Site icon

Insólito: A Quarta Raça

Premissa!

Antes de iniciar Informação Incorrecta, o meu desejo era escrever um blog fortiano, isso é, uma página web que tratasse de eventos esquisitos mas reais e bem documentados. Depois conheci Informazione Scorretta do amigo Felice e a história mudou. Mas o desejo permaneceu.

Agora, passados três anos e meio de blog, decidi englobar os tais artigos “fortianos” nas publicações diárias de Informação Incorrecta. Ou seja: um pouco de ar fresco no blog.

Obviamente, os novos artigos têm algumas características fundamentais:

Lamento, nada de Reptilianos por aqui: apenas descobertas, pesquisas, estudos, factos que tenham como base algo sério, cientificamente documentado. Podemos não concordar com o conceito de “científico”, mas a verdade é que até hoje este permanece como o único capaz de separar a realidade (ou alegada tal) do delírio inconcludente.
Os artigos serão depois reunidos numa página autónoma, tal como já acontece no caso da História ou da Energia.

É tudo?
É.

A quarta raça

Os resultados dum novo estudo foi divulgado no passado dia 18 de Novembro, durante uma reunião realizada na Royal Society de Londres, repletas de geneticistas de todo o mundo.

As análises sugerem que a nossa composição genética seja o resultado do cruzamento ocorrido na Europa e na Ásia, cerca de 3 milhões de anos atrás, a partir de quatro raças humanas. O pormenor interessante: além dos Homo sapiens (nós), dos Neanderthals (Homo neanderthalensis) e dos Denisovianos (Denisova hominins), temos uma quarta raça, completamente desconhecida.

“Começa a surgir um mundo passado muito semelhante ao de O Senhor dos Anéis, com muitas populações diferentes de hominídeos “, brinca Mark Thomas, geneticista evolutivo da College University de Londres, que participou na reunião mas não esteve envolvido no estudo.

Os Neanderthals são um grupo extinto de seres humanos que viveram entre 130 mil e 30 mil anos atrás. Apesar da reputação de homens das cavernas brutos e primitivos, descobertas recentes têm mostrado que eram humanos, com uma cultura muito sofisticada e recursos avançados em determinadas áreas, tal como os seres humanos modernos, apesar de terem talvez um vida social menos articulada.

Os Denisovianos, no entanto, são um grupo de pessoas muito mais misterioso. Estes humanos primitivos viviam na Sibéria e provavelmente derivam da mesma árvore que gerou os Neanderthais cerca de 300 mil anos atrás. No entanto, sabe-se muito pouco sobre o aspecto ou o estilo de vida.

Conforme relatado pela revista Nature, o estudo sugere que estes três grupos conheceram-se e procriaram, tendo como resultado uma numerosa descendência que ainda hoje povoa o planeta. Os genes do Denisovianos aparecem na composição genética das populações das ilhas do Sudeste Asiático e no sul da China moderna.

Os genes dos neanderthals aparecem no DNA dos caucasianos modernos (4% do DNA), o que sugere que as duas espécies cruzaram-se após os humanos modernos terem deixado a África. Por razões completamente desconhecidas, o Homo sapiens é a única sobrevivente entre as raças dos homens.

Neste mosaico genético, eis que aparece uma quarta misteriosa raça de seres humanos, que deixou a sua assinatura no DNA dos humanos modernos. “Poderia ser algo semelhante ao Homo erectus“, afirma Carles Lalueza Fox, pesquisadora paleogenómica da Universidade de Pompeu Fabra , na Espanha. O Homo erectus era uma espécie extinta de hominídeo que originou-se na Índia e espalhou-se por toda a Ásia.

O encontro foi um debate animado com especulações sobre a identidade desta população desconhecida de humanos arcaicos. “Não tenho a menor ideia”, admitiu Chris Stringer, um paleontólogo do Museu de História Natural em Londres, o qual sugere que a raça pode estar relacionado com o Homo heidelbergensis, uma espécie que deixou a África cerca de meio milhão anos atrás e, em seguida, gerou os neanderthais na Europa .

Lalueza Fox afirma que a questão do misterioso quarto ancestral é agora um ” debate paleontológico”, e que os resultados oferecidos pelo novo estudo abrem a porta para uma compreensão mais profunda da diversidade individual dos antigos ancestrais humanos. Novas técnicas de laboratório permitem aos pesquisadores reconstruir em detalhe toda a contaminação que ocorreu no curso da evolução humana, cujos restos aparecem no nosso DNA.

Ipse dixit.

Fontes: Il Navigatore Curioso, Nature, Wikipedia