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Portugal: o sarampo

Neste dias, em Portugal, está ao rubro a polémica acerca das vacinas. Há um surto de sarampo e pais
indignados gritam a partir dos microfones das rádios porque outros pais recusam vacinar os seus filhos: há quem espere que a vacinação se torne obrigatória.

A maior parte das pessoas indignadas nem sabe distinguir uma aspirina dum antibiótico, mas mesmo assim repetem o que ouviram dizer: as vacinas são boas, as vacinas fazem só bem, quem contraria as vacinas é um ignorante.

Eu sou ignorante, admito não ser capaz de entender se uma vacina for boa ou má. E nem entendo entrar na estéril polémica entre quem defende todas as vacinas e quem acha serem estas instrumentos da Nova Ordem Mundial. Simplesmente, pergunto algumas coisas.

Por exemplo: é normal que nas vacinas haja estes excipientes?

Este ingredientes podem ser encontrados no sito internet do Centers for Disease Control and Prevention (CDC), a agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos que trabalha no âmbito da saúde e da prevenção. São alguns dos excipientes utilizados na preparação de algumas das vacinas mais comuns.

Admitimos: nem todos os pais podem estar satisfeitos com a ideia de injectar nos seus filhos as células dum macaco africano ou um vírus que mata os porcos.

O que nós leva até a segunda questão. Se em Portugal arriscamos o Armageddon por causa do sarampo, seria muito simples organizar uma campanha informativa que eliminasse todas as dúvidas. Nada de spot publicitários do tipo “vacinar-se é bom”, mas algo que explicasse de forma clara e além de qualquer dúvida (isso é: com dados, estudos, pesquisas, testes e não só com palavras):

É claro que para oferecer um serviço deste tipo seria precisa uma assinalável quantia de dados, como por exemplo os históricos. Mas estamos em 2017, nada disso seria impossível. E todos poderiam ter uma ideia clara e definitiva acerca das vacinas. Custaria muito?

Tudo isso não seria um “favor” aos cidadãos mas seria parte integrante dum qualquer serviço de saúde que não tem apenas a tarefa de passar as receitas para os antibióticos, mas sobretudo deve informar de forma ampla e clara acerca das boas práticas para manter-se saudável.

Se existem pessoas que hoje duvidam das vacinas, isso não acontece por uma questão de moda: em outras partes do Mundo as vacinas mataram. E esta não é uma afirmação saída dum blog conspiracionista mas das aulas dos tribunais (ver caso da Índia).

Eu acho que todas as pessoas desejam saúde, para si e para os seus entes queridos. Se as pessoas tiverem os elementos para poder efectuar uma escolha em prol duma maior protecção, por qual razão recusar? Se as vacinas proporcionam mais bem- estar e o sistema de saúde não fornece aos cidadãos os elementos necessários para poder tomar decisões conscientes, quem está em falta?

Ipse dixit.

Fonte: CDC – Vaccine Excipients e Media Summary (ficheiro Pdf, inglês)