Insólito: The Philadelphia Experiment – Parte I

O amigo e Leitor Saraiva ainda em S. Tomé se encontra, com a Muy Nobre companheira.
Entretanto, escreve:

Conheces Tesla, certo? Duvido que não tenhas ouvido falar deste fantástico cientista admirado inclusive por Albert Einstein.

O que tem o senhor Tesla? Andou na “guerra” com Thomas Edison e a corrente DC vs AC. Ele também estudou forma de se produzir energia (electricidade) gratuita para toda a gente e ainda concluiu que as pirâmides dos egípcios eram centrais eléctricas.
Isto fora outras fantásticas descobertas dele…procura por Philadelphia Experiment, por exemplo.

Tesla é um assunto que o blog tem descuidado. Mea culpa.
As razões são duas:

  • nunca me interessei muito aos trabalhos do cientista (mea culpa outra vez).
  • Tesla é utilizado para justificar tudo e mais alguma coisa, inclusive (e aqui sou obrigado a dar uma dor ao amigo Saraiva) o alegado Experimento de Philadelphia (ou Filadelfia, tanto faz).

Promessa: vou informar-me de forma decente acerca de Tesla, pois sei que esta foi uma falha pessoal e do blog que tem de ser corrigida.

Mas agora vamos tratar do Experimento de Filadelfia. Que com Tesla nada tem a ver, mas que é um dos pontos fortes de qualquer página internet que trate de mistérios.

O Experimento

Existem várias versões do Experimento e aqui vamos tratar da mais conhecida.

Era uma vez um malvado cientista, de nome Franklin Reno (ou Rinehart, não é claro), que, com uma aplicação da Teoria do Campo Unificado de Albert Einstein e as bobinas de Tesla, decidiu construir uma nova e terrível arma por conta dos Estados Unidos: a Arma da Invisibilidade! 

Reno (ou Rinehart) desejava utilizar os estudos dos dois grandes cientistas para curvar a luz em volta de um objecto e torna-lo assim invisível. A Marinha dos EUA considerou isto valioso: afinal era o 1943, as tropas americanas estavam empenhadas na Europa contra Hitler e no Pacífico contra os Japoneses.

Por isso, no início de Verão do mesmo ano, um navio destroier, o USS Eldridge, foi transferido para as instalações militares de Filadelpfia e equipado com as máquinas exigidas para o fim. No dia 22 de Julho, o Eldridge ficou quase completamente invisível, após ter sido rodeado por um misterioso “nevoeiro esverdeado”.

No entanto, os membros da tripulação ficaram com náuseas e a experiência teria sido alterada, a pedido da Marinha, com o novo objectivo de tornar o navio invisível só ao radar. Pois a Marinha não queria que os seus marinheiros ficassem com náusea.

Mas o equipamento não foi devidamente ré-calibrado e, no experimento do sucessivo dia 28 de Outubro, o Eldridge tornou-se totalmente invisível. Não apenas isso: mas desapareceu do local num flash de luz verde e foi visto perto da base naval de Norfolk, no estado da Virgínia, quase 350 quilómetros de distância! A seguir, o Eldridge desapareceu outra vez para reaparecer em Filadélfia, no local que tinha originalmente ocupado.

Um óbvio caso de dispersão acidental numa fase de teletransporte.

Um sucesso? Nem por isso.
Os efeitos fisiológicos do experimento sobre a tripulação foram profundos: quase todos os marinheiros adoeceram, alguns teriam passado a sofrer de doença mental, outros ficaram esquizofrénico; outros, como Jacob L. Murray, desapareceram fisicamente de forma inexplicada e cinco tripulantes ficaram fundidos com o metal do navio. Um horror!

Horrorizados com estes resultados, os oficiais da marinha cancelaram imediatamente o experimento e todos os sobreviventes sofreram lavagem cerebral para que nunca pudessem lembrar-se da experiência.

Até aqui a história do experimento. E uma dúvida: mas se todos sofreram a lavagem cerebral, como foi possível descobrir o experimento?

O Experimento revelado

A USS Eldgridge

Em 1955, Morris K. Jessup, um astrónomo amador, avançou a hipótese sobre o uso de forças
eletromagnéticas no espaço para a propulsão de discos voadores, que ele afirmava ter visto.

Ele criticou publicamente o uso da propulsão de foguetes para a conquista do espaço, pois o seu desenvolvimento teria provocado o desvio dos recursos de outras áreas de pesquisa, mais promissores.

E nisso tinha razão, apesar do facto que em 1955 as capacidades tecnológicas eram o que eram.

No mesmo ano, Jessup disse ter recebido três cartas assinadas por um certo Carlos Miguel Allende, em que era mencionado o Experimento de Filadélfia: o problema é que tudo o material carecia de qualquer fonte ou elemento verificável.

Conforme relatado por Jessup, Allende afirmou ter sido uma testemunha ocular do experimento, pois encontrava-se num navio nas proximidades, o SS Andrew Furuseth. Além disso, Allende teria tido conhecimento do desaparecimento e do destino de alguns membros da tripulação do Eldridge.

Jessup pediu  mais provas e Allende respondeu apenas passados alguns meses, desta vez identificando-se como Carl M. Allen, afirmando que não poderia fornecer mais provas, mas sugerindo que através da hipnose regressiva de outras pessoas envolvidas teria sido possível desvendar o mistério.

Nesta altura, Jessup decidiu interromper a correspondência.
Aparentemente, portanto, a questão do Experimento de Filadélfia foi posta de lado. Mas na Primavera de 1957, Jessup afirmou ter sido contactado pelo Office of Naval Research (Escritório de Pesquisa Naval) em Washington.

De acordo com o seu relato, a Escritório tinha recebido uma cópia do livro de Jessup, The Case for the UFO (1955), com inúmeras anotações feitas por três pessoas desconhecidas: entre as anotações, havia também algo que aludia ao Experimento de Filadélfia.

Jessup tornou públicos os factos e foi também efectuada uma comparação entre os estilos de escrita: o resultado foi que um dos autores das notas poderia ter sido Allende / Allen. O endereço do remetente (de quem enviou o livro) correspondia a uma quinta abandonada.

Mais tarde, Jessup publicou uma edição limitada do seu com o texto anotado, e tentou continuar a escrever sobre outros mistérios mas com pouco sucesso.

A morte de Jessop

Para concluir: mais mistério!

Jessup foi encontrado morto em 1959 e a explicação oficial foi “suicídio”. Na noite anterior tinha arranjado um compromisso para a manhã seguinte, um encontro destinado precisamente a revelar evidências adicionais acerca do experimento.

Obviamente, Jessup foi assassinado porque sabia demais.

Por último, vamos citar Alfred Bielek que em 1990 afirmou ser um ex-tripulante do USS Eldridge e testemunha do Experimento.

Em 2003, uma pequena equipa de investigadores, incluindo o americano Marshall Barnes, o canadense Fred Houpt e o alemão Gerold Schelm, desmistificou a história de Bielek que, na altura do Experimento, nem perto do navio se encontrava.

Até aqui os pontos em comuns entre as várias versões em circulação.
Na segunda parte, vamos tentar perceber mais sobre este fantástico acontecimento.
Fantástico mesmo.

Por enquanto, passem um bom fim de semana cheia de dúvidas e pesadelos electromagnéticos…

Ipse dixit.

Fontes: no fim do artigo.

2 Replies to “Insólito: The Philadelphia Experiment – Parte I”

  1. Sugestão para mais um post do insólito: segundo parece, foi uma experiência com energia também por parte de Tesla e também com resultados inesperados, que causou o misterioso e famoso incidente de Tunguska…pesquisem sobre isso, por favor. Obrigado.

  2. Olá amigo Max,

    lá está, (infelizmente) existem muitas versões na internet; a que li falava do abandono de Tesla a meio da experiência.

    Mas vamos aguardar pela segunda parte do artigo.

    De qualquer forma, já fico bastante satisfeito de ver o nome desde grande cientista ser falado neste blog.

    Um abraço,

    R. Saraiva

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