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Insólito: as minas em chamas

Em 1971, um grupo de geólogos da então União Soviética decidiu atirar fogo para o interior duma cavidade subterrânea cheia de gás, pensando que com isso o problema do contínuo vazamento ficaria encerrado dentro de um curto espaço de tempo. Mas não foi o que aconteceu e enorme buraco perto da aldeia de Derweze, no Turcomenistão, queima desde então.

Derweze, Turcomenistão

O Gates of Hell (“As portas do inferno”), como é conhecido, é apenas uma das cavidades subterrâneas ou minas em chamas. Seja por erros de cálculo, seja por acidente, este lugares repletos de combustíveis pegaram fogo e não há como apaga-los.

E Derweze não é nem o caso maior ou o mais antigo.

O incêndio de Centralia, na Pennsylvania (EUA), teve um impacto bem maior. Aldeia de 2.000 habitantes nos anos 50 do século passado, hoje conta com 10 residentes. A razão? O incêndio da mina de carvão que deflagrou por acidente em 1962 e que ainda torna o ar irrespirável. As previsões não são muito optimistas: segundos o cálculos, há combustível suficiente para alimentar o fogo ao longo dos próximos 250 anos.

Centralia, EUA

Trata-se dum longo período de tempo, sem dúvida, mas há fogos que conseguiram mais do que isso.
Em Planitz, parte da cidade de Zwickau (Alemanha), uma camada de carvão tinha sido queimada em 1476 e só foi extinta em 1860.

Em Dudweiler (Sarre, sempre Alemanha) um incêndio de carvão aceso por volta de 1668 ainda hoje está em chamas: baptizado de Brennender Berg (“A Montanha Queimada”), tornou-se desde cedo uma atracão turística e até foi visitado por Johann Wolfgang von Goethe.

Alguns fogos têm origem em desastres: é o caso da Strongman Mine (1967, 19 minadores mortos) e de Pike River Mine (em 2010, 29 mortos), ambas na Nova Zelândia. Outros têm origem numa auto-injecção, como no caso das Smoking Hills (Canada): descobertas em 1826, não é conhecida a data do começo do incêndio.

Se na maior parte dos casos estes incêndio são vistos como uma curiosidade ou pouco mais, por vezes representam um problema não indiferente.

China

A China, por exemplo, é o maior produtor de carvão do mundo, com cerca de 2,5 biliões de toneladas
por ano: mas os fogos nas minas destroem entre 10 e 200.000.000 toneladas de carvão no mesmo período. Neste caso, os incêndios de carvão estendem-se na zona norte do País (Xinjiang, Mongólia Interior e Ningxia), uma área onde são contabilizados mais de 100 grandes incêndios deste tipo.

Além das perdas económicas, estes fogos nunca apagados contribuem consideravelmente para a poluição do ar, de forma a tornar-se um problema que tem ganho a atenção internacional.

Também na Indonésia a situação é complexa: carvão de superfície é muitas vezes queimado para destruir as florestas, mas isso provoca o incêndio de depósitos de carvão com afloramento na superfície, o que começa fogos fora de controle. Estima-se que só em 1998 houve mais de 250.000 fogos deste tipo no País.

Burning Mountain, Austrália

Em Outubro de 2004, o fumo originado cobriu partes substanciais de Bornéu e de Sumatra,
interrompendo as ligações aéreas, aumentando as admissões hospitalares nas áreas limítrofes também (Brunei , Singapura e Malásia).

O fogo mais antigo está localizado na Austrália. É o Burning Mountain (“A Montanha que Queima”), no Galês do Sul: as estimativas apontam como data de início da combustão o 4.000 a.C.

Interpretado pelo primeiros colonos europeus como um fenómeno ligado ao vulcanismo, só mais tarde foi reconhecido como incêndio, cuja frente desloca-se para o Sul com uma velocidade de 1 metro por cada ano.

Ipse dixit.

Fontes: TuttoGreen, LosApos, PaHighways, Mineralienatlas, várias páginas de Wikipedia versão inglesa