Site icon

Síria: o cerco aperta

Síria? Pois.
É provável uma mudança de rumo no conflito do pequeno País do Médio Oriente. “Pequeno” por assim dizer: afinal tem uma extensão que é o dobro daquela de Portugal.
Os rebeldes de Kasotc e o dinheiro de Washington 

A Administração Obama participa no treinamento e no equipamento das unidades de desertores do exército sírio e dos rebeldes na Jordânia, tendo em vista o empurrão final em Damasco.

A Casa Branca neste 21 meses de revolução contra o presidente Bashar al-Assad tem sido cautelosa, recusando um empenho directo e “limitando-se” a apoiar do exterior as forças revolucionárias. Mas agora chegou a fase final da guerra e é prevista uma intervenção mais agressiva.

Onde estão a preparar-se as forças anti-governamentais?

De acordo com fontes da intelligence o lugar Yajooz, que não é a capital de Yahoo mas uma localidade entre a Amman e a fronteira com a Síria, onde existe a base Kasotc (King Abdullah II Special Operations Training Center, nada mais, nada menos).

Trata-se duma vasta instalação militar estabelecida em 2009 entre as pedras do deserto, um projecto aprontado e financiado pelo Pentágono, utilizado na preparação das tropas para o combate urbano no contexto árabe e “tácticas de guerra irregulares”. Guerrilha, numa palavra só.

Em Outubro chegou em Yajooz um contingente de 150 especialistas militares dos EUA, mas é um lugar que os Americanos conhecem bem dado que as últimas actividades oficiais remontam ao passado mês de  Maio no âmbito do exercício Eager Lion 2012. Agora esses instrutores, juntamente com a CIA, preparam os combatentes da oposição síria, na maioria ex-funcionários com experiência militar que desertaram.

O treino inclui a segurança dos 75 armazéns onde o governo de Damasco mantém armas químicas e a possibilidade deste grupo tornar-se a base para os futuros exércitos e serviços secretos da Síria. Após Assad, claro.

O ataque contra Damasco provavelmente não começará do Norte (zona de Aleppo, Hama e Homs, onde os rebeldes ganham terreno), mas do Dul, de Daraa, a primeira cidade onde a revolução começou, e através da fronteira com  a Jordânia. De acordo com os rebeldes, algumas “nações amigas” da oposição pedem para retardar a avançada, para que seja possível tratar de todos os pormenores.

Nesta última fase da guerra as tácticas serão diferentes, em particular a avançada na capital até o bunker do presidente Assad, no Monte Qassioun: a intenção é não repetir a experiência de Aleppo, onde os rebeldes avançaram em Julho sem um objetivo claro com o resultado de transformar a acção numa fase de impasse, com contínuos e inúteis confrontos entre forças rebeldes e exército regular..

De acordo com dois artigos distintos que apareceram em datas diferentes no Wall Street Journal e no Atlantic, os americanos compilaram uma chamada “lista branca” de grupos rebeldes, que acreditam serem confiáveis, que deverão ser apoiados com equipamentos e armas. Também foi criada uma “sala de guerra” para gerir estes grupos em colaboração com a Arábia Saudita e a intelligence da Jordânia; e já encontra-se em função um “corredor jordaniano” por onde passam homens e armas, que começa dos campos de treino na Jordânia, passa pela fronteira, em Daraa, e chega até Damasco.

Guerra química e Mossad

A preparação dos rebeldes foi provavelmente acelerada após a notícia vinda dos depósitos de armas químicas onde, segundo o site Wired (que já mostrou no passado ter fontes confiáveis) o governo sírio ordenou a mistura dos dois elementos, os chamados “precursores”, que juntos formam o Sarin, um tipo de gás nervino.

O Sarin, para além de ser letal, é também instável, corrosivo e decai muito rapidamente, tornando-se inutilizável no prazo de poucos meses.

Evidentemente, também o governo de Damasco sente que a guerra encontra-se num ponto de viragem. Pode também ser uma mensagem para os americanos, pois Assad sabe que os depósitos são vigiados. Segundo a revista Atlantic, o Mossad (não poderia ter faltado) nos últimos dois meses pediu duas vezes a autorização para bombardear os locais e drones de israel voam na fronteira entre a Síria e a Jordânia. Em Novembro, o radar M1 que controla o espaço aéreo meridional da Síria foi feito explodir, por isso região agora tem um “ponto cego”.

Como afirmado: a frente Sul será a decisiva.

A frota

Entretanto, a porta-aviões americana USS Eisenhower, com 8 mil militares e 8 equipas de bombardeiros, chegou na frente das costas da Síria. Segundo o site israelita DEBKAfile, a Eisenhower alcançou o USS Iwo Jima Amphibious Ready Group, che include 2.500 marines.
No total perfazem cerca de 10 mil homens, 17 navios, 70 bombardeiros, 10 instalações para mísseis cruise.

A seguir, uma série de imagens da Síria (nota: é uma apresentação Flash, em alguns navegadores pode não funcionar).



Ipse dixit.

Fontes: Wire, The Atlantic