E vamos ler a restante parte do discurso de Ben Freedman:
Quando a guerra terminou, e os alemães foram para Paris para a Conferência de Paz em 1919, lá estavam 117 judeus como representantes da delegação dos Estados Unidos, dirigidos por Bernard Baruch. Eu estava lá. Eu sei. Agora o que aconteceu? Os judeus nesta conferência de paz, quando estavam a quebrar a Alemanha e a dividir a Europa entre todas as nações que clamavam o direito por uma parte do território europeu, disseram: “Que tal a Palestina para nós?”. E apresentaram, pela primeira vez com o conhecimento dos alemães, esta Declaração de Balfour. Então os alemães, pela primeira vez entenderam, “Oh, então esta era a jogada! Então foi por isso que os Estados Unidos entraram em guerra”.
Os alemães pela primeira vez perceberam que tinham sido derrotados, que sofreram terríveis impostas pelos vencedores, porque os sionistas queriam a Palestina e estavam determinados a consegui-la a qualquer custo. E isto leva-nos a outro ponto muito interessante. Quando os alemães entenderam, naturalmente ressentiram-se. Até este ponto, os judeus nunca estiveram tão bem em qualquer outro País no mundo como estiveram na Alemanha. Havia o Sr. Rathenau lá, talvez 100 vezes mais importante na indústria e na finança de como Bernard Baruch é neste País. Havia o Sr. Balin, que possuía as duas linhas de navio à vapor, a Lloyd do Norte da Alemanha e a linha Hamburgo-América. Havia o Sr. Bleichroder, que era o banqueiro da família Hohenzollern. Havia os Warburgs em Hamburgo, que eram os grandes banqueiros mercantis, os maiores do mundo. Os judeus estavam a dar-se muito bem na Alemanha. Sem dúvida nenhuma. Os alemães ressentiram-se: “Bem, esta foi uma traição”. Foi uma traição que talvez possa ser comparável com esta situação hipotética: suponhamos que os Estados Unidos estivessem em guerra com a União Soviética. E nós estivéssemos a ganhar. E nós disséssemos à União Soviética: “Bem, vamos desistir: nós oferecemos os termos de paz. Vamos esquecer toda essa coisa”. E de um momento para outro a China comunista entra em guerra com uma aliada da União Soviética. E a guerra nos traz a derrota.
Uma derrota esmagadora, com reparações tais que a imaginação do homem não pode conceber. Imaginem que, após esta derrota, nós descobríssemos que foram os chineses deste País, os nossos concidadãos chineses, que um tempo todo nós pensávamos leais, que trabalhavam connosco, e que foram eles a entregar-nos à União Soviética e porque foram eles que trouxeram a China comunista para a guerra. Como nós nos sentiríamos, então, nos Estados Unidos para com os chineses? Eu não acredito que um deles sequer iria mostrar a cara em qualquer rua que fosse. Não haveria um número de postes para enforca-los todos. Imaginem como nós nos sentiríamos. Bem, foi assim que os alemães sentiram-se em relação aos judeus. Eles tinham sido tão bons com eles: desde 1905 em diante, quando a primeira revolução comunista na Rússia falhou e os judeus tiveram que fugir da Rússia, todos eles foram para a Alemanha. E a Alemanha deu refúgio. E eles foram bem tratados. E aqui eles atiraram a Alemanha pela descarga pela razão de que eles queriam a Palestina como uma grande comunidade judaica.
Agora Nahum Sokolow, e todos os grandes líderes e grandes nomes que vocês leram em conexão com o sionismo hoje, entre 1919 e 1923 escreveram em todos os seus jornais – e a imprensa estava preenchida com as afirmações deles – que o sentimento contra os judeus na Alemanha era devido ao facto que eles perceberam que a grande derrota tinha sido causada pela interferência judaica na entrada dos Estados Unidos para a guerra. Os mesmos judeus assumiram isto. Não era o porque em 1919 os Alemães descobriram que um copo de sangue judeu era mais gostoso do que uma Coca-Cola ou de uma cerveja Muenschner. Não havia nenhum ressentimento religioso. Não havia ressentimento contra este povo nas suas crenças religiosas. Era totalmente político. Era económico Não era nada religioso. Ninguém importava-se na Alemanha se um judeu ia para casa e fechava as cortinas a dizer “Shema’ Yisroel” ou “Pai Nosso”. Ninguém importava-se na Alemanha tanto quanto ninguém se importa nos Estados Unidos. Agora, este sentimento que desenvolveu-se depois na Alemanha era devido à uma única coisa: os alemães consideravam-os culpados pela esmagadora derrota.
Uma nota que obriga a reflectir. Se tudo quanto escrito até aqui for verdade, não se percebe por qual razão Adolf Hitler no seu livro Mein Kampf não dedica uma única palavra à Declaração de Dalfour, ao papel dos judeus para fazer que os Estados Unidos entrassem em guerra, ao destino da Palestina. Ao longo das páginas, Hitler utiliza os piores termos para definir os hebreus, culpando-os de todos os males da humanidade: mas nem uma palavra acerca de Dalfour. Ele, que viveu em primeira pessoa os eventos da Primeira Guerra Mundial, que fala abertamente de “traição”, que utiliza o antissemitismo para angariar as simpatias dos combatentes na guerra, poderia ter-se esquecido de Dalfour? Poderia ter-se esquecido da traição do povo hebraico? Hitler, de facto, individua uma traição hebraica, mas esta fica nas dobras do Marxismo (que Hitler vê, justamente, como criação sionista), não nos eventos descritos por Freedman.
E a Primeira Guerra Mundial tinha sido iniciada contra a Alemanha sem uma razão, sem uma responsabilidade alemã. Eles não eram culpados de nada. Somente de serem bem sucedidos. Eles tinham construído uma grande frota naval. Faziam comércio mundial. Vocês devem lembrar-se que a Alemanha na altura da Revolução Francesa consistia de 300 pequenas cidades, principados, ducados, e daí em diante. Três centenas de entidades políticas individuais. E entre esse período de Napoleão e Bismarck, foram consolidados num único Estado. E com 50 anos tornaram-se uma das maiores potências mundiais. A sua frota já rivalizava com a britânica, estavam a fazer negócios com o mundo inteiro, podiam competir em preços com qualquer um, podiam fazer melhores produtos. O que aconteceu em resultado disto? Houve uma conspiração entre a Inglaterra, França, e Rússia para abater a Alemanha. Não há um único historiador no mundo que pode encontrar uma razão válida acerca da razão destes três Países terem decidido varrer a Alemanha do mapa politicamente.
Este parágrafo é tipicamente americano: observa a História com uma superficialidade arrepiante, ignora por completo a realidade e cria o mito da Alemanha-cordeiro sacrifical. Nem Hitler atreveu-se.
A Primeira Guerra Mundial é a continuação da luta pela supremacia continental, algo que tem uma longa história de guerras na Europa. Para simplificar ao máximo: não havia espaço na Europa para duas potências terrestres e a Guerra Franco-Prussiana de 1870, com o sucessivo Tratado de Frankfurt, não tinha resolvido a questão do choque entre França e Alemanha. Aliás, a espantosa derrota de Verdun ainda “queimava” as almas francesas. Doutro lado, a Alemanha de Bismarck (até 1890) sempre trabalhou para manter Paris em dificuldades e impedir uma desforra. Porque tinha que haver uma desforra, isso era claro: a França não podia abdicar duma forma tão inglória dos seus sonhos de supremacia.
Ao lado da França havia a Inglaterra por uma razão que é simples intuir: a Alemanha era demasiado “grande”, fisicamente e economicamente. E enquanto Paris tinha-se dedicado às colónias da África do Norte, a Alemanha (que partiu com fortíssimo atraso na corrida colonialista) era uma séria ameaça. Já em 1905, o Kaiser alemão tinha tentado semear discórdia entre Marrocos, França e Reino Unido; e em 1911 a Alemanha volto à carga, avançando pretensões sobre os Marrocos (Crises Marroquinas 1905 – 1911). Outro exemplo do clima da época foi a Segunda Guerra Boer, na qual os adversários de Londres eram fornecidos com equipamento bélico de Berlim. Mas os exemplos do clima “quente” poderiam continuar.
Entretanto, em 1882 os impérios alemão, austro-húngaro e o Reino italiano tinham-se unido na Tríplice Aliança. Formava-se assim um bloco político-militar que desde o Mar do Norte chegava ao Mediterrâneo. A Tríplice Entente (França, Reino Unido e Rússia) nasceu apenas em 1907, como resposta à Tríplice Aliança: já não eram apenas os franceses a sentir-se ameaçados, mas o Reino Unido também. A Belle Époque foi uma época dourada, mas duma felicidade que tinha como objectivo não ver o que se estava a passar nos bastidores: estavam a criar-se as condições para um novo conflito.
Após o atentado de Saraievo, a Alemanha não queria entrar em guerra e o Kaiser tinha a intenção de de preservar a paz no Velho Continente. A situação era diferente no Império Austro-húngaro: em plena fase de decadência, com uma Hungria cada vez mais afastada de Viena, uma guerra (que pensava-se limitada aos Balcãs) era vista como uma boa ocasião para fortalecer a primazia da corte austríaca no seio do Império. Não da mesma opinião era o idoso Imperador, Francisco José I, que já tinha conhecido os horrores dos combates. Perante os Ministros desejosos duma intervenção militar, Francisco José respondeu:
A guerra! Os senhores não sabem o que é guerra! Eu sei… desde Solferino.
(a Batalha de Solferino, ocorrida em 21 de Junho de 1859, próximo à pequena cidade italiana de Solferino, foi um combate decisivo da Segunda Guerra de Independência Italiana, e resultou numa vitória das tropas francesas de Napoleão III e das Piemontesas de Vítor Emanuel II sobre o exército austríaco comandado pelo Imperador Francisco José I da Áustria. Não foi a mais mortíferas em termos de perdas de vidas humanas – no total uns 10 mil mortos e 15 mil feridos – mas foi particularmente dura).
Afinal os Ministros e o exército conseguiram a guerra contra a Sérvia, mas isso desencadeou o efeito domino das alianças: no prazo de poucas horas depois do ultimato austríaco à Sérvia, todas as maiores potências europeias estavam em guerra. E a Alemanha tinha decidido apoiar o Império Austro-húngaro: foi a primeira a declarar a guerra contra a Rússia e, dois dias depois, contra a França. Não é absolutamente verdade que França e, sobretudo, Inglaterra “atiraram-se” contra a Alemanha.
Ainda no dia 26 de Julho, o Ministro dos negócios estrangeiros inglês Edward Gray, enviou um telegrama para propor uma conferência em Londres entre os representantes de Paris, Roma e Berlim, com Gray para a Grã-Bretanha, a fim de “encontrar uma maneira de prevenir complicações”. A resposta alemã foi bastante fria: o Chanceler alemão Theobald von Bethmann-Hollweg, ao temer uma derrota diplomática, não quis aderir.
A reconstrução de Freedman pela qual a Alemanha foi atacada “por nenhuma razão” é um falso histórico e demasiado simplista, apenas funcional à teoria que vê os sionistas como verdadeira causa da Primeira Guerra Mundial. E atenção: este blog é declaradamente anti-sionista, mas não à custa dos factos.
Continuemos.
Quando os Alemães entenderam que os judeus eram responsáveis pela derrota, naturalmente ressentiram-se. Mas nem um único cabelo na cabeça de um judeu foi tocado. Nem um único cabelo. O Professor Tansil, da Universidade de Georgetown, que tinha acesso à todos os papeis secretos do Departamento do Estado, escreveu no seu livro, citou um documento escrito por Hugo Schoenfelt, um judeu que Cordell Hull enviara à Europa em 1933 para investigar os tão falados campos de prisioneiros políticos, o qual relatou que os encontrara em condição muito boas. Eles estavam em excelente estado, todos bem tratados. E estavam cheios de comunistas na Europa nesta altura. E havia lá alguns padres, e ministros, e líderes de trabalho, e maçons, e outros que possuíam afiliações internacionais.
Aqui é precisa uma explicação teórica. Em 1918-1919 os comunistas tomaram a Bavaria por alguns dias. Rosa Luxemburg, Karl Liebkncht e um grupo de judeus tomaram o governo por três dias. De facto, quando o Kaiser terminou a guerra, fugiu para a Holanda porque pensou que os comunistas iriam tomar a Alemanha da mesma forma como fizeram na Rússia e que ele iria ter o mesmo destino que o Czar. Então fugiu para a Holanda em refúgio. Após a ameaça comunista na Alemanha ter sido esmagada, os judeus ainda trabalhavam, tentando voltar ao estado anterior, e os alemães lutavam de toda forma possível sem tocar um só cabelo de ninguém.
Eles os combateram da mesma forma que neste país foi conduzida a proibição contra qualquer um interessado em álcool. Não combateram com armas. Bem, esta era forma como nós estávamos a combater os judeus na Alemanha.
Não propriamente. A narrativa judia adora dramatizar, mas é verdade que logo em 1933 foram abertos alguns lagers (campos de concentração) para acolher os hebreus:
Meisnerhof – Fevereiro 1933
Heuberg – Março 1933
Oranienburg – Março 1933
Osthofen – Março 1933
Dachau – Março 1933
Benninghausen – Março 1933
Hohnstein – Março 1933
Wittmoor – Março
Mißler – Março 1933
Königstein-Halbestadt – Março 1933
Leschwitz – Março 1933
Neustadt an der Haardt – Março 1933
Alt-Daber Aprile 1933 – Julho 1933
Sonnenburg Aprile – Abril 1933
Kislau – Abril 1933
Breslau-Dürrgoy – Aprile 1933
Börnicke – Maio 1933
Perleberg – Maio 1933
Lichtenburg – Junho 1933
Sachsenburg – Junho 1933
Kemna – Junho 1933
Senftenberg – Junho 1933
Emslandlager – Junho 1933
Breitenau – Junho 1933
Buchenau – Junho 1933
Vechta – Julho 1933
Eutin Luglio – Julho 1933
Kuhlen Luglio – Julho 1933
Brandenburg an der Havel – Agosto 1933
Ahrensbök – Outubro 1933
Bredow – Outubro 1933
Bad Sulza – Novembro 1933
Columbia-Haus – Dezembro 1934
Não falamos aqui dos campos de extermínio, assunto que merece bem outro aprofundamento: não havia aqui “soluções finais”, ou “fornos crematórios”. Estes eram campos de reeducação ou Schutzhaft (custódia preventiva) que, inclusive, permaneceram em função durante três anos no máximo (com uma excepção: Dachau, até 1945). Aqui havia lugar para comunistas, adversários políticos e judeu. O tratamento dos reclusos era bom (foram visitados por observadores internacionais), todavia estamos muito longe das armas utilizadas nos Estados Unidos na época da Lei da Seca: havia uma forte limitação da liberdade pessoal e a suspensão dos direitos civis e políticos.
E nesta altura, vale notar, havia entre 80 a 90 milhões de alemães, e nós éramos somente 460.000 judeus. Cerca de metade dum por cento da população da Alemanha era judia. E mesmo assim controlavam toda a imprensa, e controlavam grande parte da economia pois tinham moeda estrangeira quando o Marco estava desvalorizado e compraram praticamente tudo. Os judeus tentaram esconder estes factos. Eles não queriam que o mundo inteiro entendesse de forma correcta que tinham entregue a Alemanha, e que os alemães estavam ressentidos. Os alemães tomaram acções apropriadas contra os judeus. Devo dizer, discriminaram os judeus em todos lugares possíveis. Evitavam-os. Da mesma forma que nós iríamos evitar os chineses, ou os negros, ou os católicos, ou qualquer um neste país que nos tivesse entregue para um inimigo e causado a nossa derrota. Pouco depois, os judeus do mundo organizaram um encontro em Amesterdão. Judeus de todos os países participaram neste encontro em Julho de 1933. E eles disseram à Alemanha: “Vocês dispensem Hitler, e coloquem cada judeu no seu lugar anterior, tanto faz se ele for comunista ou não importa o que. Vocês não podem nos tratar desta forma. E nós, os judeus do mundo, estamos a impor um ultimato”. Vocês podem imaginar o que os alemães disseram. Então o que nós judeus fizemos?
Em 1933, quando a Alemanha recusou a entregar-se na conferência mundial de judeus em Amesterdão, o Sr. Samuel Untermyer, que era director da delegação americana e o presidente de toda a conferência, veio aos Estados Unidos e foi para os estúdios da Columbia Broadcasting System onde fez uma transmissão rádio por todo os Estados Unidos que dizia:
“Os judeus do mundo agora declaram uma Guerra Sagrada contra a Alemanha. Nós estamos num conflito sagrado contra os alemães. E nós iremos vence-los pela fome. Nós iremos fazer uso de um boicote mundial contra eles. Isto irá destruí-los porque eles são dependentes dos negócios da exportação”.
E isto é um facto, que dois terços do suprimento alimentar da Alemanha tinham de ser importados, e só podiam ser importados com ganhos da exportação. Então se a Alemanha não podia exportar, dois terços da população alemã iria morrer de fome.
Havia lá nem o suficiente em alimento para mais de um terço da população. Agora, nesta declaração, que tenho aqui e que foi impressa no New York Times em 7 de Agosto de 1933, o Sr. Samuel Untermyer ousadamente dizia isto: “…este boicote económico é o nosso meio de defesa. O Presidente Roosevelt advogou o seu uso na Administração de Recuperação Nacional”, do qual alguns de vocês devem se lembrar, onde todos tinham de ser boicotados a não ser que seguissem as regras estabelecidas pelo New Deal e que foi declarado inconstitucional pela Corte Suprema daquela época. Não menos, os judeus do mundo declararam um boicote contra a Alemanha, e isto foi tão eficiente que você não podia achar nada em nenhuma loja do mundo com as palavras “produzido na Alemanha”.
Breve nota: uma das teorias mais difundidas é que os sionistas apoiaram Adolf Hitler desde a primeira hora. Hitler chegou ao poder em Janeiro de 1933 e o boicote judeu começou em Março do mesmo ano. Todavia, apenas em Julho de 1933 os outros partidos políticos foram declarados ilegais e apenas no ano sucessivo Hitler conseguiu concentrar o poder executivo sobre si mesmo com o Gesetzüün den Neuaufbau des Reichs, dissolvendo os parlamentos dos Länder e ao transferir as decisões legislativas e administrativas para o governo central de Berlim.
De facto, até Janeiro de 1934 Hitler era uma obra não concluída, não tendo o controle de todas as principais instituições alemãs: em particular, até os parlamentos locais terem sido fechados, houve sempre a possibilidade dum ou mais Länder afastarem-se de Berlim. Nesta óptica, o desenho sionista não parece fazer muito sentido: se Hitler era um projecto sionista, “abandona-lo” antes da completa tomada de poder teria sido muito arriscado. Para fazer uma comparação, podemos observar como foi conduzida a implementação do comunismo na Rússia, onde a liderança do partido (e do País) sempre ficou de forma salda nas mãos de comunistas de origem judaica, até pelo menos 1941 com a nomeação de Stalin.
O boicote, doutro lado, não teve os efeitos desejados: académicos como Edwin Black relatam uma perda de 10% nas exportações alemãs, algo que foi recuperado num curto espaço de tempo.
De facto, um executivo da Companhia Woolworth disse-me que tiveram que deitar rio abaixo louças e pratos no valor de milhões de Dólares, porque as suas lojas teriam sido boicotadas se alguém viesse e encontrasse um prato com escrito “produzido na Alemanha”: haveria grupos de pessoas na frente da loja com placas que diziam “Hitler assassino” e daí em diante. Numa loja que pertencia à cadeia R. H. Macy, que era controlada por uma família chamada Strauss que também era Judia, uma mulher encontrou meias que vinham de Chemnitz, com a escrita “Produzidas na Alemanha”. Bem, eram meias de algodão e elas deviam estar há uns 20 anos, eu tenho observado as pernas das mulheres e faz tempo que não vejo nenhuma meia de algodão. Eu vi a Macy boicotada, com centenas de pessoas a passar com as placas que diziam “assassinos” e daí em diante. Até neste tempo, nenhum único cabelo de um Judeu tinha sido tocado na Alemanha. Não havia sofrimento, não havia fome, não havia assassinatos, não havia nada. Naturalmente, os Alemães perguntaram-se, “Quem são estas pessoas para declararem um boicote contra nós e manter todo o nosso povo sem trabalho, com as nossas indústrias paralisadas? Quem eles pensam que são para nos fazerem isto?”. Naturalmente ressentiram-se disto. Certamente eles pintaram Suásticas nas lojas dos judeus. Porque deveria um Alemão dar dinheiro a um vendedor que fazia parte do boicote, que iria matar a Alemanha, e fazê-lo render para os judeus do mundo, que iriam ditar quem iria ser o seu premier ou chanceler? Bem, isto era ridículo.
Freedman continua a descrever os alemães como uma mistura entre ingenuidade, coração de manteiga e estupidez. Mas a realidade era bem diferente. Como vimos, os efeitos do boicote foram bastante limitados. E os alemães não precisavam do boicote para justificar as suas próprias acções: era suficiente ler o Mein Kampf ou ouvir um discurso de Hitler. Aí era possível encontrar todas as justificações que condenavam os judeus. Quando o boicote foi implementado, alguns campos de reeducação encontravam-se já em função: não eram uma resposta ao boicote, eram uma das causas.
O boicote continuou por um tempo, mas em 1938, quando um jovem judeu da Polônia (Herschel Grynszpan) fora até a embaixada alemã em Paris e atirara num diplomata alemão, aí os alemães realmente começaram à ser rígidos com os judeus na Alemanha. Aí podemos vê-los a quebrar janelas e bater nas rua e daí em diante. Agora, eu não gosto de usar a palavra “anti-semitismo” porque ela não significa nada, mas mesmo assim significa algo para vocês, então eu terei usa-la.
A única razão para um sentimento da Alemanha contra os judeus era porque eles eram responsáveis pela Primeira Guerra Mundial e pelo boicote mundial. Por último eles também foram responsáveis pela Segunda Guerra Mundial, porque após isto ter saído do controle, era absolutamente necessário para os judeus da Alemanha agarrarem-se a uma guerra para ver qual deles iria sobreviver.
Como vimos, isso é falso: na Alemanha os judeus não eram culpados pela Primeira Guerra Mundial e nem pelo desfecho desta. Leiam Mein Kampf, s.f.f. Discurso diferente acerca do boicote, que era a evidente resposta judia perante a introdução de normas antissemitas na Alemanha. Acerca da Segunda Guerra Mundial vamos ler.
Enquanto isto, eu vivia na Alemanha, e sabia que os alemães haviam decidido se a Europa iria ser cristã ou comunista: não havia meio termo. E os alemães decidiram que eles iriam mantê-la Cristã se possível. Começaram a rearmar-se. Em Novembro de 1933 os Estados Unidos reconheceram a União Soviética.
A União Soviética estava a tornar-se muito poderosa, e a Alemanha notou isto “A nossa vez vai chegar, a não ser que sejamos fortes”. O mesmo que nós neste país estamos a dizer hoje, “A nossa vez vai chegar, a não ser que sejamos fortes”. O nosso governo gasta 83 ou 84 biliões de Dólares na Defesa. Defesa contra quem? Defesa contra 40.000 pequenos judeus em Moscovo que tomaram a Rússia e, então, no seu jeito diabólico, tomaram o controle de muitos outros países do mundo.
Pois este país está a beira de uma Terceira Guerra Mundial, da qual não pode erguer-se um vencedor, é algo que estagna na minha imaginação. Eu sei que as bombas nucleares são medidas em termos de megatons. Um megaton é um termo usado para descrever 1 milhão de toneladas de TNT. As nossas bombas nucleares possuíam uma capacidade de 10 megatons, ou 10 milhões de toneladas de TNT, quando foram desenvolvidas no inicio. Agora, as bombas nucleares que foram desenvolvidas possuem uma capacidade de 200 megatons, e Deus sabe lá quantos megatons as bombas nucleares da União Soviética têm. Com o que nos deparamos agora? Se nós iniciarmos uma guerra mundial agora, algo que possa ser transformado numa guerra nuclear, a humanidade está acabada. Porque tal guerra teria de acontecer? O facto é que a cortina está novamente a subir no Acto 3: o Acto 1 foi a Primeira Guerra Mundial, o Acto 2 foi a Segunda Guerra Mundial, o Acto 3 será a Terceira Guerra Mundial. Os judeus do mundo, os sionistas e os seus correligiosos em todo lugar, estão determinados a usar os Estados Unidos para ajudá-los permanentemente a manter a Palestina como base para o governo mundial. Isto é tão verdade quanto eu estou em pé aqui. Não só eu li isso, mas muitos aqui leram isto, e é sabido em todo o mundo. O que nós iremos fazer? A vida que você salva pode ser a do seu filho. Os seus filhos podem estar a caminho da guerra hoje; e você não sabe mais do que sabiam em 1916, quando em Londres os sionistas fizeram este acordo no Escritório de Guerra Britânico para enviar os seus filhos para a guerra na Europa. Vocês sabiam disto na época? Nem uma única pessoa nos Estados Unidos sabia disto. A vocês não era permitido saber. Quem sabia disto? O Presidente Wilson sabia. O Coronel House sabia. Outros no interior sabiam.
E eu sabia? Eu tinha uma boa noção do que estava a acontecer: eu era um apoiante de Henry Morgenthau, na campanha de 1912, quando o Presidente Wilson foi eleito, e havia discussões no escritório. Eu era o “homem confidente” de Henry Morgenthau, que era director do comité das finanças, e eu era a ligação entre ele e Rollo Wells, o tesoureiro. Então sentava-me nestes encontros com Presidente Wilson que se sentava à ponta da mesa, e havia todos os outros, eu os ouvia martelar na cabeça do Presidente Wilson a taxa progressiva sobre os rendimentos e o que depois teria sido a Federal Reserve, eu os ouvia doutrina-lo sobre o movimento sionista.
O Juiz Brandeis e o Presidente Wilson eram tão chegados quantos estes dois dedos na minha mão. O Presidente Woodrow Wilson era tão incompetente quando se tratava de determinar o que estava a acontecer quanto um recém-nascido. Foi assim que nos puseram na Primeira Guerra Mundial, enquanto nós dormíamos. Eles enviaram os nossos miúdos para serem estilhaçados. Para quê? Para que os judeus tivessem a Palestina como sua “comunidade”. Eles enganaram de tal forma que vocês não sabiam se estava a chegar ou a ir embora. […]
Quais são os factos sobre os judeus? Eu os chamo judeus para vocês, pois eles são conhecidos como judeus. Eu não os chamo de judeus. Refiro-me à eles como “assim-chamados judeus”, porque sei o que eles são. Os judeus do Oeste Europeu, que formam 92 por cento da população mundial do povo que se considera judeu, eram na verdade Khazares. Eram uma tribo de guerra que vivia bem no fundo no coração da Ásia. E eles eram tão belicistas que até mesmo os asiáticos os empurraram para fora da Ásia, para o Oeste da Europa. Eles formaram um vasto império Khazar de 800.000 milhas quadradas. Nesta época, a Rússia não existia, nem muitos outros países europeus. O império Khazar era o maior país em toda Europa, tão grande e tão poderoso que quando outros monarcas queriam ir para a guerra, os Khazares emprestavam 40.000 soldados. Isso é o quão grande e poderoso eles eram. Eram veneradores fálicos, o que é indecente e não quero entrar em detalhes disto agora. Mas esta era a sua religião, assim como era a religião de muitos outros pagãos e bárbaros em muitos lugares do mundo. O rei Khazar tornou-se tão enojado com a degeneração do seu reino que decidiu adoptar uma tão conhecida fé monoteísta, o Cristianismo, Islão ou o que é conhecido hoje como judaísmo, que na verdade é Talmudísmo. Atirando um dado e dizendo eeny, meeny, miney, moe ele escolheu o suposto judaísmo. E esta tornou-se a religião de Estado. Ele foi até escolas Talmúdicas de Pumbedita e Sura e trouxe milhares de rabinos, e abriu sinagogas e escolas, e o seu povo tornou-se o que nós chamamos de judeus. Não havia um único deles que tivesse um ancestral que sequer tivesse pisado a Terra Santa. Não só na história do Antigo Testamento, mas nem atrás, no inicio dos tempos. Nem um único deles!
Nos próximos tempos iremos dedicar um artigo à questão do povo khazaro, assunto complexo. Desde já, quanto referido aqui por Freedman é em boa parte fruto da fantasia.
O povo khazaro ficou totalmente desconhecido até o VI século depois de Cristo. Fazia parte do Império dos Göktürk, de origem turca (portanto: não da Ásia para a Europa mas do Médio Oriente para a Ásia ocidental); após a queda dos Göktürk, o império ficou dividido em duas partes, aquela dos Búlgaros (que emigraram para o Leste europeu) e aquela dos Khazaros, que ocuparam a zona perto do Cáucaso.
O Império dos Khazaros estava bem longe de ser amplo como toda e Europa: no período da máxima expansão, incluía o Cáucaso, parte dos Urales no norte, as margens setentrionais do Mas Cáspio enquanto no Oeste ocupava a Crimeia e ultrapassava de pouco o rio Dniepr (mas sem chegar à Moldávia). Mais ou menos: uma largura de 2.000 quilómetros e uma altura de 2.100 quilómetros.
Os khazaros não praticavam nenhuma religião fálica mas sim o Tengriismo, um antigo culto praticado também por turcos e mongóis, centrado na divindade que representa o céu, Tengri, e que incorpora elementos de xamanismo, animismo, totemismo, culto dos ancestrais e elementos da cosmologia chinesa.
Pouco é conhecido acerca da conversão dos khazaros, se é que alguma vez aconteceu em massa: segundo muitos académicos não passa dum mito, mas a questão continua em aberto. De certeza a coisa não foi decidida com um dado… Mas disso iremos falar, como anunciado, num próximo artigo. Desde já, temos que frisar mais uma vez como as reconstruções históricas de Freedman sejam sempre bastante “fantasiosas” e funcionais à teoria dele.
E mesmo assim são eles que pedem aos Cristãos para apoiar as suas insurreições armadas na Palestina, “Vocês querem ajudar repatriar o Povo Escolhido de Deus à sua Terra Prometida, à sua terra natal, não quer? É seu dever de Cristão. Nós demos um dos nossos garotos como vosso Senhor e Salvador. Hoje em dia vocês vão à igreja no Domingo, e vocês ajoelham-se e louvam um judeu, e nós somos judeus”.
Disparate total. Uma das acusações mais recorrentes contra os judeus ao longo de todos os séculos é aquela de ter assassinado Cristo. Se um judeu quer ajuda, a última coisa que lhe convém fazer é relembrar o que aconteceu com Jesus.
Mas eles são Khazares pagãos que se converteram assim como os irlandeses. É tão ridículo chamá-los de “povo da Terra Santa”, da mesma forma como seria chamar 54 milhões de muçulmanos de chineses de árabes.” Mohammad só morreu em 620 d.C. e desde então 54 milhões de chineses aceitaram o Islão como crença religiosa. Agora imaginem, na China, 2.000 milhas da Arábia, de Mecca e do local do nascimento de Mohammed. Imagine se 54 milhões de chineses decidissem intitularem-se “árabes”. Vocês diriam que são lunáticos. Qualquer um que acredite que estes 54 milhões de chineses são árabes só pode estar louco. Tudo o que eles fizeram foi adoptar uma fé religiosa, uma crença que teve as suas origens em Mecca, na Arábia. A mesma com os irlandeses. Quando os irlandeses se tornaram cristãos, ninguém os deitou no oceano e os levou para a Terra Santa como uma nova leva de habitantes. Eles não se tornaram um povo diferente, mas aceitaram o Cristianismo como crença religiosa. Estes Khazares, estes pagãos, estes asiáticos, estes turco-finlandeses, eram uma raça mongoloide que foi expulsa da Ásia para o Oeste da Europa, porque o seu rei adquiriu a fé Talmúdica, eles não tinham escolha nesta questão. Da mesma forma na Espanha: se o rei for católico, todos têm de ser católicos. Se não, vocês tinham que sair de Espanha.
Então os Khazares tornaram-se o que nós chamamos hoje de judeus. Agora imaginem o quão tolo seria os grandes países cristãos dizerem “Nós iremos usar o nosso poder e prestígio para repatriar o Povo Escolhido de Deus para a sua terra natal, a sua Terra Prometida”. Poderia existir uma mentira maior que esta? Porque eles controlam os jornais, as revistas, a rádio, a televisão, as editoras de livros, e porque eles têm os ministros no púlpito e os políticos nas tribunas a falar a mesma língua, não é de surpreender que vocês acreditem nesta mentira. Vocês iriam acreditar que preto é branco se ouvissem isto frequentemente Vocês não iriam chamar preto de preto – vocês chamariam o preto de branco. Esta é uma das maiores mentiras da história. É a fundação de toda miséria que desgraçou o mundo.
Vocês sabem o que os judeus fazem no Dia da Expiação, o qual vocês acreditam ser tão sagrado para eles? Eu era um deles. Isso não é um boato. Não estou aqui para ser arruaceiro. Estou aqui para dar-vos factos. No Dia da Expiação, você entra numa sinagoga, você fica de pé para toda a primeira oração. É a única oração na qual você fica de pé. Você repete três vezes uma pequena oração chamada Kol Nidre. Nesta oração, você entra em acordo com Deus o Poderoso de que qualquer promessa, voto ou juramento que você faça nos próximos doze meses devem ser nulos ou vazios. A promessa não deverá ser promessa; o voto não deverá ser um voto; o juramento não deverá ser um juramento. Elas não deverão ter força ou efeito. E mais, o Talmud ensina que sempre que você fizer uma promessa, voto ou juramento, você deve lembrar-se da oração do Kol Nidre que fez no Dia da Expiação, e está isento de cumpri-las. Quanto vocês podem confiar na lealdade deles? Vocês podem confiar na lealdade deles quanto os alemães confiaram em 1916. Nós vamos sofrer o mesmo destino que os alemães sofreram, e pela mesma razão.
Acaba aqui o discurso de Ben Freedman. Que mais lembra a invectiva duma esposa traída. Porque do ponto de vista histórico é uma tragédia. E o ponto de vista histórico é fundamental para avaliar o discurso pois todo ele está fundamentado exclusivamente numa ré-leitura de acontecimentos passados.
A tese de que a Primeira Guerra Mundial tenha sido obra dos judeus é simplesmente ridícula, não consegue ultrapassar uma análise dos factos, mesmo que superficial.
A ideia de que não houvesse financiamentos dos bancos judeus para os aliados antes da entrada em guerra dos Estados Unidos é falsa, assim como a teoria segundo a qual a entrada de Washington no conflito tenha destruído a Alemanha. É Adolf Hitler que desmente as opiniões de Freedman: os alemãs não odiavam os judeus por causa da “traição” na Primeira Guerra Mundial. É só ler Mein Kampf (cuja leitura aconselho, independentemente do assunto tratado aqui agora).
Vice-versa, são válidas outras afirmações: por exemplo, que o comunismo tenha sido uma criação da intellighenzia hebraica está fora discussão e que os sionistas souberam explorar as fraquezas do sistema ocidental para invadir a Palestina é algo evidente também. Mas é suficiente isso para proclamar a existência duma conspiração judaica para o controle mundial?
Podemos pôr uma pergunta: qual a necessidade de Freedman em distorcer a História? A resposta é simples: tornar a teoria dele credível. O problema é que, ao fazer isso, Freedman propõe qual única explicação pelos males do mundo o factor judeu e aqui temos que frisar dois pontos:
- Freedman não distingue entre judeus ou sionistas, o simples facto de seguir a religião hebraica é motivo de culpa. Portanto: nada mais do que racismo.
- ao individuar apenas um culpado (o factor judeu), Freedman absolver todos os restantes responsáveis. Segundo esta narrativa, há pessoa que, por serem traidores ou simplesmente fracos, ajudam o factor judeu mesmo não sendo de origem hebraica: mas são episódios pontuais, no geral não a culpa é sempre e só dos judeus.
O desejo de Hitler de conquistar o “espaço vital” alemão (Áustria, República Checa, Polónia) é apagado: os alemães foram inocentes cordeiros sacrificais, devorados pelo judeu. Freedman chega ao ponto de fazer uma comparação entre a aplicação da Lei da Seca nos EUA e os campos de internamento da Alemanha nazista: afinal eram a mesma coisa, os judeus (e os adversários políticos) estavam bem, provavelmente eram felizes por ficarem fechados num espaço cercado e vigiado por soldados armados! Esta é a seriedade da narrativa de Freedman.
Voltamos atrás e pegamos no exemplo da Primeira Guerra Mundial. As culpas dum regime fortemente militarizado e repressivo como o Império Austro-húngaro são completamente lavadas: a guerra eclodiu apenas por causa dos judeus. Os erros de avaliação de Viena; as pressões do sector militar; o desejo de compactar (e controlar com mais força) o povo utilizando a guerra; até a resistência do velho Imperador perante a possibilidade dum conflito: tudo isso não existe na narrativa de Freedman, assim como não existem as tentativas inglesas e alemãs (não muito convencidas estas últimas) para evitar a guerra.
Sempre acerca da Primeira Guerra Mundial: aos olhos dum italiano é mais simples observar as falhas de Freedman acerca do conflito, porque este é considerado (justamente) como a Quarta Guerra de Independência italiana e, portanto, muito bem conhecida. Neste aspecto, por exemplo, é conhecido o papel absolutamente nulo dos americanos: na frente italiana contra os austro-húngaros, o ponto de viragem numa luta que até 1917 parecia perdida foi a troca das mais altas patentes militares, velhos generais de escola piemontês (em particular o velho General Cadorna) que aplicavam as tácticas de guerra do ‘800, por generais mais jovens (Diaz) com outro tipo de experiência. Foi esta a chave da reviravolta na frente italiana, não houve nenhuma intervenção americana ou judaica. Mas tudo isso não existe na narrativa de Freedman, cujo relatório é básico.
Ao mesmo tempo, Freedman é obrigado a ocultar outros factos: os bancos americanos (e sabemos quanto importante é a presença sionista neles) ganhavam com a guerra, as empresas que fabricavam armas ganhavam com a guerra. Havia todo um complexo industrial que prosperava à sombra do conflito europeu. Por qual razão este lado é ocultado? Porque não é funcional à teoria segundo a qual os judeus boicotavam a Alemanha e recusavam ajudar a França. Dado que o sonho de todos os judeus é, segundo Freedman, criar a Nova Ordem Mundial judaica, não faria sentido admitir que os bancos e a indústria hebraica ganhavam ao continuar a fornecer armas e dinheiro aos beligerantes. Da mesma forma, Freedman não pode admitir que o boicote judeu foi um fracasso total: como é possível isso? Não eram os judeus que controlavam tudo, que mandavam nos governos? Então por qual razão o boicote judeu fracassou?
Se tivéssemos que julgar a existência do sionismo só com base no discurso de Freedman, o resultado seria negativo: o sionismo não existe ou, se existir, é algo extremamente fraco, desorganizado e com pouca capacidade de actuação. Infelizmente não é assim. Por isso surpreende que esta narrativa básica e historicamente falsa seja tida em conta como “a verdade revelada”. Segundo Freedman os bons estão todos dum lado, ou maus do outro. E reconhece-los é simples: os bons são todos os povos, manipulados e sacrificados pelo judeus, os maus são os judeus. É a mesma narrativa elementar que vê a História só como uma série ininterrupta de decisões judaicas.
As mentes mais simples irão adorar a narrativa de Freedman. Para os outros, há um mundo incrivelmente complexo, feito de interesses que cruzam-se, aliam-se, combatem-se: algo que requer mais esforço para ser entendido, que pode fornecer uma visão menos auto-absolutória mas bem mais abrangente e profunda.
Ipse dixit.