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Mulheres do Islão

Uma boa parte do choque de civilizações entre Ocidente e mundo islâmico é jogado no âmbito
diferente papel que as mulheres têm nas duas culturas.

Se o Ocidente conseguir convencer a mulher muçulmana a homologar-se aos direitos das mulheres ocidentais, o Ocidente ganha o jogo sem disparar um único tiro, a não ser os tiros do Isis que terá um certo poder militar mas não tem a força para opor-se à violência duma cultura superior.  E, neste caso, superior fica sem aspas porque, apesar dos infinitos defeitos que o mundo ocidental tem, aos menos conseguiu libertar (parcialmente) o papel da mulher.

Como explicado pelo filósofo e antropólogo Claude Levi-Strauss, uma cultura é feita de pesos e contrapesos, de medidas e contramedidas que mantêm o equilíbrio. Se qualquer um dos elementos dessa cultura é eliminado, isso modifica todos os outros e a cultura ficará desequilibrada, eventualmente destruído. O mundo islâmico tem este problema: vive, pensa e actua no 50% das suas possibilidade. Metade dos muçulmanos praticamente não existem, ficando fechados em casa para criar os filhos.

Por esta razão a propaganda ocidental insiste de maneira sufocante sobre os direitos negados à mulher muçulmana, ganhando assim o apoio espontâneo das mulheres ocidentais que, mesmo odiando a política agressiva e terroristas dos governo Bush, Clinton ou Obama nos Países árabes, sentem o dever moral de vir em auxílio das “irmãs” islâmicas.

Um exemplo é dado pela história do Afeganistão. Há quinze anos os ocidentais ocupam e lutam contra este País cuja liderança impôs como chefe um boneco, Ashraf Ghani, que estudou na Columbia University, lecionou na John Hopkins, era membro do Fundo Monetário Internacional (FMI), é casado com uma mulher cristã libanesa. O Afeganistão não tem petróleo, o seu subsolo está entre os mais pobres do mundo. É um País bastante desgraçado. Então, por que o Ocidente lutas no Afeganistão? Por três razões.

A primeira é a posição estratégica do Afeganistão. Não que o País seja um must (o vizinho Irão é muito mais importante neste aspecto), mas é pedaço de terra que entra no famoso jogo americano da conquista da Eurásia.

A segunda razão é o ópio. A terra afegã é misera mas produz ópio de ótima qualidade, em particular desde a chegada das forças Ocidentais.

A terceira razão são os talebans. O Ocidente luta contra o fenómeno Taleban, os costumes Talebans, a ideologia Taleban. O projecto de Mullah Omar, o comandante supremo dos Talebans, era aquele duma modernização moderada do País, mantendo as suas tradições. E entre estes uma fundamental prevê que o papel da mulher seja principalmente o de ter filhos e cuidar da família. Em troca recebe uma protecção quase absoluta: durante os seis anos do governo do Mullah Omar não se lembra um único caso de violação e que tenha tentado isso foi direito para a forca.

O projecto de Omar derivava daquele do Ayatollah Khomeini, cuja chegada ao poder no Irão, em 1979, pode ser datada como o começo da nova guerra de civilizações entre o Ocidente e o Islão (já houve mais no passado, como é notório). A diferença entre os dois é que Khomeini era um intelectual refinado, que tinha uma grande cultura (a Persa) completada com a experiência nos anos de exílio em Paris; Omar era um menino pobre dum País miserável, do qual nunca saiu, e aplicou a teoria do Ayatollah Khomeini de forma muito mais crua.

Assim, a guerra no Afeganistão dos Talebans é também uma guerra ideológica que pode ser tomada como emblema, dada a sua clareza, do confronto entre o Islão e o Ocidente. É óbvio que no caos do Médio Oriente há muitos outros factores em jogo: o poder económico, a geopolítica, o petróleo e mais ainda. Mas a vertente feminina não pode ser esquecida.

Se o Ocidente não conseguir libertar a mulher muçulmana, os Islâmicos irão prevalecer com a massa deles, porque continuam a produzir filhos. É só uma questão de números, nada mais. E, finalmente, conseguirão dominar-nos, infiltrando-se nos nossos territórios, sem muito esforço, porque a Natureza não tolera o vazio (o horror vacui) e um vácuo de valores (é o caso da sociedade ocidental) só pode ser preenchidos com outros valores.

As mulheres islâmicas têm nas mãos um enorme potencial. Tal como a religião cristã tem (fadigosamente) que actualizar-se, também a islâmica não pode ficar parada num mundo em contínua mudança (entre as outras coisas, é bom realçar como as palavras de Allah no Alcorão prevejam um papel de igualdade entre homens e mulheres: depois chegou o homem e interpretou isso à maneira dele…).

Importante é lembrar-se que o objectivo final não é criar um clone da mulher ocidental, mas uma mulher islâmica livre.

Ipse dixit.

Fonte: L’Islam e i Diritti della Donna, La Donna nella Cultura Islamica, Wikipedia – Mulheres no Islão, Massimo Fini.