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BP: o justo reconhecimento

Lembram-se de Macondo? O poço que deitou petróleo no Golfo do México após a explosão da plataforma Deepwater Horizon?

A British Petroleum (BP), dona da exploração, decidiu utilizar o desastre ambiental no próprio curriculum. E sabem uma coisa? Funciona! O Pentágono decidiu tornar a empresa anglo-holandesa o maior fornecedor de combustíveis para o Departamento da Defesa.

Bloomberg:

Os contractos com os militares aumentaram 33%, até 1.35 biliões de Dólares, e a BP recebeu mais 49% de contractos do que a companhia segunda classificada.

A coisa divertida é que a BP ainda tem que entregar aos governos dos Estados Unidos milhões de Dólares por causa dos prejuízos causados com o desastre ambiental. Mas o Pentágono afirma que não há problema: é tudo regular, tudo nos moldes da lei.


Na verdade o governo tem o poder de excluir dos concursos a participação de companhias que demonstraram não respeitar as leis. Só que, como admite o general Scott Amey, do Projecto governamental de Fiscalização:

Há um sentimento segundo o qual os grandes empreiteiros federais, como a BP, são grandes demais para ser suspensos ou excluídos.

Too Big to Fail, demasiado grandes para falir. Ou, como neste caso, para não participar na grande kermesse dos contractos federais. Desta forma, o acidente que matou 11 pessoas, derramou petróleo ao longo de centenas de quilómetros de costa e pôs de joelhos a economia local, torna-se um detalhe. A BP ainda não pagou um cêntimo aos pescadores da Louisiana, por exemplo, mas no ano passado conseguiu 26 biliões de Dólares de lucro.

E agora, eis o prémio: fornecedor de eleição do Departamento da Defesa dos Estados Unidos.

É justo assim.

Ipse dixit.

Fontes: Bloomberg, Petrolio