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Joe Biden e a Síndrome da Língua Rápida (Hiperlíngua)

A selfie, obviamente…

Uma das melhores fontes no âmbito da informação alternativa é o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Na verdade não seria este o papel dele, mas Biden é o típico caso de indivíduo no qual a língua é mais rápida do que o cérebro.

Os media sabem disso e ficam atentos, prontos a “cortar” as declarações menos convenientes. De facto, certas notícias nunca são publicadas. Não importa em que canto do mundo lemos o jornal: não podemos encontra-las e ponto final.

E isso deveria sugerir algo: porque se for verdade que as principais agências de imprensa espalham notícias pré-confeccionadas, é também verdade que há correspondentes dos vários Países que trabalham em Washington mas, seja como for, certas notícias não chegam na mesma.

Voltamos ao nosso simpático Biden.
No passado dia 3 de Outubro, Biden falava alegremente na frente dum grupo de estudantes da Harvard University’s Kennedy School of Government quando, num par de ocasiões, foi vítima da doença antes descrita (cientificamente: Síndrome da Língua Rápida ou Hiperlíngua). Vamos ver o que aconteceu.

Demos a Putin uma escolha simples: respeitar a soberania da Ucrânia ou enfrentar sérias consequências. E isso levou-nos a mobilizar os principais Países desenvolvidos do mundo para impor um custo real contra a Rússia. É verdade que eles não queriam fazê-lo. É foi a liderança norte-americana e o presidente americano a insistir, tantas vezes até embaraçar a Europa para reagir e decidir sanções económicas, apesar dos custos.

Não que isso seja uma surpresa: todos sabemos que a ideia das sanções tinha sido de Washington. E sabemos também que representam um boomerang económico contra a Europa. Mas estas declarações quebram duma vez por todas a imagem dum Ocidente compacto contra a “maldade” da Rússia.

Pelo contrário: agora podemos imaginar o simpático Obama agarrado ao telefone enquanto Bo (o cão português!) passa-lhe os números de Berlim, de Paris, de Roma…

Vamos em frente, porque há mais (a Hiperlíngua não perdoa).
Isis? O Califado? Os terríveis árabes sedentos de sangue ocidental?

Não estamos diante duma ameaça existencial para o nosso modo de vida ou a nossa segurança. Você tem duas vezes mais probabilidades de ser atingido por um raio na rua de que ser vítima dum evento terrorista nos Estados Unidos.

Como assim? E a defesa do Ocidente, o perigo das Trevas, o terrorismo…Meus Deus, o terrorismo?!? Não andam por aí árabes que treinam para difundir vírus letais aqui, mesmo à porta de casa?

Ao que parece não. Aliás, melhor ficar preocupados com os temporais, porque nunca se sabe.

E os rebeldes da Síria, os rebeldes moderados, aquele para os quais o Congresso acaba de aprovar treino e armas enviadas directamente pelo Presidente dos EUA?

A ideia de identificar moderados tem sido uma escolha e a América empenhou-se nisso por um longo tempo. Nós, americanos, achamos que em todos os Países em transição há um Thomas Jefferson escondido ao lado duma rocha ou um James Madison atrás duma duna de areia. A questão é […] não há moderados, porque os moderados são feitos de donos de lojas, não de soldados.

Ops…
É evidente que nesta altura Hiperlíngua já tomou o completo controle do pobre Biden, o qual não pode parar, é vítima do próprio corpo: só pode assistir, como nós, e gravar na memória quanto a língua decide revelar. 
Prestamos atenção:

A Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, etc … eles estavam tão determinados a derrubar Assad e, essencialmente, a provocar uma guerra entre sunitas e xiitas, o que eles fizeram? Injectaram centenas de milhões de Dólares e dezenas, milhares de toneladas de armas em todos aqueles que quisessem lutar contra Assad, só que as pessoas que foram fornecidas eram de Al Nusra Al e de Al Qaeda, jihadistas e extremistas de outras partes do mundo, acham que eu estou a exagerando? Então vejam: para onde foi tudo? Assim, o que está a acontecer? De repente, todo o mundo acordou, porque esta organização chamada Isil, que era Al Qaeda no Iraque, quando foi afastada do Iraque, encontrou espaço numa área no leste da Síria, trabalhando com Al Nusra, que nós tínhamos declarado como um grupo terrorista desde logo, e não conseguimos convencer os nossos aliados a acabar de abastece-los.

Na verdade esta é apenas um parte da história: além da Arábia, dos Emiratos, da Turquia, há mais entre os fornecedores da Isis e até entre os que projectaram a tal organização. Para encontrar o berço, é preciso olhar para o outro lado do mar (seja ele o Canal ou o Atlântico).

Mas é provável que nem Biden conheça a verdadeira génesis de Isis: quem poderia confiar todos os segredos a um homem doente de Hiperlíngua?
Para encontrar a origem do Isis melhor espreitar quanto escrito já em 2007 pelo premiado jornalista Seymour M. Hersh (The Redirection), ou no plano israelita de 1996 A Clean Break: A New Strategy for Securing the Realm.
Entretanto, esperamos para o próximo ataque de Hiperlíngua.
Ipse dixit.