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O bombardeio de Dresden

O enredo é conhecido: havia os Bons dum lado e havia os Maus do outro.

Os Maus queriam impor a sua ditadura sobre todo o mundo, os Bons lutavam pela liberdade e pela democracia. Felizmente, e graças a Deus, os Bons venceram, porque o bem sempre vence no final e hoje somos livres e democráticos. Esse é o mito fundador da nossa civilização contemporânea, isso foi e ainda é ensinado nas escolas.

Os Maus realmente tinham feito coisas horríveis e tinham uma ideologia terrível também. Disso há poucas dúvidas. Mas às vezes, algo não bate bem quando você estuda a história dos Bons.

Houve Hiroshima, houve Nagasaki. Cerca de 200.000 vítimas. Foi necessário, dizem: 200.000 mortes necessárias para evitar o pior. Era necessário acabar com a guerra, é explicado. Afinal, se os Bons fizeram algo assim, devia haver um válido motivo.

Então, houve Hiroshima e Nagasaki.
Mas antes disso tinha havido Dresden. Curioso, não se fala muito sobre Dresden.
Falamos de Desden.

O inferno
Os efeitos do bombardeio aliado em Colônia

Era o dia 13 de Fevereiro de 1945, 73 anos atrás.
Às 22:08, na Terça-feira de carnaval, as sirenes do alarme aéreo interromperam os palhaços que apresentavam o último espetáculo.

Dois minutos depois o céu começou a ser povoado: o primeiro Lancaster de quatro motores do 83º esquadrão inglês lançou os foguetes que iluminaram a noite da cidade; depois alguns Mosquitos, os ágeis caças-bombardeiros cuja tarefa era sinalizar os alvos com bombas vermelhas.

Os mosquitos fizeram bem o trabalho: tinham sinalizado um estádio e no centro deste agora havia uma coluna vermelha brilhante. Os bombardeiros tinham seu alvo.

Das 22:13 às 22h30, os Lancasters descarregam as bombas de 1.800 e 3.600 libras na cidade. Em seguida, afastaram-se na direção de Estrasburgo, voando baixo para escapar ao radar alemão. As ajudas começam a fluir das cidades vizinhas, enquanto os habitantes deixaram lentamente os abrigos. Era este o verdadeiro objectivo dos aliados: levar as pessoas a sair, esperar os socorristas e voltar a atacar.

Dresden, 14 de Fevereiro de 1945

01:28 horas de 14 de Fevereiro. A segunda vaga chegou. Um total de 529 Lancaster descarregaram 650.000 bombas, na maioria dispositivos incendiários. É o começo do inferno. Bombardeando as áreas já atingidas pelo primeiro ataque, os britânicos conseguiram provocar uma tempestade de fogo. Das casas já destruídas pelas anteriores bombas, são sugados os objectos e as pessoa que está no raio dum quilómetro.

O piloto dum Lancaster mais tarde dirá:

Havia um mar de fogo que, de acordo com os meus cálculos, cobria pelo menos cem quilómetros quadrados. O calor era tal que sentia-se parecia até na fuselagem; éramos subjugados pelo fogo aterrador, pensando no horror que havia ali em baixo.

Dresden, após o ataque

Segundo as estimativas alemã de 22 de Março, os mortos contabilizados tinham sido 20.204 mas era
esperado um número total de 25.000. Wikipedia versão inglesa ainda hoje fala de 25.000 mortos, mas cifras mais realistas falam dum mínimo de 40.000 mortos e um máximo de 150.000 vítimas. é suficiente pensar que os cadáveres continuaram a ser encontrados até a década dos anos ’60 durante as escavações. 

A Segunda Guerra Mundial estava a chegar ao fim, a Alemanha estava perto de capitular, Dresden era uma cidade sem instalações militares, sem defesa antiaérea, habitada por civis e pessoas que tinham encontrado lá refúgio lá, com a convicção de que os aliados não teriam motivos para atacar uma cidade indefesa que não representava qualquer fonte de perigo.

No entanto, aquele do 13 e 14 de Fevereiro foi ataque premeditado, uma operação que tinha o único propósito de massacrar a população e espalhar o pânico. Uma espécie de punição coletiva, feita pelo Bons contra os Maus.

E no final os Maus perderam aquela guerra.
Mas foram realmente os Bons aqueles que venceram?

Ipse dixit.

Fontes: Tra Cielo e Terra, Cronologia Leonardo