Amnesty International e Pussy Riot?
Obviamente.
Mas quem é Amnesty International?
No imaginário colectivo esta ONG (Organização Não Governamental, isso é, oficialmente não ligada a qualquer governo) representa a voz final no âmbito dos direitos humanos no Mundo. Seria espantoso para a maior parte das pessoas descobrir que Amnesty representa, pelo contrário, o maior obstáculo neste sentido.
Para saber com quais fins opera uma organização, a coisa melhor é verificar quem são os financiadores, isso é, donde recebe o dinheiro. E aqui começam os problemas.
“Seguir o dinheiro” no caso de Amnesty não é simples.
No seu mais recente relatório anual, o de 2012, Amnesty reitera uma das maiores falsidades, sistematicamente repetida:
Amnesty International é financiada principalmente pelos seus membros e por doações públicas. Nenhum fundo de governos é solicitado ou aceite para o seu trabalho de pesquisa e as campanhas contra os abusos em tema de direitos humanos. Amnesty International é independente de qualquer governo, ideologia política, interesse económico ou religião.
Comovente, sem dúvida. Comovente mas falso.
Na verdade Amnesty International é financiada não só por governos, mas também por enormes interesses financeiros; e não apenas está agarrada às ideologias políticas e negócios, como também é uma ferramenta essencial utilizada para obter e defender tais interesses.
Encontrar informações sobre o financiamento de Amnesty, como afirmado, não é simples. Não é um mero acaso. A procura é tornada deliberadamente complexa para proteger o mito da “independência” da organização. E, tal como qualquer organização criminosa digna deste nome, Amnesty separa as comprometedoras ligações financeiras através duma série de manobras jurídicas e organizações-sombra.
No site de Amnesty encontramos:
O trabalho realizado pelo Secretariado Internacional de Amnesty International é organizado em duas entidades legais, de acordo com a lei do Reino Unido. Estas são Amnesty International Limited (“AIL”) e Amnesty International Charity Limited (“AICL”). Amnesty International Limited assume as actividades de caridade em nome de Amnesty International Charity Limited, uma instituição de caridade.
É mesmo aqui, na Amnesty International Limited, que são mantidas as ligações com os governos e os benfeitores das emrpesas. Na página 11 do Relatório de Contas de 2011 de Amnesty International Limited encontramos:
Os directores têm o prazer de agradecer pelo apoio John D. e Catherine T. MacArthur Foundation, a Oak Foundation, a Open
Society Georgia Foundation, o Vanguard Charitable Endowment Programme,
Mauro Tunes e o American Jewish World Service. O UK Department for International Development (Governance and Trasparency Fund) estendeu o financiamento de um projeto de quatro anos em favor da educação acerca dos direitos humanos em África. A Comissão Europeia (EuropeAid) generosamente concedeu uma bolsa de estudo destinada a trabalho de longo prazo em favor da Educação para os Direitos Humanos de Amnesty International na Europa.
Parabéns, não falta ninguém.
É portanto a mesma Amnesty que admite receber fundos dos governos. Mas também de organizações privadas. Duas entre outras: o American Jewish World Service e a Open
Society Georgia Foundation.
Acerca do primeiro não é preciso dizer muito, pois o nome já explica tudo: Jewish não significa “ateu” e nem “árabe”.
E a segunda, a Open
Society Georgia Foundation? Os Leitores mais atentos já terão adivinhado: Open Society significa George Soros, outra personagem que dispensa qualquer apresentação, cujo passatempo é conseguir o maior número de crimes financeiros antes de encontrar o Criador. Foi o investidor americano que fundou e que ainda gere esta organização; e que financia também Human Rights Watch, outra ONG.
Uma vez estabelecido quem realmente enche os cofres de Amnesty, vamos ver quem dirige o espectáculo.
Nas páginas americanas de Amnesty é possível observar a fotografia do actual director executivo da organização: Suzanne Nossel.
Quem é?
É a assistente de Hillary Clinton para as questões internacionais e já foi membro de Human Rights Watch, da The Century Foundation (um think tank no qual encontramos também Lewis B. Kaden, Vice Presidente do Citigroup, Inc), do Center for American Progress (outro think tank, financiado por Soros também) e do Council on Foreign Relations (Madeleine Albright, Paul Wolfowitz, Oprah Winfrey, Paul Volcker, Shirley Temple, George Soros, David Stern, John e David Rockefeller, Condoleezza Rice, Colin Powell, Rupert Murdoch, John McCain, Paul R. Krugman, George H.W. Bush, Zbigniew Brzezinski, Jimmy Carter, Dick Cheney, Bill Clinton entre os outros).
Com um curriculum assim era lógico que Suzanne Nossel fosse indicada pelo Departamento de Estado como director de Amnesty International.
Seria depois preciso gastar algumas palavras acerca dum País entre cujos profundos pensadores é possível encontrar Oprah Winfrey, Shirley
Temple e David Stern, mas por enquanto vamos em frente com o assunto Amnesty International.
Assim, Suzanne Nossel: valeu a pena? Valeu, valeu.
No mesmo site de Amnesty é lembrado o trabalho da simpática Suzanne em apoio às resoluções apresentadas pelos EUA nas Nações Unidas: Irão, Síria, Líbia, Costa do Marfim. Isso tanto para lembrar o sentido da afirmação: “Amnesty International é independente de qualquer governo, ideologia política, interesse económico ou religião”.
Amnesty, portanto, tem um papel deveras importante: apoiar e justificar o programa do Departamento de Estado americano, com uma obra de divulgação e campanhas públicas miradas. Não admira, portanto, a febril atenção ao caso das Pussy Riot: esta é apenas uma vertente da mais complexa operação que inclui o financiamento dos grupos de oposição ao governo russo; a mesma política que tem como objectivos o enfraquecimento do governo sírio, o derrube do governo da Bielorrússia e o suporte para Aung San Suu Kyia, a criatura de Wall Street que opera em Burma (ou Myanmar).
Às pessoas comuns é dada a impressão que alguém “vigie”, supervisione as violações dos direitos humanos no mundo: mas é verdadeiro exactamente o contrário. Amnesty aparentemente trata de todas as violações, mas na verdade selecciona e impulsiona apenas determinados assuntos para que sejam enfatizados pelos media, enquanto outros jazem no limbo.
Quando Amnesty organizou uma sondagem para eleger o “campeão” dos direitos humanos em 2011 (ainda é possível visitar a página onde antigamente era hospedada a sondagem), o mais votado foi o Coronel Khadafi. Então Amnesty apagou a sondagem.
Quando o Coronel Khadafi foi morto (sem prévia sondagem), Amnesty afirmou que “com a morte de Khadafi fecha-se um capitulo da história de repressões e violência dos direitos humanos na Líbia”.
Os Estados Unidos não queriam um justo processo para o Coronel. E, evidentemente, nem Amnesty.
Amnesty International é simplesmente parte do gigantesco aparato mediático que o Departamento de Estado americano apresenta ao mundo para justificar as próprias ingerências nas políticas internas de Países soberanos.
Haverá uma parte sã no interior de Amnesty? Com certeza, e sem dúvida é a parte numericamente mais importante, feita pelos milhões de activistas que em todo o mundo acreditam na defesa dos direitos humanos. Mas quantos deles sabem ao certo quem mexe os cordões financeiros da organização?
Como afirmado: para saber com quais fins opera uma organização, a coisa melhor é
verificar quem são os financiadores, isso é, donde recebe o dinheiro.
Ipse dixit.
Fontes: Amnesty Internacional USA, Amnesty International Report 2012 (ficheiro Pdf, inlgês), Amnesty International Limited: Report and Financial Statements for the year ended 31 March 2012 (ficheiro Pdf, inglês), Voltairenet, Land Destroyer Report, Lybian Free Press, Politica 24, Human Rights Watch,