Site icon

Brzezinski avisa: há uma ameaça populista

Como já sabemos, Zbigniew Brzezinski é uma daquelas pessoas que não fala só pelo gosto de abrir a boca. Mais: na ocasião é preciso endireitar bem as antenas porque
a) o fulano sabe o que diz
b) o fulano fala para que todos percebam e para que alguns percebam mais do que os outros.

Durante um recente discurso na Polónia, o ex-conselheiro de Segurança Nacional (guru máximo da “Nova Ordem Mundial” e da estupidificação global) advertiu que um movimento mundial de “resistência” ao “controle externo” impulsionado por um “activismo populista” ameaça atrapalhar a transição para uma nova ordem.

Definindo a ideia do século 21, o século americano, como uma “uma decepção compartilhada”, Brzezinski disse que o domínio americano já não é possível devido à aceleração da mudanças sociais impulsionadas pela “comunicação de massa instantânea, como a rádio, a televisão e Internet “, o que gerou um crescente “despertar universal da consciência política das massas”.

Brzezinski acrescentou que este “crescimento mundial de activismo populista está a demonstrar-se hostil à dominação estrangeira do tipo que prevaleceu na era do colonialismo e do imperialismo”.
Concluiu que “a resistência populista persistente e altamente motivada de consciência política do despertar dos povos e historicamente adversos ao controle externo tem-se mostrado cada vez mais difícil de eliminar”.

Apesar de ter dito isso com um tom neutro, o contexto em que falava, juntamente com as suas declarações anteriores, indica que esta não é uma celebração da “resistência populista”, mas uma preocupação com o impacto que isso pode ter sobre o “controle externo”, como repetido várias vezes.

Estas observações foram feitas num evento do Fórum Europeu para as Novas Ideias (EFNI), uma organização que tenciona apoiar a transformação da União Europeia num anti-democrático super-Estado federal: o mesmo tipo de “controle externo” colocado em perigo, como foi salientado por Brzezinski.

Neste contexto, é preciso compreender que o argumento de Brzezinski acerca da “resistência populista” representa um obstáculo considerável na imposição de uma nova ordem e deve ser interpretado mais como um aviso do que como reconhecimento ou uma celebração.

Também é preciso ter em conta o que Brzezinski escreveu no seu livro Between Two Ages: o papel dos Estados Unidos na era tecno-digital, em que ele defende o controle da população por parte duma classe política através da manipulação digital:

A era digital envolve o aparecimento gradual de uma sociedade mais controlada. Tal sociedade seria dominada por uma elite, livre de valores tradicionais. Em breve será possível exercer vigilância quase contínua sobre todos os cidadãos e manter os arquivos, completos e actualizados, que também contêm informações mais pessoais de cada cidadão. Esses arquivos poderá ser acessados ​​em tempo real por parte das autoridades.[…]
Na sociedade digital, a tendência parece ser aquela de agregar os suportes individuais de milhões de cidadãos descoordenados, facilmente ao alcance de personalidades magnéticas e atraentes que exploram as mais recentes técnicas de comunicação para manipular as emoções e controlar as decisões.

A súbita preocupação de Brzezinski para o impacto de uma população politicamente despertada não vem da ideia de que Brzezinski identifica-se com a mesma causa. Brzezinski é o fundador da poderosa Comissão Trilateral, uma figura-chave no Council on Foreign Relations e um participante regular das reuniões Bilderberg. Já foi descrito pelo presidente Barack Obama como “um dos nossos pensadores mais importantes.” e esta não é a primeira vez que Brzezinski lamenta o surgimento de uma oposição populista perante a dominação de uma pequena elite.

Já durante uma reunião do Council on Foreign Relations, em 2010, Brzezinski advertiu os colegas globalistas que um “despertar político global”, em combinação com lutas internas da elite, estava a ameaçar o movimento em direção a um governo mundial.

Isso mesmo: quando Brzezinski fala, melhor parar e ouvir.

Ipse dixit.

Fonte: Rinascita