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Papa Francisco: horrores com sentido único

Papa Francisco.
Praticamente um santo.

Numa das suas mais recentes intervenções, Francisco condenou o Nazismo, o Comunismo e até mesmo o genocídio cometido pelos turcos contra o povo arménio.

Bravo Francisco, é justo relembrar.
Agora, não seria mal falar não só dos mortos. Ou, se este for o desejo, então incluir também outros “detalhes”. Não é por nada, é tanto para tornar o quadro mais completo.

Francisco, que tal algo sobre o extermínio dos nativos americanos? Coisa velha, fora de moda? Tens razão, não é nada cool… Então algo sobre as pessoas queimadas vivas ou abatidas em Coreia, Vietname, Laos, Camboja, Indonésia, porque não? Estas são mais recentes, depois do Nazismo até.

Coisas demasiado exótica, não é? Verdade.
Então olha: tu és argentino, correcto? Encontrei algo para ti: a tortura, os golpes e os esquadrões da morte na América Latina. Estes são assuntos que conheces e são bem mais recentes.

Depois, se quiseres falar apenas da última década, há sempre os milhares de civis iraquianos “assados” pelos EUA, a tortura e os raptos realizados pela CIA em todo o planeta.
Wall Street, Francisco, os ricos! Aqueles que criaram e mantêm o Terceiro Mundo, os que enriquecem com o sofrimento dos outros! Depois há coisas frescas frescas, como o Donbass, a Síria ou o Yemen.

O quê? Sim, eu sei: claro que é mais fácil culpar os mortos. Mas isso é para cobardes ou para colmatar as exigências mediáticas. Agora, tu não és cobarde, até esvoaçaste no Canal de Sicília e choraste ao pensar nos imigrantes mortos (desculpa, agora tenho um vazio: fizeste o mesmo no Rio de La Plata para os desaparecidos, não é? Claro que sim, só não me lembro de quando); e, dado que nem precisas de visibilidade, da próxima tenta lembrar-te dos horrores “vivos” também, ok?

Eu sei que não podes falar de todos os extermínios duma única vez, mas fogo, vais buscar só coisas de mortos? Há tanta gente que sofre agora! Pensa nisso, ok?

Um abraço e cuida de ti.

Ipse dixit.