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Eurotristeza 2014

O Eurofestival da canção.
Informação Incorrecta trata de música também?
Informação Incorrecta trata de tudo: Música, História, Economia, Jardinagem e Manutenção das Caldeias também.

O Eurofestival, em teoria, deveria ser o melhor da música europeia: na verdade é uma manifestação desgraçada, na qual participam artistas que, caso contrário, nunca teriam uma ocasião para ser vistos fora dos confins dos seus Países (e às vezes dos bairros).

Quem ganhou?
Ora bem. O vencedor é este/esta, Conchita Wurst, da Áustria:

Epá, pessoal, eu já não sei que dizer…
Além de fazer um pouco de impressão, acho que estamos a exagerar um bocado, não é?
Sim, tá bom, o “diverso”, os prejuízos, a integração e tudo o resto. Todas coisas sacrossantas, que não estão minimamente em discussão.

Se calhar estou a ficar velho, não sei: mas estas coisas têm em mim um efeito que é o contrário do desejado. Uma pessoa como eu, que até pouco tempo atrás considerava a homossexualidade como facto privado e por isso normal e não censurável, agora começa a ter uma reacção alérgica. É feio dizer isso, e custa-me, mas estas coisas têm a capacidade de afastar-me cada vez mais da causa gay.

Sei que é um erro ter estes sentimentos, pois estamos perante a espectacularização (exploração) da homossexualidade, mas pergunto: os homossexuais não podem viver a sua própria sexualidade de forma normal? Em privado? Eu sou heterossexual, mas não vou na rua com uma imagem da vagina impressa na t-shirt, não atiro continuamente para a cara dos outros o facto de gostar de mulheres. Porquê será?

Custa tanto viver a sexualidade com o/a próprio/a partner, sem tornar isso um assunto nacional? Porque depois os resultados são até parodisticos: uma vez as mulheres barbudas eram um dos pontos altos do Circo Barnum, hoje ganham o Eurofestival. Não pelo facto de ser barbudas (afinal este/a é um travesti), mas porque são “o diverso” e, como tal, devem ser glorificados.

E tudo em detrimento de canções que mereciam mais (isso tem um nome: discriminação).
A concorrente da Espanha, Ruth Lorenço, tinha uma boa canção e uma grande voz. Mas é uma mulher, não um gay. E nem a concorrente italiana era tão mal: Emma Marrone tem uma boa voz e um pop-rock agradável. Mas não tem barba.

Bom, não vale a pena, já falámos disso. Então, dado que é Domingo, dia de fiesta na aldeia, eis o Topo do Topo do Topo segundo Informação Incorrecta (psssst: lembrem que é pop, nada mais do que isso! A música boa, mas boa mesmo, mora em outros lugares).

1º lugar:
Portugal : Suzy – Eu quero ser tua

Porque é precisa muita coragem para apresentar uma canção tão estúpida, tão básica, tão foleira, tão já ouvida, uma pimbalhada anormal como o gajo que a escreveu (Emanuel) e a Suzy, cujas dotes canoras (medianas e nada mais) são evidentemente compensadas por outras menos visíveis.

É possível imaginar algo pior? Sim, mas é precisa uma boa dose de empenho e concentração.

2º lugar:
Finlândia: Softengine – Something Better

 

E que raio! Algo fresco, não particularmente original mas vivo: um pop-punk bem feito.

3º lugar:
Espanha: Ruth Lorenço – Dancing in the Rain

Definitivamente não é o meu género, mas a espanhola Ruth tem boa voz.

4º lugar:
Arménia: Aram MP3 – Not Alone

Tirem os violinos, substituam com um teclado e eis uma grande canção. O gajo não tem uma grande extensão, mas a voz é potente.

5º lugar:
Italia: Emma Marrone – La mia cittá

Gosto do facto de Emma ser também a autora da canção. O vídeo é que poderia ser melhor.

Seja como for, a maioria das músicas são de qualidade médio-baixa: isso explica também a escassa popularidade da manifestação, quem quiser ouvir boa música não vê o Eurofestival.
Pena, poderia ser uma boa ocasião.

No próximo Eurofestival: Max com saia, barba, collant de rede (para mostrar os pelos das pernas) e charuto acompanhado por Leo, o cão sado-maso. O primeiro lugar é meu.

Ipse dixit.