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…e o Bilderberg disse: fora do Euro!

Olhem só, hoje sobra um pouco de tempo.
Então vamos fazer o quê? Vamos falar duma teoria da conspiração!!!

Malandro este Max.
E estúpido também: não sabe que as pessoas têm a liberdade de acreditar em tudo o que assim desejarem?
Claro que sei. Mas eu tenho também o direito de dizer o que penso. Ou não?
Então eis o Bilderberg.

O Bilderberg.
Quem pode duvidar do Bilderberg? Ninguém, óbvio.

A reunião dos simpáticos Bilderberguenses acabou. Na minha óptica, isso significa que as ordens foram transmitidas e ponto final. Mas segundo outros não é bem assim: o Bilderberg é muito mais do que isso. Então vamos ver quais as decisões tomadas, pelas palavras de Daniel Estulin, especialista Bilderbergaro.

No plano geopolítico, particulares preocupações existem acerca da Rússia e pelo facto de Vladimir Putin pretender manter intacta a soberania do próprio País.

Revolucionário, sem dúvida. Era precisa uma reunião nos Estados Unidos para entender isso.

Mais: outro problema é a atitude beligerante da Rússia perante as bases Nato que rodeiam o País e os sistema anti-mísseis apontados contra Moscovo. Explica Estulin que a Rússia já não é a potência duma vez mas ainda tem armas nucleares e estratégicas.

Nãooooo! E eu que pensava que na Rússia tivessem ficado só com a vodka! Ainda bem que existem estes especialistas.
E, para acabar com as grandes revelações: a Rússia é terra rica de petróleo e gás natural, matérias que constituem dois terços das exportações totais do País.

Resumindo: esta parte da reunião Bilderberg foi dedicada a assuntos que podem ser encontrados em qualquer blog de informação alternativa e nas páginas de Wikipedia. Notável.

Mas o melhor ainda tem que chegar.

Explica Estulin (que, lembramos, é um dos maiores especialistas mundiais, com tanto de livros publicados) que o imperativo é preservar o sistema bancário. Eu sei, o Leitor pensava que o Bilderberg deste ano fosse a reunião para transformar todos os bancos privados em cooperativas, não é? Mas não, os banqueiros querem preservar as próprias empresas e os próprios ordenados, olhem só…

E agora, preparem-se, pois vem aí a terrível previsão: os potentes da terra não ajudarão a Espanha.
Eu sei, eu sei: acabou de ser decidido o empréstimo de 100 biliões de Euros para bancos espanhóis. Mas Estulin escreveu o relatório pouco antes do resgate, azarado, por isso continuemos a fingir que nada ainda se passou.

A vice-presidente espanhola. Soraya, bem tentou pedir ajuda, sob forma duma série de medidas de apoio, mas a resposta do potente Bilderberg foi terrível: “Vai-te embora!” (mesmo assim segundo o autor).

Madrid será portanto sacrificada no altar da finança. Ámen.
Perguntou um dos delegados da Alemanha:

Porquê salvar-te se a Espanha tem mentido acerca da dívida e dos problemas financeiros? O vosso sistema bancário mete nojo, por acaso vocês têm um património que poderia interessar alguém?

Resposta da sala:

No!

Então conclusão dum dos delegados americanos:

Chegou a altura de carregar no botão do alarme.

Solução? O Bilderberg decidiu: nada de ajudas, a Espanha tem que abandonar o Euro. Que mais parece um prémio de que uma ameaça, mas pronto…
Pergunta: mas qual o sentido em afastar Espanha da Zona Euro? O plano não é construir um inteiro continente dominado pela elite bancária? Afasta-se a Espanha por ter “mentido acerca da dívida e dos problemas financeiros” e salva-se a Grécia?

Bah, não importa: os adeptos do Bilderberg devem considerar estes como pormenores.

Na terceira parte do Relatório Bilderberg, publicado já depois do resgate, Estulin limita-se a copiar um texto inglês, no qual candidamente reconhece que foi concedida uma ajuda aos bancos espanhóis. Porque é assim que funciona: dizer tudo e o contrário de tudo no prazo de poucas horas.

Lindo.
Lindo, lindo, lindo, lindo.

Estulin é uma das mais ouvidas vozes quando o assunto for o Bilderberg. É a mesma pessoa que em 2007 afirmou ter recebido informações da intelligence americana que apontavam para o assassinato de Ron Paul. Uma capacidade de previsão fora do comum.

E até Fidel Castro reflectiu acerca da obra de Estulin, como publicado pela agência de imprensa cubana Prensa Latina. Doutro lado, quando um gajo merece, merece.

Eu, mais uma vez, repito qual a minha ideia, que com certeza está errada: o Bilderberg é apenas a reunião dos mordomos, os que recebem as ordens, sem um verdadeiro poder de decisão. São os piões, os que actuam. Estas reuniões do grupo Bilderberg não são assim um assunto que tenha alguma coisa de especial, é só a ocasião com a qual os donos comunicam as próprias decisões e as atitudes para serem tomadas.
Apontar o Bilderberg como fonte de todos os males significa banalizar a questão, atirar pó para os olhos das pessoas. Os problemas têm origem em outros lugares, em outros nomes, que este blog já apresentou várias vezes.

E não ficaria surpreendido se este Estulin fosse nada mais do que um agente de contra-informação que consegue também juntar uns trocos com a venda dos livros. Porque há a informação, a informação alternativa e a contra-informação, apesar de muitos esquecer isso.

Banaliza-se o assunto, que fica recheado também com meias verdades, de forma que a maioria das pessoas fique afastada deste tipo de informação enquanto a informação alternativa terá algo para escrever ao longo de algumas semanas. O que significa, indirectamente, direccionar as temáticas da informação alternativa no trilho desejado.

E quem não concordar com esta ideias? Tudo bem, continuem a seguir os alvos que o sistema propõe e sejam felizes. Afinal esta também é liberdade.

Ipse dixit.

Fontes: Daniel Estulin, Huffington Post