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Woolwich: MI5? O novo medo.

O “atentado” de Londres é um pouco estranho? É.

Falamos, é claro, de Lee Rigby, o soldado decapitado por dois rapazes em Woolwich.

Em primeiro lugar: não houve decapitação nenhuma. Reconhecer uma pessoa decapitada não é complicado: o corpo está dum lado, a cabeça do outro. Um leve exagero dos media. Mas não é isso que interessa: decapitado ou não, o soldado foi morto.

O que interessa, por exemplo, é ler as declarações dum amigo de Michael Adebolajo, um dos dois assassinos. O amigo afirmou perante as câmaras da televisão que MI5, o serviço secreto britânico, tinha pedido ao Adebolajo para colaborar com eles.
Abu Nusaybah, este o nome do amigo, disse a Newsnight (um programa da BBC ) que Adebolajo tinha recusado a abordagem dos serviços secretos, mas que mesmo assim sentia-se importunado pela insistência.

Na verdade o atormentavam, disse-me que não queriam deixá-lo em paz.

No final da transmissão, Nusybah foi preso pela policia do núcleo anti-terrorismo que também revistou a sua casa em Londres. As autoridades ainda não explicaram a razão do arresto e nem confirmaram ou desmentiram as palavras do homem.

Nusaybah também afirmou que o amigo Adebolajo tinha sido preso e torturado pela polícia durante uma viagem ao Quénia, no ano passado, e que uma vez de regresso era um homem diferente. Os abusos sofridos na prisão, ao que parece físicos e sexuais, tinham tornado o rapaz “fechado e silencioso”.

É confirmado que o MI5 conhecia os dois assassinos de Woolwich, pelo menos durante os últimos oito anos, por causa do envolvimento com os grupos islâmicos extremistas da capital inglesa. Mais uma vez, tal como em Boston, estamos perante indivíduos conhecidos por parte das autoridades.

Terrorismo ou false flag?
Por enquanto nenhuma das hipóteses pode ser excluída. Será preciso esperar para obter novos dados e nem podemos acreditar piamente nas palavras proferidas na frente das câmaras duma televisão (fosse tão simples…).

No entanto, é interessante realçar um dado.
Antes o terrorista era uma pessoa oriental, um islâmico facilmente reconhecível. Em Boston e em Londres temos um novo paradigma: o “mau” é caucásico ou preto, isto é, é alguém que vive entre nós, camufla-se entre nós, é o nosso vizinho, alguém que não dá nas vistas e que não atrai suspeitas.
O medo pode assim alcançar um novo nível.

Não deixa de ser interessante.

Ipse dixit.

Fonte: Il Sole 24 Ore