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Ucrãnia: as minas da paz

Tentem ajudar o pobre blogueiro porque ele tem problemas.

Este vídeo foi gravado em Mariupol, na Ucrânia, uns 30 quilómetros escasso da fronteira com a Rússia. É uma zona onde há combates entre as forças rebeldes e o exército de Kiev.

O vídeo é curto, menos dum minuto, mas numa certa altura acontece algo esquisito: a jornalista pergunta a um soldado o que está a acontecer. O soldado veste a farda do exército ucraniano e tem um Kalashnikov (também em dotação ao exército de Kiev).

Até aqui tudo bem.
Mas o que espanta é a resposta: que idioma é aquele?

Vejam o vídeo, onde a resposta do soldado é presente ao minuto 00:40:



Ouvido assim parece algo como “Out of my face, please”, que podemos traduzir como “Longe da minha cara, por favor”. Pode ser um soldado muito tímido, mas sobra a questão do idioma. Talvez um soldado muito tímido mas culto, que para tornar a reportagem mais intencional decidiu responder em inglês.
  
Ou será um dialecto local utilizado pelos habitantes de Mariupol? Pode ser, mas é estranho pois este dialecto tem sons que fazem lembrar os idiomas anglo-saxónicos, nomeadamente com sotaque inglês, não as línguas do Leste europeu.

Se calhar é um emigrante que abandonou o Reino Unido para tentar a sorte na Ucrânia. Depois viu-se envolvido na guerra civil e decidiu agradecer o País que deu-lhe abrigo, alistando-se no exército de Kiev. Deve ser isso, acho que faz todo o sentido.

Ou será que a resposta é outra ainda?
Se querem saber qual a versão correcta, continuem a ler.

As minas humanitárias

O soldado é de facto um inglês, tal Chris Garrett, e tem ideia de ficar na Ucrânia até o fim da guerra.

Na página Facebook, Chris explica que está na Ucrânia para “ajudar as pessoas”, dado que já esteve na Birmânia como voluntário na assistência humanitária.

Arrisquei tudo para ajudar as pessoas daqui. Não sou um radical de direita. E sim, tenho na mão uma arma. Mas o meu objectivo é a paz.

Sem dúvida. Também os Ingleses na Geórgia ofereciam assistência humanitária. Depois, nos retalhos de tempo, treinavam os soldados de Tbilisi contra os Russos. O mesmo se passava na Chechênia. Sempre com uma arma na mão, pois o objectivo é a paz. E sabemos como é: se queres a paz, começa a disparar.

O termo é: “mercenário”. Como explicado numa reportagem da televisão alemã, na Ucrânia combatem elementos da Academi, empresa militar privada americana anteriormente conhecida como  Blackwater.

A Academi continua a prestar serviços para o governo dos Estados Unidos: a Administração Obama assinou um contracto de 250 milhões de Dólares para a Academi prestar serviços por conta da CIA.

Depois há o caso dos serviços de assistência humanitária, que os serviços secretos exploram para operações de intelligence. É o caso da inglesa/americana Halo Trust, empenhada na luta contra as minas, que em 2008 ajudava o exército da Geórgia na preparação das minas anti-Russos.

O que não deve admirar: os líderes de Halo Trust são:

O simpático Chris Garrett é um homem da Academi? Um mercenário? Obviamente não é possível afirma-lo com certeza. Mas olhem o acaso: não é que Chris é especializado em minas?

Ipse dixit.

Fontes: The Atlantic, Life News, Facebook, Pandora Tv, Zero Hedge