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Outros tempos

Dizia John Swinton:

Nos Estados Unidos, neste período da história mundial, uma imprensa independente não existe. Sabemos bem disso.

Não há nenhum de vocês que se atreveria a escrever acerca das suas verdadeiras opiniões, e você já sabe de antemão que ao fazê-lo nunca seriam publicados. Eu sou pago tanto por semana para manter as minhas honestas opiniões fora do jornal com o qual tenho o relacionamento. Outros de vocês são pagos de forma semelhante para coisas semelhantes, e aqueles que fosse tão louco ao ponto de escrever opiniões honestas ficaria de imediato no meio da rua à procura de outro emprego. Se permitisse a minha real opinião num número do meu jornal, antes de 24 horas a minha profissão seria liquidada.

O trabalho do jornalista é destruir a verdade, mentir descaradamente, subornar, desprezar, abanar o rabo ao pé da riqueza, vender o seu País e o seu povo para o seu pão de cada dia. 
Você sabe isso e eu sei também. Então, que loucura é essa de brindar a uma imprensa independente?

Nós somos as ferramentas e os vassalos dos ricos homens nos bastidores. Nós somos fantoches, eles puxam as cordas e nós dançamos. Os nossos talentos, as nossas possibilidades e as nossas vidas, são todos bens dos outros. Nós somos prostitutas intelectuais.

Este é o breve discurso que Swinton, do New York Times, fez num jantar da American Press Associaton. A data? 1880.
Outros tempos, sem dúvida, a imprensa não era o que é hoje. Ainda há jantares da American Press Association, mas já ninguém tem a mesma coragem.

Ipse dixit. 

Fonte: Stampa Libera