Site icon

Eurodeputados: justificar os reembolsos? Nem pensar.

Dado que os diários europeus parecem ter esquecido a notícia, cá está: os eurodeputados rejeitaram a proposta de lei com base na qual teriam sido obrigados a revelar publicamente como gastam o dinheiro que recebem para as despesas.

Duas contas.
Cada deputado
recebe:

Entre ordenado de base, bónus de presença e reembolsos vários, um europarlamentar pode ganhar entre 17 mil e 19 mil Euros mensais (878% do rendimento médio europeu), aos quais têm que ser acrescentados outros 21.209 Euros para os assistentes de cada deputado.
O que não é mal.

E aqui chega o problema dos reembolsos: os deputados não são obrigados a declarar como efectuam as despesas, para poder comprova-las. Pergunta: e se um europarlamentar, no final do mês, gastar menos do que o reembolso recebido? Onde acaba este dinheiro? Não é por nada, mas falamos dum conta que anualmente atinge os 161 milhões de Euros (só em ordenados), dinheiro que sai dos bolsos de…? Tentem adivinhar.

Pessoalmente estou convencido de que todos os reembolsos em excesso sejam:
A) doados para associações humanitárias
B) prontamente devolvidos às caixas da União Europeia

E não tenho a mínima dúvida acerca disso.
Mas no mundo há pessoas desconfiadas: por exemplo, há vozes segundo as quais, em vez que dormir em Estrasburgo onde os preços dum hotel variam entre 80 e 300 Euros, alguns preferem ficar num hotel da Alemanha (são poucos quilómetros de distância), onde é possível encontrar quartos de 30 – 50 Euros. E ficar com a diferença. Este é só um exemplo entre os muitos possíveis.

Pelo que nasceu a citada proposta. Prontamente rejeitada.

Infelizmente, ainda não encontrei as motivações que justifiquem a rejeição (deve ter sido em nome da privacidade…), mas se calhar nem é preciso: alguma vez viram um peru votar a favor do almoço de Natal?

Ipse dixit.

Fonte: Il Nord. Panorama, Il Sole 24 Ore