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Não existe a cura contra o câncer

As multinacionais dos medicamentos escondem o tratamento contra o câncer?
Não.

As multinacionais dos fármacos são criminosas? Sim, sem dúvida. E, provavelmente, dizer “criminosas” é pouco. Mas não escondem o tratamento contra o câncer, simplesmente porque não o conhecem. Gostariam, e imensamente até, mas não, não o conhecem.

Todavia, na internet circula a ideia contrária. Sobretudo em determinadas áreas da informação alternativa, a convicção é aquela segundo a qual estas multinacionais tramam para que o tratamento definitivo não seja descoberto. Ignoram ou sabotam intencionalmente a pesquisa.

E pensar, como é possível encontrar nas mesmas páginas “alternativas”, que basta pouco, tão pouco. Um chá com água salgada aquecida a 45 graus, um pouco de bicarbonato, feijão com ascorbato de potássio, algumas vitaminas, a meditação, a psicoterapia com TAC do trauma originário… estas são receitas que podem ser encontradas na internet. E que, é explicado, tratam os tumores. Não apenas alguns tipos, mas todos os tumores. As multinacionais ignoram isso deliberadamente e, como afirmado, obstaculizam, sabotam.

Explicação? Simples: as multinacionais farmacêuticas sem escrúpulos, associadas ao NWO, Rothschild, Soros, maçonaria, satanistas, judeus e banqueiros fazem tudo para que o povo morra, para vender-lhe os venenos anti-câncer: a quimioterapia, a terapia hormonal, a radioterapia, etc.

Agora, não há dúvida de que a Big Phrma seja uma indústria assassina. A Big Phrma certamente mata. Mas afirmar que milhões de pessoas morrem por não terem comido os feijões com ascorbato de potássio ou as vitaminas associadas à meditação é:

  1. estúpido
  2. sádico
  3. falso.

O Leitor não concorda? Então há uma maneira simples de demonstrar o contrário: reúna um número estatisticamente significativo de pessoas que foram atingidas pelo câncer, que foram tratadas apenas com os métodos “alternativos” e que depois disso ficaram sãs. Faça isso, encontre pelo menos 500 pessoas (o que são 500 pessoas perante os milhões de mortos que temos por cada ano?), envie-me os nomes e prometo: fecho este estúpido blog e abro outro dedicado só e unicamente às curas alternativas do câncer.

Não é uma piada a minha, juro perante tudo e todos: faço isso, sem problema, porque significaria que eu estou errado e não tenho problema nenhum em reconhecer os meus erros e emenda-los se for preciso.

Até lá, um convite: reflictam.

1. As multinacionais escondem os tratamentos contra o câncer 

A acusação, portanto, é que as multinacionais (como Novartis, Pfizer, Glaxo etc.) têm o poder de bloquear a investigação dos tratamentos alternativos porque são apoiadas por bilionários (em particular judeus).

Como já referido num outro artigo, é só ver a lista de pessoas bilionárias, os homens mais ricos e poderosos do mundo atingidos pelo câncer, e ver por qual tratamento optaram (a lista está contida neste artigo).

Então vamos ver: as multinacionais controladas pelos poderosos escondem as verdadeiras curas. Mas quando um poderoso fica com o câncer, este o que faz?

Resposta lógica segundo a teoria “alternativa”: utiliza para ele próprio o tratamento que as suas multinacionais escondem ao povo.
Resposta estúpida, sempre segundo a teoria “alternativa”: utiliza os mesmos tratamentos ao qual se submete o comum mortal.

Qual a resposta verdadeira? Surpresa: a segunda. Então pergunto: onde fica a lógica?

Objecção: mas isso acontece porque os poderosos são mathulsianos.
Então pergunto outra vez: mas o que significa isso? A teoria que circula é que as casas farmacêuticas conhecem e escondem o tratamento contra o câncer: temos que engolir a piada segundo a qual um homem poderoso, mesmo sabendo que há um tratamento contra o câncer escondido numa das suas empresas, recusa-o para ficar fiel ao seu “malthusianismo”?

Ou pensamos que estes sejam todos idiotas gozados pelas multinacionais (que eles controlam)?
Um destes Senhores do Mundo, com bilhões suficientes para comprar o sistema de saúde dum inteiro País, não pede alternativas, não tenta desesperadamente tudo e mais alguma coisa para sobreviver, não, claro que não: prefere continuar a vomitar na sua cama porque é mathulsiano!

Lloyd Blankfein é judeu, portanto é membro da lobby judaica que, dizem na informação alternativa, mata o mundo com a quimioterapia, enquanto eles (os judeus) são tratados com… com quê? Com o chá de sal? Com os feijões? Com os brócolos mágicos? Não: Lloyd vai fazer a quimioterapia porque evidentemente gosta de vomitar e faz a radioterapia porque gosta de ficar mal como um cão.

Mas por favor, tentamos ser pelo menos coerentes, pode ser?

2. As multinacionais atiram-se ao mercado do câncer para realizar imensos lucros.

Outra acusação: as multinacionais do fármaco têm corrompido presidentes, ministros e todo o mundo da investigação porque é óbvio que com a venda de quimioterapia ganham mais do que com os brócolos mágicos ou os feijões preparados segundo o xamã da tribo Guaratarapipí. A lógica desta premissa é que se Pfizer vendesse os remédios naturais conseguiria muito menos lucros do que com a venda dos medicamentos mortais para a quimioterapia.

Pessoal? Acordem e informem-se! Não é com o câncer que as multinacionais realizam os maiores lucros. Tentem entender como funciona e como raciocina uma multinacional.

Do ponto de vista da BigPhrma o máximo é pegar em ti, Leitor saudável, convencer-te de que estás mal e vender-te o mesmo medicamento ao longo dos próximos 30 ou 40 anos. É aqui que as multinacionais lucram: não com as pessoas que morrem após poucos meses, mas com aquelas que vivem durante décadas!

Não é claro? Ok, vamos simplificar.
Se o Leitor começar com 34 anos a sofrer de pressão arterial elevada, torna-se o ídolo da multinacional: porque se a esperança de vida for de 70 anos (um número a caso), isso significa que durante os próximos 36 anos o Leitor terá de tomar o seu anti-hipertensivo a cada dia, semana após semana, mês após mês. É uma mina.

É assim que as empresas do sector ganham. O que interessa a uma multinacional um doente com uma esperança de vida de poucos meses ou 1-2 anos? Nada, estes são trocos. Não é uma mina, são lucros marginais que não podem ser minimamente comparados com aqueles das doenças crónicas: diabetes, dor nas articulações, reumatismos, fibrilação, colesterol, depressão, ansiedade… este é dinheiro, um oceano de dinheiro que é seguro ao longo de décadas (isso é, até quando o paciente viver). Os mesmos medicamentos, produzidos em série para centenas de milhões de pacientes.

E um paciente com o câncer? Faz a terapia por alguns dias. Não durante décadas, mas dias ou, na melhor das hipóteses (melhor do ponto de vista da multinacional), meses. Claro que a quimioterapia custa 20 vezes mais do que a terapia anti-hipertensiva, mas pensem no número de pacientes com problemas de pressão sanguínea, gastrite, síndrome do intestino irritável, insónia, neuralgia, alergias alimentares, etc.
E façam as contas: o que rende mais?

Sabem quais são os fármacos mais vendidos e mais rentáveis ​​no mundo?
São estes (dados de 2014):

  1. Humira (artrite) 12.5 bilhões de Dólares por ano
  2. Sovaldi (hepatite), 10.2 bilhões de Dólares
  3. Remicade (anti-inflamatório), 9.2 bilhões de Dólares.

Os primeiros dois são exactamente os tais fármacos que uma pessoa deverá tomar até o fim dos seus dias. Aqui fica o lucro. Na lista dos fármacos mais rentáveis há também os quimioterápicos, com certeza, mas são apenas três (das centenas que existem) enquanto o resto dos melhores lucros das multinacionais chegam de medicamentos contra o colesterol elevado, a depressão, a ansiedade, a colite, os diuréticos, etc., como já explicado.

Querem outra lista? Aqui está: são os fármacos que mais dinheiro trouxeram na história moderna dos medicamentos:

  1. Lipitor, produzido pela Pfizer, um medicamento anti colesterol: 13.5 biliões de Dólares por ano, em muito superior a qualquer quimioterapia existente.
  2. Plavix, da Sanofi Aventis, um anticoagulante: 7.3 bilhões/ano.
  3. Nexium, da Astra Zeneca, contra a acidez gástrica: 7.2 bilhões/ano.
  4. Seretaide, da Glaxo, um anti-asma: 7.2 bilhões/ano.

E a lista continua com o Synthroid (tiroide), o Crestor (anti-colesterol), o Lantus (diabetes)… nem um quimioterápico! Mas a teoria não era aquela segundo a qual as empresas farmacêuticas atiraram-se para o mercado do câncer para ganhar imensas fortunas? Sim, sem dúvida: pena que os lucros cheguem dos medicamentos que temos de tomar ao longo duma vida, não daqueles assumidos por períodos muito curtos.

3. As multinacionais escondem os tratamentos de prevenção contra o câncer

Esta é a melhor, sem dúvida. Mas é uma ideia que circula de verdade: um pouco de ácido ascórbico, uma vitamina e pronto, o câncer fica longe de nós. Eu não sei quem é que pode imaginar uma idiotice como esta. E ainda menos consigo imaginar quem pode acreditar em algo assim.

Se um principio activo que protege do câncer existisse, podem ter a certeza de que nesta altura o mundo seria invadido por cartazes assinados pelas multinacionais do fármaco. E nos cartazes estaria escrito que o fármaco deles é o melhor, é o mais puro, o mais seguro, com contraindicação nenhuma. E baseado num produto natural! Haveria publicidade na televisão, na rádio, chegaria até na caixa do correio.

Imaginem o que seria vender um medicamento como este (ainda por cima muito barato porque baseado em matéria prima natural!) para 7 biliões de pessoas, ao longo da vida toda deles. Um lucro que poderia fazer estremecer o mais rico homem do mundo. Acham que uma multinacional qualquer recusaria uma possibilidade destas?

Perguntem-se como é que uma tal publicidade não existe.
Perguntem-se porque uma multinacional deveria preferir ignorar ou manter uma possibilidade como esta fechada numa cave com tanto de cadeado em vez que começar a desfruta-la já para encaixar biliões de biliões de biliões…

4. As multinacionais sabotam os pesquisadores da medicina alternativa

Ok, vamos ver: uma multinacional, uma qualquer, descobre que o xamã da ilha Taipurujota prepara o abacaxi duma forma tal que basta uma fatia para tratar o câncer. O que acham que poderia acontecer?

Resposta estúpida do conspirador: a multinacional sabota o xamã.
Resposta um pouco mais inteligente: a multinacional mata o xamã, rouba a receita e começa a vender um novo fármaco baseado no abacaxi mágico.
Resposta lógica: a multinacional cobre de ouro o xamã, adquire a receita, funda uma empresa, atira as acções desta empresa para a Bolsa e só com esta manobra lucra bilhões de Dólares. Depois começa a produzir o fármaco, sempre baseado no abacaxi mágico, e já nem sabe onde guardar o dinheiro ganho.

Tudo isso ainda não aconteceu? Pergunte-se qual a razão. Acham que os investigadores independentes não são espiados? Acham que as multinacionais do fármaco ignoram os resultados das pesquisas deles? E por qual razão? Esperam que apareça um concorrente, perdendo assim a ocasião de ganhar rios de dinheiro?

O que o conspirador não consegue entender é que as multinacionais do fármaco são assassinos sem escrúpulos, sempre à espera duma nova oportunidade para realizar lucros. Alguém consegue imaginar uma melhor ocasião para lucrar de que um fármaco para prevenir ou tratar o câncer? Um mercado de 7 biliões de indivíduos?

Pensem nisso.
Entretanto, eu fico à espera da lista das 500 pessoas, ok?

Ipse dixit.