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Os piores experimentos sobre humanos no último século

…e acabamos o dia com algo mórbido, procurando no lado mais escuro e inconfessável dos Homens. Vamos falar de experimentação e pesquisa sobre seres humanos, uma prática horrível que acontece desde tempos imemoriais e que conheceu as suas piores páginas durante os períodos de aprisionamento e escravidão.

Algumas das experiências mais incríveis (pelo menos daquelas que conhecemos) foram realizadas durante o século passado, por um número de cientistas ou supostos cientistas que não tinham respeito pela vida do Homem.

O primeiro acontecimento ao qual costumamos pensar neste caso é quanto acontecido nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Mas há mais do que isso e faz uma certa impressão ler coisas como estas. E faz ainda mais impressão se pensarmos que tudo isso aconteceu não há séculos mas há poucas décadas atrás.

O experimento da Prisão de Stanford

O experimento da Prisão de Stanford foi um estudo psicológico da resposta humana às condições das prisões e os seus efeitos sobre os presos e os guardas prisionais. O experimento ocorreu em 1971 e foi conduzido pela equipa de pesquisadores liderados pelo psicólogo Philip Zimbardo, da Universidade de Stanford. Alguns estudantes voluntários serviram como guardas e outros como prisioneiros duma falsa prisão num porão perto da universidade. Prisioneiros e carcereiros rapidamente se acostumaram com os papéis, e um dos aspectos esperados era criar situações potencialmente perigosas do ponto de vista psicológico. Dois dias depois começaram os episódios de violência.

Depois de um curto período, um terço dos guardas foi responsável por comportamentos genuinamente sádicos: muitos prisioneiros ficaram traumatizados, dois deles tiveram que ser afastado após um breve tempo devido a graves repercussões imediatamente visíveis. Finalmente, Zimbardo, alarmado com o comportamento cada vez mais cruel dos seus alunos, terminou o experimento. Mas em comparação com quanto segue, esta foi “canja”…

The Monster Study

The Monster Study foi um experimento sobre a gaguez ou gagueira de 22 crianças órfãs de Davenport, Iowa (EUA), conduzidas em 1939 por Wendell Johnson, da Universidade de Iowa.

Johnson escolheu uma das suas alunas, Mary Tudor, para conduzir o experimento, enquanto ele supervisionava a pesquisa. Depois que tinham dividido as crianças em dois grupos de estudo, Tudor elogiava metade das crianças pela fluência dos discursos enquanto desprezava o grupo das outras crianças por causa das imperfeições lexicais, chamando-as de gagos. As crianças que receberam respostas negativas à terapia da fala sofreram problemas psicológicos e de linguagem durante toda a vida, enquanto as outras desenvolveram-se de forma normal.

Apelidado de The Monster Study (“O Estudo Monstro”)  por alguns colegas de Johnson, horrorizados pela crueldade psicológica do experimento, o estudo foi mantido em segredo até o final da Segunda Guerra Mundial e em 2001 a Universidade do Iowa pediu publicamente desculpas pelo “estudo monstruoso”.

O projeto 4.1

Project 4.1 é a designação de um estudo médico realizado pelos Estados Unidos sobre os habitantes das Ilhas Marshall que foram expostos à contaminação radioactiva provocada pelos testes nucleares do dia 1 de Março de 1954 “Castle Bravo” no atol de Bikini, e que teve um efeito inesperadamente devastador sobre a população.

Na primeira década após os testes, os efeitos foram ambíguos e estatisticamente difíceis de correlacionar com a exposição à radiação: abortos e recém nascidos mortos duplicaram nos primeiros cinco anos após o acidente, mas depois voltaram ao normal. Algumas dificuldades foram encontradas no desenvolvimento e no crescimento das crianças, mas foi difícil inserir estes dados num modelo padrão.

Nas décadas seguintes, no entanto, os efeitos foram inegáveis. As crianças começaram a sofrer desproporcionalmente de câncer de tiroide, com um terço desses tumores que desenvolveram-se depois de 1974. Muitas pessoas morreram pelas sequelas daquele que foi um experimento em grande escala conduzido sem qualquer pedido de consentimento por parte do governo dos EUA, violando assim todos os tratados e as leis internacionais acerca dos direitos humanos.

O Projecto MkUltra

O MkUltra foi o nome em código dum programa de pesquisa de controle mental da CIA, que começou no início dos anos 50 e que continuou até pelo menos o final de 1960. Há evidências de que o projecto previa a utilização de muitos tipos de drogas, juntamente com outros métodos, para manipular os pensamentos e as decisões dos sujeitos. O objectivo era criar espiões, soldados e assassinos perfeitos, capazes de executar ordens num estado de consciência alterada, portanto incapazes, mesmo sob tortura, de revelar algo ao inimigo.

MkUltra era um projecto fora da lei, como a mesma CIA bem sabia. Um report interno de 1953 afirma:

Devem ser tomadas precauções não apenas para impedir que as forças inimigas conheçam as operações, mas também para ocultar as actividades ao público em geral. Saber que a agência está envolvida em astividades anti-éticas e ilícitas teria sérias repercussões nos círculos políticos e diplomáticos.

A sucessiva investigação por parte das autoridades foi dificultada pelo facto do director da CIA ter ordenado a destruição de todos os documentos; foi, portanto, necessário reconstruir os eventos por meio dos testemunhos daqueles directamente envolvidos e que sobreviveram.

O projecto Aversion

Durante o período do apartheid, no exército sul-africano os soldados gays eram forçados a submeter-se a uma operação de mudança de sexo. Um cirurgião desse período afirma que as operações foram cerca de 900 entre 1971 e 1989. O exército encontrava os soldados homossexuais graças aos padres das forças armadas ou com unidades psiquiátricas responsáveis ​​para o efeito. A operação de mudança de sexo era realizada depois de tentar com eletrochoque e tratamentos hormonais a “correção” das tendências do paciente; caso não tivessem efeito sobre a “doença”, entrava em cena a operação obrigatória, mesmo contra a vontade do paciente.

Obviamente, nem todas as intervenções foram bem sucedidas, especialmente no caso das pacientes mulheres, e as consequências foram terríveis em termos de suicídios e de danos psicológicos.

Aubrey Levin era o encarregado das avaliações e, apesar das atrocidades, em 1995 ainda trabalhava como professor na clínica o Departamento de Psiquiatria (Divisão Forense) da Faculdade de Medicina da Universidade de Calgary, no Canadá. Só em 2010 deixou de trabalhar: foi preso por agressão sexual e condenado a cinco anos de prisão.

Experiências em campos de concentração norte-coreanos

Este é um assunto delicado: é muito difícil separar a propaganda ocidental da realidade. Há muitos relatos de ensaios norte-coreanos em pacientes humanos. Estes relatórios supostamente mostram como, no País asiático, os métodos e as pesquisas realizadas são muito semelhantes aos usados ​​pelos nazistas e japoneses durante a Segunda Guerra Mundial. A Coreia do Norte nega oficialmente esse boato, mas os testemunhos existem apesar de não saber até a que ponto podem ser considerados credíveis.

Alguns exemplos: um ex-prisioneira disse que 50 mulheres saudáveis ​​foram forçados a comer folhas de couve envenenadas, engolidas apesar dos gritos das companheiras que já as tinham comido e que estavam a sentir-se mal. Todas as 50 mulheres morreram após 20 minutos de vómitos e sangramento retal. A recusa em comer significava morte imediata e represálias contra as famílias.

Kwon Hyok, um ex-chefe de segurança da prisão do Campo 22, descreveu a estrutura como perfeitamente equipada com câmaras de gás, salas de experiências sangrentas e outras vergonhas. Kwon Hyok afirma ter visto uma família com os pais que usaram as suas últimas forças tentando manter vivas os filhos com respiração boca-a-boca. Fica a dúvida.

O laboratório “Veneno” dos Soviéticos

O laboratório dos serviços secretos soviéticos, também conhecido como Laboratório 1, Laboratório 12 ou “O Quarto”, era um centro de pesquisa e desenvolvimento segredo sobre venenos que trabalhava por conta da polícia secreta soviética. Os soviéticos estavam a testar uma série de venenos mortais em prisioneiros dos Gulag, incluindo substâncias como iprite ou digitoxina. O objectivo dos experimentos era encontrar um químico que não pudesse de ser detectado no post mortem.

Os venenos foram dados às vítimas com uma refeição ou uma bebida, afirmando que eram fármacos. Finalmente, foi obtida a substância desejada, chamadas C-2: a vítima ficava enfraquecida e morria em aproximadamente 15 minutos.

O estudo sobre a sífilis Tuskegee

O Tuskegee of Untreated Syphilis in the Negro Male foi um estudo clínico, realizado entre 1932 e 1972 em Tuskegee, Alabama (EUA), onde 399 cultivadores afro-americanos, principalmente analfabetos, foram usadas como cobaias para observar os efeitos da sífilis. Na altura em que teve início a experiência não havia uma cura certa contra a sífilis, pelo que estas pessoas foram tratadas com soluções experimentais. Apesar da descoberta de penicilina a experiência continuou até 1972, os doentes foram tratados com placebo ou remédios não eficazes para estudar os efeitos da doença no corpo.

No final do estudo, apenas 74 dos participantes estavam vivos. Vinte e oito homens morreram directamente por causa da sífilis, 100 faleceram por causa de complicações relacionadas, 40 das esposas infectadas e 19 dos filhos nasceram com sífilis congénita.

Unidade 731 do Exército Japonês

A Unidade 731 era um projeto de pesquisa e desenvolvimento de armas para a guerra biológica e química do Exército Imperial Japonês, que realizou uma série de experimentos em seres humanos durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa (1936-1945) e a concomitante Segunda Guerra Mundial.

Durante o estudo foram praticados alguns dos actos mais terríveis da história da medicina e da história em geral. Dirigido por Shiro Ishii, incluía algumas práticas como a vivissecção sem anestesia (incluindo mulheres violadas pelos médicos), prisioneiros com membros amputados e inseridos em outras partes do corpo, partes do corpo congeladas e depois descongeladas para estudar os efeitos da gangrena não tratada. Muitos foram os seres humanos também usados como cobaias nos testes com granadas e lança-chamas. Os prisioneiros também foram infectados com vírus para estudar os efeitos das diferentes doenças. Para estudar os efeitos das infecções venéreas não tratadas, muitos homens e mulheres que foram deliberadamente infectados com sífilis e gonorreia através da violação.

Ishii nunca pagou pelos seus crimes, assim como muitos dos seus colegas: uma vez capturados pelos Estados Unidos, foram “absorvidos” como cientistas, juntamente com os resultados dos seus testes, e conseguiram regressar à vida civil. Em 6 de maio de 1947, Douglas MacArthur, como Comandante Supremo das Forças Aliadas, escreveu a Washington afirmando que “dados adicionais, possivelmente algumas declarações de Ishii, provavelmente podem ser obtidos informando os japoneses envolvidos de que a informação será mantida nos canais da inteligência e não será empregada como “provas de crimes de guerra”. Os relatos das vítimas foram, em grande parte, ignorados ou desacreditados no Ocidente como propaganda comunista.

 

Ipse dixit.

Fontes: Vanilla Magazine, várias páginas de Wikipedia.