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O que é o AIIB

Diz o Nobre Nuno:

podia explicar o que é isso: https://en.m.wikipedia.org/wiki/Asian_Infrastructure_Investment_Bank

Então vamos ver o que é este Asian  Infrastructure Investment Bank, AIIB para os amigos (chinês: 亞洲基礎設施投資銀行).

O AIIB é uma instituição financeira internacional proposta pelo governo da China e cuja finalidade é fornecer financiamentos para projectos de infra-estruturas na região asiática.

As primeiras notícias sobre o AIIB apareceram em Outubro de 2013. O governo chinês na altura andava frustrado com a lentidão das intervenções e das reformas envolventes o FMI, o Banco Mundial e o Banco Asiático de Desenvolvimento, estruturas dominadas pelas economias ocidentais.

Em Junho de 2014 a China propôs um banco com capital social de 100 biliões de Dólares e convidou a Índia a participar na fundação duma nova estrutura: em 24 de Outubro de 2014, em Pequim realizou-se a cerimonia das assinaturas e em tempos muitos rápidos o número de candidaturas e adesões aumentou grandemente.



Alguns consideram o AIIB como um rival de FMI, Banco Mundial e Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), dominados pelos Países desenvolvidos, tal como os Estados Unidos.
Até hoje (Abril de 2015), quase todos os Países asiáticos e a maioria dos principais Países do resto do mundo juntou-se à AIIB, com poucas excepções.
As principais ausências são:
Muitos exultam perante a criação do AIIB, encarado como um “novo FMI”, longe do controlo americano; outro falam de “prenda” que a China deu ao mundo. De facto, se o projecto tivesse que funcionar (e, por enquanto, não há razões para pensar o contrário), o AIIB representaria uma válida alternativa ao instituto da senhora Lagarde; além disso, é visto como um novo passo na direcção do mundo multi-polar.
Países que aderiram ao AIIB (Abril de 2015)
Pessoalmente, julgo o aparecimento do AIIB como saudável, tal como são todas as novas possibilidades de escolha que possam ser criadas.
Todavia, não podemos esquecer um par de “pormenores”.
1. O projecto
O AIIB não representa surpresa nenhuma: é parte integrante daquele percurso que foi iniciado há alguns anos e que prevê o deslocamento do centro económico e de gestão do planeta para a região asiática. Esta deslocação não é um fenómeno “natural”, mas faz parte dum projecto apoiado pelas maiores multinacionais da globalização, sempre à procura de mercados com perspectivas de crescimento (e a Ásia é um mercado em boa parte virgem com mais de 4 biliões de almas).
Quem imagina o AIIB como a etapa dum processo natural, no final do qual haverá um mundo melhor e multipolar, faria bem a observar melhor a realidade: Reino Unido, Alemanha e israel (só para fazer alguns nomes) já juntaram-se ao AIIB e isso deveria sugerir algo. Em caso de dúvidas, verifiquem quantos e quais bancos com sede na Alemanha (só para fazer um exemplo) operam nos EUA e quais as ligações deles com os vários Goldman Sachs, JP Morgan, etc.
2. O puzzle 
O AIIB é mais um passo na direcção do choque final que necessariamente terá lugar entre EUA e China. De facto, o AIIB é uma peça do puzzle no qual devem ser inseridos também o TTIP (Transatlantic Trade and Investment Partnership) e o TPP (Trans-Pacific Partnership), todas operações que miram a construir/fortalecer áreas de influência económica para roubar espaço ao adversário. Por enquanto, tudo é jogado na vertente dos tratados e das assinaturas, mas é evidente que mais cedo ou mais tarde terá de haver um confronto entre as duas potências.
A esperança é que uma das duas partes não consiga “manter o ritmo” e que, ao contrário do “choque final”, haja o lento redimensionamento/desaparecimento dum dos dois lados. É uma hipótese muito remota (sobretudo tendo em conta os investimentos nos armamentos), mas seria uma boa possibilidade para evitar males maiores.
Em qualquer caso, este eventual confronto não depende da presença ou menos do AIIB: este, pelo contrário, representa a fuga dum determinado tipo de economia baseada cada vez mais na Finança e cada vez menos na productividade. A deslocação para a China prevê que e economia da hiper-finança seja parcialmente substituída pelo regresso a um crescimento baseado na produção de bens tangíveis, e isso comporta a ultrapassagem do actual (e nefasto) modelo estadounidense. 
Assim, no imediato teremos mais uma instituição que promete apoiar as economias em desenvolvimento, com a participação da maioria dos Países do planeta.
E isso é bom.
Ipse dixit.