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Algo acontece

Sim, eu sei, já falámos do assunto. Mas algo não bate certo.

Por exemplo: Algirdas Šemeta é vivo. Quem é este? É o Comissário Europeu para a Taxação, o fulano que quer ressuscitar uma proposta para suprimir o secreto bancário. Se a proposta passar, os bancos (todos os bancos) terão que abrir os ficheiros e entregar às autoridades nomes, contas, tudo. Hedge Funds, Private Equity Partners, etc.

Por isso, o facto de Algirdas Šemeta é sem dúvida digno de nota.

Isso acontece depois do dossier NAV. O que é isso? É uma proposta de regulamentação para um sector que só na Europa “pesa” 490 biliões de Euros, 5.000 biliões no mundo. São os fundos que permitem as Repo Ops, contractos muitos utilizados pelos bancos. Dito assim nem parece grande coisa, mas vamos repetir qual o montante em causa: 5.000 biliões de Euros. 6.500.000.000 Dólares. 13.000.000.000 Reais.

A Comissão Europeia afirma que os NAV representam um risco sistémico, o que é verdade, mas não é este o ponto: o ponto é que os NAV são essenciais aos bancos. Sim, verdade: a política deveria tomar o controlo da Finança e bla bla bla. Mas esta é a teoria, na prática sabemos que acontece o contrário: é a Finança que controla a politica.

Só que:

  • As perdas na reestruturação da dívida grega.
  • Os levantamentos forçosos nas contas de Chipre.
  • Os NAV.
  • A proposta de Algirdas Šemeta
  • A Áustria que aceita de rever as normas acerca do secreto bancário.
  • O Luxemburgo também próximo alvo.

Não é normal.
Os bancos obrigados a abrir os ficheiros e divulgar dados sensíveis? Não é normal.

Explicação simples: os políticos querem pôr ordem no mundo selvagem da Finança em prol dos Estados e dos cidadãos.

Explicação mais séria: algo acontece. E não é nada bom.

Ipse dixit.