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CTT: e ainda dizem que a austeridade não presta.

Presta, meus senhores, uhi se presta!

Os CTT (Correios, Telégrafos e Telefones) eram simplesmente “o correio” de Portugal, cujas origens remontam a 1520, ano em que o Rei D. Manuel I tinha criado o primeiro serviço de correio público de Portugal.

O que D. Manuel criou, a globalização acabou: os CTT já não são um serviço do Estado, são agora privados. Conhecem o lema, não conhecem? “O Estado não tem dinheiro para tudo, vivemos acima das possibilidades, temos que cortar, etc. etc.”. Chama-se “austeridade”, cuja filha bastarda é a privatização.

Mas para perceber bem o sentido destes termos, vamos ver quem são os novos donos dos CTT.
Dinheiro Vivo:

Já se conhecem os dois primeiros novos investidores dos CTT: os bancos Goldman Sachs e o Deutsche Bank, que juntos controlam agora 7% da operadora postal.

Goldman Sachs, Deutsche Bank….onde é que já ouvimos isso?

Ao todo, os investidores estrangeiros controlam 43% do capital dos CTT.

Mas não é apenas Portugal:

Depois do Royal Mail, cuja entrada em bolsa foi uma das referências para o Estado português na tomada de decisão sobre o modelo de privatização dos CTT, o Goldman Sachs investiu agora num novo operador postal.

Pois, também o correio da rainha já foi-se.

E o mesmo sucede com o Deutsche Bank. O gigante banco alemão é, através do Deutsche Asset & Wealth Management, um dos acionistas estratégicos do operador belga Bpost, que também passou recentemente por um bem sucedido processo de privatização em Bolsa.

E pelo visto, nem o correio da Bélgica escapou.
Comenta Steven Santos, gestor da XTB:

É um sinal positivo para os CTT pelo facto de um dos investidores mais
sofisticados do mundo ter comprado uma participação relevante.

Disse “mais sofisticados”. Disse mesmo assim. Não disse “criminosos” ou pelo menos “malandros”, disse mesmo “mais sofisticados”.
Temos o que merecemos.

Ipse dixit.

Fontes: Dinheiro Vivo