».

(Essas palavras não apareceram no juramento original; desenvolveram-se como uma forma de taquigrafia).

Há um princípio semelhante no domínio da saúde pública: o Princípio da Eficácia.

As autoridades de saúde pública dizem que a ideia deixa claro que as organizações de saúde pública têm a responsabilidade de não prejudicar as pessoas para as quais são designadas a proteger.

«Se uma comunidade está em risco, o governo pode ter o dever de recomendar intervenções, desde que essas intervenções não causem danos ou sejam a opção menos prejudicial», escreveram Claire J. Horwell, Professora de GeoSaúde da Universidade de Durham (Durham University pela sua sigla em inglês, ndt.), e Fiona McDonald, Co-Directora do Centro Australiano de Pesquisa em Direito em Saúde da Universidade de Tecnologia de Queensland (Australian Centre for Health Law Research at Queensland University of Technology pela sua sigla em inglês, ndt.).

«Se uma agência seguir o princípio da eficácia, só recomendará uma intervenção que eles saibam ser eficaz

O problema com as máscaras mandatórias é que as autoridades de saúde pública não estão simplesmente recomendando uma precaução que pode ou não ser eficaz.

Eles estão a usar a força para fazer as pessoas se submeterem a uma ordem estatal que poderia, em última análise, tornar indivíduos ou populações inteiras mais doentes, de acordo com as autoridades de saúde pública líderes mundiais.

Isto não é apenas uma violação do Princípio da Eficácia. É a base para a violação da liberdade pessoal.

Os defensores da máscara podem significar o bem, mas ignoram uma realidade básica: os humanos alteram espontaneamente o comportamento durante uma pandemia. Evidências científicas mostram que os locais de trabalho e consumidores Americanos mudaram os padrões de suas viagens antes das ordens de bloqueio terem sido emitidas.

Como apontei anteriormente, isso não deve ser uma surpresa: os Humanos são inteligentes, instintivos, e mamíferos auto-preservados que geralmente procuram evitar comportamentos de alto risco. A lei natural da ordem espontânea mostra que as pessoas naturalmente tomam acções de auto-protecção analisando constantemente o risco.

Em vez de ordenar que as pessoas “se mascarem sob pena de multas ou tempo de prisão, cientistas e funcionários da saúde pública devem voltar a desempenhar o seu papel mais importante: desenvolver pesquisas sólidas sobre as quais as pessoas possam tomar decisões livremente informadas.

Veja as últimas directrizes da Organização Mundial da Saúde sobre máscaras e COVID-19:

 

Fonte: Foundation for Economic Education

Artigo seleccionado e traduzido por JF.