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Porque lutar contra uma Nova Ordem Mundial?

Muitos entre os Leitores acreditam na ideia da Nova Ordem Mundial (NWO).

Na verdade, este é um conceito bastante confuso onde podemos encontrar Illuminati, Maçonaria, Rothschild, Bilderberg, Sionistas, Reptilianos…não falta nada, é como um grande mercado no Sábado de manhã: com um pouco de paciência é possível encontrar tudo.

Pessoalmente não acredito no NWO tal como difundido na internet, não penso ser algo assim orgânico e tão bem planeado. Pelo contrário, a minha é uma visão mais “rústica”, muito menos esotérica e baseada no dinheiro: simplesmente há grupos de poderes que trabalham para manter, e se possível melhorar (do ponto de vista deles, claro), a sociedade onde vivemos.

Seja como for, o que importa é que mais ou menos todos estamos de acordo num ponto: temos que lutar contra este “projecto” (que depois significa: futuro). Mas por qual razão? Aqui começam os problemas.

Se o Leitor acreditar no NWO como plano diabólico dos Reptilianos, por exemplo, lutará para defender a raça humana. Caso o Leitor veja o NWO como expressão da Maçonaria milenária, lutará para que a verdadeira Luz seja revelada. E seria possível continuar. Afinal, até as razões para lutar contra o NWO parecem saídas do mercado do Sábado de manhã.

Depois há outra questão. O nosso mundo vive há séculos entre guerras, divisões, injustiças: não será que um mundo com um único governo poderia ser melhor? Um só governo, uma só autoridade…tudo mais simples, não é?

Acho que há uma série de pontos fundamentais acerca dos quais todos podemos concordar, além do genérico “Lutemos!”. São válidas razões para contrastar uma visão do mundo que de democrático e livre tem bem pouco.

No curso de nossas vidas e em toda a nossa cultura moderna, somos condicionados a aceitar os conceitos de falsa divisão. Somos levados a acreditar que os partidos Democrata e Republicano são distintos e opostos, quando na verdade são dois ramos do mesmo mecanismo político de controle. Somos informados de que os banqueiros internacionais estão de alguma forma separados, quando a realidade é que todos os bancos centrais responder a uma única autoridade central: o Banco de Compensações Internacionais

Somos entretidos com a história dos constantes conflitos e divisões porque é importante que o poder (seja ele qual for) mantenha as pessoas divididas e assustadas com inimigos imaginários. Mas a verdade é que só há uma batalha que importa: a batalha entre aqueles que procuram controlar os outros e aquelas pessoas que só querem ser deixadas livres.

A Nova Ordem Mundial não é um conceito criado por “teóricos da conspiração”: embora as várias causas e definições que é possível atribuir-lhe, como vimos, de facto há uma elite (do meu ponto de vista: mais do que uma) que assumem o direito de determinar o destino de cada homem, mulher e criança em detrimento da liberdade individual e da auto-determinação. Não importa que isso faça parte dum plano pré-determinado ou seja apenas a lógica consequência da nossa sociedade onde o “livre mercado” impera: o que conta é que esta é a realidade.

Não é preciso falar da Sociedade Fabiana para entender que a nossa sociedade é refém dum conjunto de empresas económica-financeiras que atropelam diariamente qualquer conceito democrático. E é disso que vamos falar.

1.Liberdade

Ninguém sabe qual a ideologia necessária para uma sociedade perfeita. Se calhar nem existe. Mas raramente, ou nunca, podemos ouvir pessoas sugerirem que mais liberdade individual pode ser uma peça fundamental dum futuro melhor. As  soluções oferecidas envolvem cada vez menos liberdade, mais controle e força para moldar a sociedade de acordo com “novos parâmetros”.

Cada vez mais existem movimentos em favor duma mentalidade colectivista (ver o caso da União Europeia), onde o indivíduo deve desistir da sua autodeterminação e independência (depois de ter desistido do seu País, claro). Não importa qual a desculpa, socialismo, comunismo, fascismo ou algo no meio, o objectivo é sempre o mesmo: o colectivismo como forma de escravidão para as massas e um cheque em branco para as oligarquias (políticas, económicas, etc.).

2. A ideologia da força.

Se a ideia de melhorar a sociedade for boa e racional, não deveria servir a força para levar as pessoas a aceitá-la. Apenas uma ideia negativa exige o uso da força para “criar” adeptos.

A globalização (que de qualquer sistema NWO passagem necessária) tem sido constantemente vendida como parte da evolução natural da raça humana, mas esta “evolução natural” sempre precisa das utilização de mentira, manipulação e violência. Qualquer conceito de NWO implica uma centralização total, a centralização que não pode ser alcançada sem o uso do medo: quem iria apoiar a criação de uma única super-autoridade global, se não por medo?

O uso da força é moralmente aceitável só no caso da auto-defesa. Portanto, sempre que o poder ataca as nossas liberdades, somos rotulados como “extremistas”, “complotistas”, “conspiracionsitas”, etc.. Infelizmente, parte desta acusação é fundada. Mas a metodologia utilizada para promover uma nova ordem e os seus “novos” valores é regida por um poder psicopata, manipulador e repressivo: nada de sabedoria ou verdade por aqui.

3. A política de desonestidade

A propósito de “verdade”. Além da violência, muitas vezes o poder utiliza as mentiras para alcançar os seus objectivos. E alcança. As elites mais “conceituosas” justificam essa lógica afirmando que há mentiras nobres e que as massas necessitam de ser enganadas para ser induzidas a agir da melhor maneira para elas próprias e para o mundo no geral. Esta é uma sociopatía que implica o facto de existir também “alguém” dono da verdade absoluta, que obviamente conhece qual o caminho que deve ser seguido.

Toda esta pseudo-lógica não tem sentido: implica o facto das massas (nós) não terem o direito de conhecer toda a verdade, nem o caminho que estamos a seguir, nem qual o último fim. Qual a necessidade de esconder a verdade se o fim for bom?

Isso significaria também aceitar a ideia de que o poder trabalha unicamente para o nosso bem; que os grandes bancos, a grande finança, só operam para melhorar a nossa vida. Muito difícil de acreditar.

Se uma metodologia exige o sigilo e o engano para garantir a hegemonia cultural, então é mais provável que esta tenha uma influência negativa sobre a nossa sociedade.

4. O controle oligárquico

Por qual razão a humanidade precisaria duma elite seleccionada? O que realmente poderia produzir uma oligarquia? O poder centralizado é realmente mais eficiente e prático?

Existem infinitos exemplos de como, ao longo da História, o poder centralizado tenha constituído um obstáculo para o desenvolvimento da humanidade. Os apoiante do NWO argumentam que um governo global é algo inevitável e que a soberania dos vários Estados é, de qualquer forma, a causa de todos os nossos males.

Todavia, olhando para trás, é possível observar como nos momentos mais delicados da História a causa real da maioria dos males foi a existência de certos grupos de poder incapazes de gerir a realidade.

A definida “eficiência” derivante da centralização é útil apenas para aqueles que estão no topo da pirâmide: quem fica na base não encontra graça nenhuma nisso. E a base somos nós.

A centralização torna a vida mais difícil, eliminando a nossa capacidade de efectuar escolhas, sufocando a voz do indivíduo, pois centralizar significa remover todas as opções alternativas até que toda a estrutura siga um único caminho.

É perfeitamente inútil mudar o funcionamento duma sociedade sem antes ter mudado a nossa visão da sociedade mesma. Uma realidade fundada sobra a exploração dos mais fracos, como é o nosso caso, nunca poderá ser melhorada sem antes difundir uma cultura do reciproco respeito e da ajuda.

Um único governo mundial baseado no poder das multinacionais seria apenas uma sociedade igual à nossa, com os mesmos egoísmos e as mesmas injustiças: só teria menos pessoas no poder. Mas aquelas pessoas são as mesmas que participaram na formação da nossa actual sociedade, aquela que deveríamos ser capazes de mudar para melhor: como é possível continuar a entregar o futuro nas mãos de quem já agora demonstra não merecer nenhum tipo de confiança? Como aceitar que aqueles mesmos grupos peçam uma redução das nossas liberdades quando já agora atropelam qualquer lei ou princípio democrático?

Eu não acredito num plano dos Reptilianos, dos Illuminati ou de quem for. Acredito no (infeliz) poder do dinheiro e de quem tiver muito dinheiro: há uma estrada, talvez nem muito bem planeada, que conduz até uma sociedade onde as leis são cada vez mais subordinadas à um pequeno grupo de empresas multinacionais que, com a cumplicidade da política, tende a limitar as nossas liberdades.

Mas os pontos acima listados vão além da origem do problema: seja por vontade dos Reptilianos, seja por vontade do CEO duma multinacional, a nossa sociedade está num caminho perigoso. Um caminho no fundo do qual há só menos liberdades e mais poder concentrado em poucas mãos.

Ipse dixit.
  
Fontes: o artigo foi inspirado por um post do blog Alt-Market