Site icon

George Soros: crise em vista? Eis as soluções.

A União Europeia enfrentará uma grave crise financeira, segundo a avaliação feita pelo bilionário George Soros que publicou as suas ideias numa entrevista à Bloomberg. Soros acha que a crise poderá ser desencadeada pelo aumento da taxa de câmbio do Dólar e pela saída de capital dos mercados emergentes.

Mas outras possíveis causas podem ser o colapso do acordo nuclear iraniano e a destruição da aliança transatlântica entre a UE e os Estados Unidos. O especulador financeiro também destacou a “desintegração territorial” da União Europeia, que tem no Brexit uma das manifestações desse processo. Obviamente não falta uma referência para a crise dos imigrantes e o perigo dos populistas.

Dúvida: previsões ou ameaças? Resposta: ameaças de mau perdedor.

Soros faz parte da frente “democrata” e “progressista”, a mesma dos vários Clinton, Obama, etc. Soros quer mostrar que a UE não está a mover-se na direção que os EUA acham ser correcta e que estar mais perto de Washington (mas contra Trump) iria trazer estabilidade económica e proteção contra a crise; crise que, sempre segundo ele, pode ser evitada através de uma série de ações como por exemplo viabilizar o TTIP (Transatlantic Trade and Investment Partnership).

O actual Presidente, Donald Trump, é contrário ao TTIP e não vê com muita simpatia uma UE forte e unida. De facto, o mesmo Soros afirma:

Os Estados Unidos, por si só, aguçaram os problemas da UE: retirando-se unilateralmente do acordo nuclear com o Irão de 2015, Trump destruiu a aliança transatlântica, colocando ainda mais pressão sobre uma Europa já sitiada.

Pelo que: a União Europeia erra, Trump erra, Soros é o único capaz de vislumbrar a realidade. E a realidade é simples, diz ele: a única maneira de evitar um colapso total seria um plano de 30 bilhões de Euros para a África (35.4 bilhões de Dólares), que Soros acredita poder ajudar a conter o fluxo de imigrantes para a Europa. A União deve utilizar a sua autoridade de empréstimo “em grande parte não utilizada” para financiar um plano Marshall. Reparamos no termo: “empréstimo”, o que significa “juros”. Para salvar a Europa, temos que endividar a África. Genial.

Até recentemente, podia-se argumentar que a austeridade funciona: a economia europeia está a melhorar lentamente, é preciso simplesmente perseverar. Mas, olhando para o futuro, a Europa enfrenta agora o colapso do acordo nuclear iraniano e a destruição da aliança transatlântica, destinada a ter um efeito negativo nas sua economia e causar outras desordens.

A força do Dólar já está a acelerando o voo das moedas dos mercados emergentes. Nós poderíamos estar a caminho de outra grave crise financeira. O estímulo económico de um plano Marshall para a África e para outras partes do mundo em desenvolvimento deve começar no momento certo. Foi isso que me levou a apresentar uma proposta pronta para o uso.

Portanto: África e não só. Cobrir de dívida os Países emergentes é a mágica receita que o grande capital ligado aos “progressistas” vê como solução.

A UE está em crise existencial. Tudo o que poderia dar errado deu errado. […] E assim, na Alemanha, a Alternative für Deutschland (AfD) rapidamente ganhou força, tornando-se a maior oposição no País. A Itália sofreu recentemente com uma experiência semelhante e as repercussões políticas foram ainda mais desastrosas: o movimento anti-europeu Cinque Stelle e a Lega quase foram para o governo. A situação está a deteriorar-se rapidamente, e agora o País terá que enfrentar novas eleições no meio do caos político.

Não, Soros não está satisfeito. Nas últimas semanas foi varrido da Hungria e agora vê o surgimento dos terríveis “populistas”: a euro-céptica AfD na Alemanha, Cinque Stelle e Lega no governo (que entretanto estão a formar) na Italia. Sem esquecer o movimento de Le Pen na França ou Podemos na Espanha. Mala tempora currunt diziam os Romanos, “correm tempos desastrosos”. Mas Soros já individuou os problemas e tem prontas as soluções:

A UE enfrenta três problemas prementes: a crise dos refugiados; as políticas de austeridade que impediram o desenvolvimento económico; desintegração territorial, como exemplificado pelo Brexit.

A crise dos refugiados em boa verdade foi criada e alimentada, entre as outras coisas, pelas ONGs amplamente financiadas pelo mesmo Soros. As políticas de austeridades foram impostas pelo Fundo Monetário Internacional, desde sempre paladino daquele capital do qual Soros é um dos máximos representantes; a desintegração territorial da União é o fruto duma construção europeia antidemocrática e oligárquica, dominada por uma moeda única gerida (como ainda é) pelas elites financeiras progressistas. Pelo que, Soros não é a solução ao problema, é parte do problema. Mas, como é óbvio, não pode admiti-lo e propõe o genial plano da dívida:

Sem entrar em pormenores, gostaria de salientar que a proposta contém um mecanismo que permitiria à UE explorar os mercados financeiros a uma taxa muito vantajosa, sem incorrer numa obrigação directa para si própria ou para os seus Estados-Membros; também oferece benefícios contáveis significativos. E, embora seja uma ideia inovadora, já foi usada com sucesso em outros contextos.

No fundo, Soros é um coração de manteiga: trata-se apenas de pedir aos mercados financeiros dinheiro “a uma taxa muito vantajosa” e empresta-lo aos desgraçados da África explorando também os significativos “benefícios contáveis”. Uma espécie de Mãe Teresa de Calcutá. E tranquilos: a ideia é inovadora mas “já foi usada com sucesso”. Disso não temos dúvidas.

A dura realidade poderia nos forçar a deixar de lado os interesses nacionais no interesse de preservar a UE.

Não, obrigado. Não com esta Europa, não com estes políticos, não com estes abutres engravatados que exploram os mais desfavorecidos e que de apelido fazem “Soros”.

 

Ipse dixit.

Fontes: Zero Hedge,