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Cinco dementes, um criminal e o FBI

Os cinco terroristas de Cleveland

Nos Estados Unidos, a luta contra o terrorismo nunca pára, nem no dia 1 de Maio.
E se faltarem os terroristas árabes, pouco mal, há sempre os produtos locais.

Por exemplo: os anárquicos de Cleveland, Ohio. Pois desta vez são cinco perigosos elementos acusados de planear um atentado terrorista no coração da cidade.
Ok, não era mesmo o coração. Mas pouco faltava. Ainda bem que existe o FBI, que nunca descansa e tudo vigia.

Mais uma vez, a técnica é aquela do informador infiltrado, pela ocasião no grupo Occupy Cleveland: será que atrás das pacíficas manifestações pode haver algo mais? Algo que ameace a segurança nacional? Com certeza que há, podem crer. 

Os terroristas eram 5, com idades entre 20 e 35 anos. Alguns dos quais sofrem de distúrbio mentais.
E o informador do FBI? Não tem distúrbios mentais, mas já tinha sido condenado por posse de cocaína, assalto e emissão de cheques “carecas”. Um informador de primeira classe, sem dúvida. Pago com 5.750 Dólares mais outros 550 como reembolso das despesas. Todo dinheiro dos contribuintes, óbvio.

Assim, o FBI continua a recrutar criminais que para evitar penas pesadas têm que encontrar provas de actividades criminosas no interior de grupos de manifestantes. Caso esquisito, as provas surgem sempre (o que confirma o excelente “faro” dos investigadores).

Os cinco “terroristas” serão agora julgados com a acusação de conspiração e tentativa de fazer explodir uma estrutura de propriedade pública. Pena? 25 anos de prisão, assim aprendem.

De facto, as conversas entre os cinco e o informador são bem interessantes. Basicamente, a primeira parte consiste em piadas acerca da possibilidade de fazer explodir alguma coisa, tanto para enviar um sinal ao governo.
Mas “alguma coisa” o quê? Não há algo de mais específico?
Ó meus amigos, estamos perante pessoas com distúrbios mentais…

O alvo

A segunda parte é bem melhor: nela, o informador sugere a aquisição de material explosivo. Material que ele mesmo, o informador, teria fornecido.
E sempre o mesmo informador indica até o alvo: uma ponte no Cuyahoga Valley National Park, no Sul de
Cleveland.
No grupo havia um elemento que fazia pressões para acelerar a operação também. O Leitor já percebeu qual elemento era este? Pois.

O facto é que os cinco nem sabiam bem o que fazer, como mexer-se. Mesmo assim, graças ao informador, o grupo entrou em contacto com outro agente do FBI que vendeu o explosivo. Para acabar, na passada Segunda-feira, os cinco foram presos num carro, perto da ponte em questão.

Qualquer juiz com um mínimo de dignidade acusaria o FBI de ter planeado um atentado terrorista na cidade de Clevenland, mas nos Estados Unidos as coisas funcionam de forma um pouco diferente e os cinco estão agora na prisão do Ohio à espera do processo.

O que preocupa é que estes tipos de operações eram utilizadas até hoje contra cidadãos muçulmanos (quem protesta se um muçulmano fica na cadeia por culpa dum atentado imaginário?), enquanto o episódio de Cleveland parece indicar que o FBI deseja elevar a fasquia: não apenas fanáticos religiosos, mas também cidadãos americanos com ideias políticas diferentes. E com problemas mentais também. Doutro lado, um terrorista é louco por definição.

A mensagem é clara: hã um potencial terrorista na casa ao lado e não tem que ser obrigatoriamente muçulmano. Pode ser um anárquico, pode ser uma pessoa que participa num dos vários movimentos Occupy, pode ser simplesmente uma pessoa que pensa de maneira diferente.
E pensar de maneira diferente é perigoso.

Iluminante, neste sentido, o que aparece no página da Polícia de Cleveland:

Não há nenhuma específica ameaça de terrorismo ou violência extremista em Cleveland. 
No entanto, o terrorismo e o extremismo violento continuam a ser uma ameaça real e grave para todos nós.

Extremismo violento? Ah pois: já não há só o terrorismo…

Ipse dixit.

Fontes: AltreNotizie, Conservative Refocus News, Cleveland Police