Nem falamos aqui de justificação: é difícil até descrever aquilo que se passou, falta o termo. “Horror” não chega, “massacre” não dá a ideia. Foi um daqueles actos que envergonham a raça humana, toda ela. 141 mortos, dos quais mais de 100 crianças e rapazes entre 10 e 20 anos, assassinados a sangue frio, com um golpe na cabeça.
Responsável do ataque um commando de Tehreek-e-Taliban (TTP), grupo talibans.
Os terroristas entraram na escola, atiraram gasolina contra os professores, deram-lhes fogo, obrigaram os estudantes a observar. Depois começou a matança.
No Ocidente começou a aparecer a palavra Al-Qaeda. Nada disso: o TTP é uma organização que recolhe 20 grupos extremistas, enraizada nas áreas tribais do Paquistão. Tem como objectivos a aplicação da lei da Sharia nas áreas que fazem fronteira com o Afeganistão, a Jihad defensiva contra o exército paquistanês e a libertação de dezenas de militantes em prisão.
As origens do grupo? Mais uma vez na invasão do Afeganistão, em 2001. Após a queda do regime taliban em Kabul, muitos militantes atravessaram a fronteira com o Paquistão e encontrar refúgio nas áreas montanhosas. Apoiados por uma sólida aliança baseada no comércio ilegal com os líderes tribais da área, em poucos anos zonas como o Vale do Swa, o Norte e o Sul do Waziristão tornaram-se bastiões do TTP.
Afirma o porta-voz dos Talibans paquistanês, Mohammed Umar Khorasani:
Escolhemos cuidadosamente o alvo a atingir com o nosso ataque. O governo tem como alvo as nossas famílias e as nossas mulheres. Queremos que provem a mesma dor.