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Ébola: o vírus, o dinheiro

O vírus Évora.
Ou será Ébola?
Deve ser este: Ébola.

Então é assim: vejam o seguinte gráfico:

Pronto, já estou a ouvir: “Mas Max, que raio é esta Tekmira Pharmaceutical? Poderias explicar, não é? Raio de blog, cada vez está pior…”.

Mau feitio que tem o Leitor hoje, já vi.

A explicação é a seguinte: a Tekmira Pharmaceutical Corporation é uma casa farmacêutica canadiana (Burnaby, British Columbia), na qual direcção encontramos maioritariamente pessoal formado no âmbito da Medicina (mas não falta o elemento da Goldman Sachs, como do costume). A razão é simples: a Tekmira produz fármacos. Nomeadamente um fármaco: o TKM Ebola.

A Tekmira acaba de receber 1,5 milhões de Dólares, carinhosamente oferecidos pelo Ministério da Defesa dos Estados Unidos e pela Monsanto.

Monsanto? Ah pois, Tekmira e Monsanto colaboram no sector fármaco-agrícolo e não desde hoje (um negócio de mais de 80 milhões de Dólares).

Mas voltamos ao nosso Ébola. Claro está, 1,5 milhões são migalhas: de facto, a Tekmira tem um contrato de 140 milhões de Dólares com o Exército para desenvolver medicamentos para o tratamento de Ébola. E os resultados são visíveis: desde o início do ano, o valor da Tekmira triplicou.

Entretanto, 4 potenciais vacinas ficaram bloqueadas nos Estados Unidos por falta de dinheiro: o problema é que não há mercado, quem investiria para tratar algumas dezenas (ou até centenas) de milhares de africanos? Não haveria margem de lucro.

Já investir num tratamento ou na prevenção para aquela parte do mundo que pode pagar, é diferente. Dá mais satisfação.

Para alguns, Ébola significa morte.
Para outros, um rio de dinheiro.

Ipse dixit.

Fontes: Il Sole 24 Ore, Creadess, Tekmira Pharmaceutical Corps.