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Um ataque nuclear não é boa coisa

Os jornalistas do Daily Mail não sabiam como ocupar o tempo. Então contactaram a administração do simpático Obama, na esperança de ter algumas novidades.

Infelizmente também em Washington reinava o tédio: o presidente ainda não tinha dado ordem para atacar nenhum País e “matar o tempo” era um sério problema.

De repente, uma ideia: “E se uma bomba atómica atingisse Washington?”. E porquê Washington? Porque, por exemplo, não Teherão? E porquê uma bomba atómica? Já não há aviões disponíveis? Mas o que interessa isso? A verdade é que o título ficava bem:

O que aconteceria se uma bomba nuclear atingisse Washington DC? O relatório terrível que prevê os danos que um ataque terrorista iria causar na capital da nação.

Admitimos: faz um certo efeito. Sobretudo porque foi acrescentado o elemento “terror”: é a velha história dos terroristas que possuem bombas atómicas mas nunca decidem usa-las. Quem sabe a razão? Mesmo assim, calha bem: é só acrescentar alguns gráficos, poucas imagens e a tensão é mantida alta. Os jornalistas têm algo para publicar, a administração do simpático Obama trabalha um pouco, afinal é isso que conta.

Então vamos ver.

O estudo simulou uma explosão nuclear entre as Rua 16 e a Rua K (bonitos os nomes), no coração da cidade, a pouca distância da casa de Bo, o cão de Obama. Que, por acaso, é a mesma casa onde mora o presidente, mais conhecida como Casa Branca.

Os resultados não são nada satisfatórios: as possibilidades de sobrevivência dentro duma meia milha são muito baixas. Por metade do custo eu poderia ter feito a mesma previsão, alguém da administração que esteja a ler este blog faça o favor de tomar nota.

Mais: a maioria dos prédios seriam destruídos instantaneamente (espantoso…), incluindo os do governo federal: a Casa Branca, o Congresso, o Departamento do Tesouro, o Palácio de Eisenhower e muitos outros ao longo da National Mall.

O meia milha seguinte sofreria danos graves e incêndios, num perímetro de três quilómetros as casas podem ficar danificadas e haveria muitos feridos. Normal, afinal é uma bomba atómica: o que acham que aconteceu quando atacaram Hiroshima e Nagasaki?

Mas o estudo, denominado National Capital Region: Key Response Planning Factors for the Aftermath of Nuclear Terrorism [Região da Capital nacional: Factores chave para enfrentar as consequências do Terrorismo Nuclear] sugere que o fall out (a radiação residual de uma explosão nuclear) poderia ser o aspecto mais assustador. Também aqui não muitas novidades.

Primeira imagem, que o Daily Mail define como “assustadora”, as zonas atingidas pela explosão:

Descoberta sensacional: o fall out pode variar a segunda do vento, por isso está ligado aos períodos do ano:

Entre 10 e 20 milhas da partir da explosão a exposição à radiação causaria náuseas e vómitos dentro de algumas horas e, na ausência de tratamento médico, a morte.

Mas o estudo descobriu que, para aqueles suficientemente perto do ponto de detonação, onde a taxa de radioactividade seria igual a 800 roentgens, a morte seria imediata. E sim, são coisas que acontecem em caso de explosão atómica…

Então, como tentar sobreviver?
Contrariamente ao que pensa o Leitor, ficar numa varanda para apanhar o sol após uma explosão atómica não oferece grandes margens de segurança: por incrível que pareça, é melhor esconder-se numa cave. E tentem evitar também as casinhas de madeira:

A conclusão do relatório é desoladora: “A vastidão dum ataque nuclear terrorista poderia sobrecarregar todos os meios de emergência”.

Sim, foi o que aconteceu no Japão em Agosto de 1945, únicos ataques atómicos da História. E adivinhem quem tinha lançado as bombas? Não, não foi Al-Qaeda: outros tempos, outros terroristas….

Se o Leitor não tiver mesmo nada para fazer, pode consultar o relatório completo o link mais abaixo.

Ipse dixit.

Fonte: Daily Mail