Os biocombustíveis e a cana do Brasil

Jean Ziegler é um sociólogo suíço, professor nas universidade de Genebra e La Sorbonne de Paris. Acaba de publicar um livro, Destruction massive: Géopolitique de la faim que trata do problema dos biocombustíveis, uma área em plena expansão.

Um biocombustível não é apenas um carburante mais “amigo” do ambiente: é, antes disso, o uso das terras agrícolas e das culturas para produzir combustível para veículos de transporte em vez de alimentos para seres humanos, um factor-chave na escalada dramática dos preços dos alimentos em todo o mundo.

No seu livro, Ziegler mostra como a indústria dos biocombustíveis ameaçam aumentar a fome no mundo até níveis nunca atingidos antes. É isso não é um acaso, um acidente: é o resultado de políticas deliberadas implementadas pelos governos relacionados com as poderosas empresas do agro-negócio na procura do lucro privado.

Desta forma, o dramático aumento dos níveis da fome no mundo pode ser descrito como uma forma de “homicídio assassinato calculado”.


Ironicamente, a indústria dos biocombustíveis é promovida por empresas e governos como uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis e “ambientalmente seguros”. Na verdade, é apenas outra forma de exploração excessiva de recursos naturais, tendo como objectivo o lucro. A indústria dos biocombustíveis resulta duma combinação de multinacionais do agronegócio e do petróleo, as quais conhecem as consequências da operação em termos humanos e ambientais.

Nos últimos cinco anos, o mundo testemunhou uma subida preços dos alimentos que está a colocar milhões de pessoas em risco de fome, tudo porque simplesmente não têm dinheiro para comprar comida. Esta é uma acusação chocante para um sistema económico que coloca o imperativo do lucro privado acima da sobrevivência dos seres humanos. Principal entre os factores que causam essa inflação dos preços é o rápido crescimento da indústria mundial dos biocombustíveis.

Mas como é possível promover uma tal indústria sem que haja no público uma qualquer reacção? Simples: o público desconhece as práticas políticas e económicas, nada percebe de agronegócio, só sabe que o biocombustível é “verde”. E se for “verde”, significa que é bom.

Mas tão bom não é e três factores implícitos na produção dos biocombustíveis contribuem para a crescente escassez dos alimentos e o aumento dos relativos preços:

  1. A desapropriação das terras para a introdução da cana-de-açúcar e outras plantas, especialmente nos Estados Unidos, para a produção de biocombustíveis (etanol), priva os pequenos proprietários das suas terras e reduz a quantidade de comida para todos: a perda de terras aráveis tem contribuído para o aumento dos preços dos alimentos. Menos terra, menos alimentos =  preços mais altos.
  2. Especulação acerca da terra arável e dos alimentos é também um factor importante no aumento acentuado dos preços dos alimentos básicos: não apenas os pequenos agricultores são privados das suas terras, mas muitas vezes, sem uma adequada compensação, não podem mesmo ter recursos para comprar comida suficiente para sobreviver ou reiniciar uma actividade agrícola.
  3. A terceira causa é a desertificação e a degradação da terra e do solo, que é acelerada pela substituição cada vez maior de fazendas orgânicas com enormes monoculturas para biocombustíveis, muitas vezes feitas com o uso de organismos geneticamente modificados que requerem grandes quantidades de água. Rios e lagos estão secos, e um número crescente de pessoas em todo o mundo não têm acesso à água potável.

A mentira

O “ouro verde” há vários anos é considerado como um complemento do lucrativo “ouro negro”.

Os monopólios da produção de alimentos que dominam o comércio dos biocombustíveis, em apoio aos novos produtos, apresentam um tema que pode parecer indiscutível: a substituição dos combustíveis fósseis com energia obtida a partir de culturas seria a mais recente arma na luta contra a rápida deterioração do clima e aos danos irreversíveis que estes provocam ao meio ambiente e aos seres humanos.

Alguns dados: mais de 100 biliões de litros de bioetanol e biodiesel foram produzido em 2011. No mesmo ano, 100 milhões de hectares de culturas agrícolas foram usados ​​para produzir biocombustíveis. A produção mundial de biocombustíveis dobrou nos últimos cinco anos, de 2006 a 2011.

A degradação do clima é uma realidade. Globalmente, a desertificação e a degradação dos solos afecta agora mais de 1 bilião de pessoas em mais de 100 Países. As zonas áridas representam mais de 44% das terras aráveis ​​do planeta.

A destruição de ecossistemas e de vastas áreas agrícolas do mundo, especialmente na África, é uma tragédia para os pequenos agricultores e criadores. Na África, as Nações Unidas estima que existam 25 milhões de “refugiados ambientais” ou “migrantes ambientais”, isso é, seres humanos que têm sido forçados a deixar as suas casas devido a desastres naturais (inundações, secas, desertificação) e que, no final, lutam para sobreviver nas favelas das grandes cidades. A degradação da terra alimenta o conflito, especialmente entre os fazendeiros e agricultores.

As empresas que produzem biocombustíveis têm convencido a maioria da opinião pública mundial, e basicamente todos os Países ocidentais, que a energia produzida a partir das plantas é a arma milagrosa contra a deterioração do clima.

Mas este argumento é uma mentira: ignora os métodos de produção e os custos ambientais, que exigem muita água e muita energia.

Em todo o planeta, a água potável está a tornar-se um bem cada vez mais escasso: uma em cada três pessoas é forçada a beber água poluída. Cerca de 9.000 crianças com menos de dez anos morrem a cada dia devido ao facto de que a água que bebem não é adequada para o consumo.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, um terço da população mundial ainda não tem acesso à água potável a um preço acessível e metade da população mundial não tem acesso à água limpa e potável. Só na África sub-saariana, aproximadamente 285 milhões de pessoas não têm acesso regular à água potável; 248 milhões de pessoas na Ásia estão na mesma situação, 398 milhões na Ásia oriental, 180 milhões na Ásia meridional e no Pacífico, 92 milhões na América do Sul e nas Caraíbas, 67 milhões nos Países Árabes.

E, claro, são os Países mais pobres que sofrem mais severamente pela falta de água.

Do ponto de vista hídrico, a produção de dezenas de biliões de galões de biocombustíveis a cada ano é um verdadeiro desastre: são precisos cerca de 4.000 litros de água para produzir 1 litro de bioetanol.

A obsessão com Barack Obama

Os produtores de biocombustíveis, algumas entre as mais poderosas corporações do mundo, têm sede nos Estados Unidos. Recebem anualmente biliões de Dólares sob-forma de ajuda governamental. De acordo com o presidente Barack Obama, no seu Discurso sobre o estado da União em 2011, para os Estados Unidos o programa do bioetanol e biodiesel é uma “questão nacional”, uma questão de segurança nacional.

Em 2011, subsidiados por 6 biliões de Dólares de fundos públicos, os EUA queimaram 38,3% da safra nacional de trigo, em comparação com 30,7% em 2008. E desde 2008, o preço do trigo no mercado mundial aumentou 48%.

Os Estados Unidos, apesar da crise, continuam sendo a primeira potência económica: apesar dum número relativamente baixo de habitantes (300 milhões, comparado com 1,3 biliões da China e da Índia) os EUA produzem pouco mais de 25% de todos os bens industriais produzidos num ano no planeta.

A matéria-prima dessa máquina incrível é o petróleo. Os Estados Unidos queimam uma média diária de 20 milhões de barris, cerca de um quarto da produção mundial. 61% desse total, pouco mais de 12 milhões de barris por dia, é importado.

Para o Presidente dos Estados Unidos, esta dependência é uma óbvia preocupação. E mais preocupante é o facto de que a maior parte deste petróleo importado vem de regiões onde é endémica a instabilidade política e/ou onde os Americanos não são bem vistos. Em suma, onde a produção e a exportação para os Estados Unidos não são garantidos .

George W. Bush foi o iniciador do programa de biocombustíveis. Em Janeiro de 2007 estabeleceu uma meta para ser atingida: ao longo dos sucessivos dez anos, os EUA teriam de reduzir 20% do consumo de combustíveis fósseis e multiplicar por sete a produção de biocombustíveis.

Queimar milhões de toneladas de alimentos num planeta onde a cada cinco segundos uma criança com menos de dez anos morre de fome, é obviamente ultrajante, mas na óptica americana é normal que para encher um depósito e automóvel (capacidade média de pouco menos de 50 litros) seja preciso destruir 358 kg de milho

No México e no Zâmbia o milho é o alimento básico. Com 358 kg de trigo, uma criança teria comida suficiente por um ano.

Brasil: a maldição da cana

Não apenas os biocombustíveis desperdiçam anualmente centenas de milhões de toneladas de milho, trigo e outros alimentos, e não apenas liberam ao longo da produção milhões de toneladas de dióxido de carbono que fica na atmosfera: além disso, causam desastres sociais em Países onde as empresas que produzem biocombustíveis se tornam dominante.

O exemplo do Brasil.

A luta dos trabalhadores nell’engenho Trapiche é um exemplo apropriado. As vastas terras que pouco visíveis na névoa da tarde eram propriedade estatal: eram, até há poucos anos, lotes de 1-2 hectares, cultivados por pequenos agricultores de subsistência. As famílias viviam na pobreza, mas estavam seguras pois podiam gozar de relativa prosperidade e liberdade.

Através de influentes relações com o governo federal de Brasília, foi obtido o “desmantelamento”, ou seja, a privatização dessas terras. Os pequenos produtores de grãos e cereais que viviam aqui foram transferidos para as favelas de Recife. A poucas excepções são aqueles agricultores que aceitaram de tornar-se cortadores de cana de açúcar; e hoje aqueles trabalhadores são explorados.

No Brasil, o programa de produção de biocombustíveis é considerado uma prioridade. E a cana-de-açúcar é um dos bens mais rentáveis ​​para a produção de bioetanol.

O programa brasileiro para um rápido aumento da produção de bioetanol tem um nome curioso: o plano Pro-álcool. Em 2009, o Brasil consumiu 14.000 milhões de litros de bioetanol (e biodiesel) e exportou 4.000 milhões de litros.

O objectivo do governo é exportar mais de 200.000 milhões de litros.O governo do Brasil quer aumentar para 26 milhões de hectares o cultivo da cana-de-açúcar. Na luta contra os gigantes do bioetanol, os cortadores da plantação Trapiche não têm chance.

O plano para a implementação do Pro-álcool brasileiro levou à rápida concentração das terras nas mãos de poucas corporações de “barões” indígenas e das multinacionais.

Esta monopolização aumenta a desigualdade e agrava a pobreza rural (bem como a pobreza urbana, como resultado da migração desde áreas rurais). Além disso, a exclusão dos pequenos agricultores ameaça a segurança alimentar do País, já que eles são os únicos que podem garantir o sustento da agricultura.

As famílias rurais chefiadas por mulheres têm menos acesso à terra e sofrem maior discriminação.

Em definitiva o desenvolvimento da produção de “ouro verde” no modelo agro-exportador muito enriquece os barões do açúcar, mas muito empobrece os agricultores: na verdade, foi assinada a sentença de morte para a agricultura familiar de pequeno e médio porte e, portanto, para a soberania alimentar do País.

Mas, para além dos barões do açúcar brasileiro, o programa Pro-Álcool gera lucros para empresas transnacionais como a Louis Dreyfus, Bunge, Noble Group, Archer Daniels Midland e para grupos financeiros de propriedade de Bill Gates e George Soros, mas também para os fundos soberanos da China (os fundos soberanos dão fundos de investimentos de propriedade do Estado, constituído por obrigações, imóveis, metais preciosos e outros instrumentos financeiros ainda).

Num País como o Brasil, onde milhões de pessoas estão a exigir o direito de possuir um pedaço de terra, onde a segurança alimentar está ameaçada, a apropriação de terras por parte de empresas multinacionais e fundos soberanos é um escândalo.

Para obter pastagens novas, os grandes proprietários e gestores de algumas empresas transcontinentais queimam as florestas do Brasil. Dezenas de milhares de hectares a cada ano.

A destruição é definitiva. Os solos da Amazónia e do Mato Grosso, cobertos por florestas primárias, têm apenas uma fina camada de húmus. Mesmo no caso pouco provável em que os líderes do Brasil desejem travar a destruição, não seria possível recriar a floresta amazónica, “o pulmão do planeta”. As previsões apontam para 40% da floresta amazónica desaparecida até 2050.

Desde que o Brasil tem gradualmente substituído as culturas alimentares com a cana-de-açúcar, entrou no círculo vicioso do mercado internacional de alimentos: forçado a importar alimentos que não produz, isso aumenta a procura global, o que por sua vez provoca um aumento dos preços.

A insegurança alimentar, da qual uma grande parte da população brasileira é vítimas, está directamente relacionada ao Pro-álcool. Isso é evidente em particular nas áreas onde a cana é cultivada, pois os alimentos básicos, composto quase exclusivamente por produtos importados, estão sujeitos a flutuações significativas de preços.
Muitos pequenos agricultores são compradores líquidos de alimentos porque não têm terra suficiente para produzir alimentos suficientes para as suas famílias. Assim, em 2008, os agricultores não foram capazes de comprar comida suficiente por causa da súbita explosão dos preços.

Além disso, a fim de reduzir custos, os produtores de biocombustíveis exploram milhões de trabalhadores, de acordo com o modelo ultra-liberal da agricultura capitalista. Não apenas recebem salários de miséria, como também têm horários de trabalho desumanos, têm infra-estruturas mínimas e as condições de trabalho estão no limite da escravidão.

Ipse dixit.

Fonte: Axis of Logic

20 Replies to “Os biocombustíveis e a cana do Brasil”

  1. sugestão:

    primeiro, usar todos os alimentos transgénicos do mundo para produzir biocombustível.

    segundo, usar os campos que ficaram vazios para produzir alimentos orgânicos.

    eheheh…

  2. Lololol…estava à espera de comentários zangados. Por isso omiti dizer que o simpático Ziegler é homem da Onu. E sabemos como funciona e quem manda na Onu…

    Mas gosto das respostas, pois vão na direcção certa que será tratada num próximo artigo: o complexo de inferioridade dos Brasileiros.

    Acreditem: longe de mim a ideia de ser ofensivo, mas o complexo existe (não para todos, é óbvio) e isso é um mal, sobretudo quando é "tratado" com repentinos surtos de pseudo-patriotismo que não permitem distinguir a realidade.

    "A região que mais produz cana de açúcar […] tem um padrão de vida muito superior ao que tem um português ou italiano."

    Esta, por exemplo, deve ser uma piada…

    "Ou vocês vão passar fome novamente, o que já vem acontecendo com milhares de crianças na Itália."

    Confirmo: era uma piada.

    "Levantem o traseiro e vão produzir".

    Ah, eis a solução. Obrigado. Quase dois anos de blog a tratar da crise e afinal a solução era tão simples. Obrigado Anónimo, Europa e Estados Unidos agradecem.

    Informação Incorrecta sempre tratou todos os tipos de assuntos sem qualquer tipo de problema: o complexo de inferioridade dos Brasileiros não é excepção.

    Vou perder Leitores? Nesta altura da temporada já deveriam saber quanto preocupado estou acerca disso…

    Pelo contrário: que tal umas opiniões acerca do assunto? Prós e contras, obviamente.

    Abraço!

  3. Andei por dezenas de quilômetros no mês passado pelas estradas próximas a Franca e Barretos e o que vi foi quilômetros e quilômetros de terras ocupadas com cana de açúcar, sem uma habitação por perto. Foi paradoxal ver que num estado igual São Paulo cujo m2 é um dos mais valorizados do Brasil, a terra esteja ocupada com plantações para fazer etanol. O anônimo desinformado não leu o site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que fala "na safra 2010/2011 foram produzidos no Brasil 27,6 bilhões de litros de álcool (8 bilhões de litros de anidro e 19,6 de hidratado), aumento de 7% em relação a safra 2009/2010 na qual foram produzidos 25,8 bilhões de litros. Na safra 2010/2011 foram produzidas no Brasil 624 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Deve ver também o relatório da CONAB que diz "do total da produção de cana-de-açúcar, 336.276,1 mil toneladas (53,8%),foram destinadas à produção de etanol, gerando um volume total de 27.669,55 milhões de litros informações relativas a 2010/2011. Ora, então produziu-se mais etanol que açúcar no período 2010/2011

    BUSCAMOS UM MUNDO MAIS SOLIDÁRIO. O BRASILEIRO, POR NATUREZA É INDIVIDUALISTA E NÃO PENSA EM NIVEL COLETIVO, MAS NA PRÓPRIA SOBREVIVÊNCIA, NO PRÓPRIO BOLSO. E AS GRANDES CORPORAÇÕES NADAM DE BRAÇADAS NO MAR DE IGNORÂNCIA DO NOSSO POVO. E OLHA QUE SOU BRASILEIRO HEIN!!!

  4. Bueno, vamos lá: para a produção de biocombustíveis, a cana é muito mais rentável do que o milho, e do milho se extrai uma variedade muito maior de alimento do que da cana.Mas isso não justifica a utilização excessiva da cana para a produção de biocombustíveis no Brasil, até porque boa parte das extensões cultiváveis no país estão sendo "compradas" pelas multinacionais, ou seja, boa parte do território é do BraZil, não dos brasileiros. Isso é péssimo, embora o governo esteja acordando para a questão.
    Sempre acabo pautando os meus pitacos em afirmar que tudo é culpa dos "negócios", que quando contam com o apoio integral dos Estados, transformam tudo em corporações predadoras, onde o mais forte suga até a morte os mais fracos.
    A fome escancarada na África e Ásia dos Estados enfraquecidos pelo assalto a suas riquezas, em especial a terra cultivável, me parece a consequência mais visível desta política global, cuja solução passaria por distribuição de renda, políticas de contenção de migrações forçadas e desconcentração das populações de grandes centros.
    O Brasil de Lula e Dilma tenta diminuir os efeitos predatórios de eras entreguistas anteriores com uma certa distribuição de renda, tirando levas da pobreza absoluta, re articulando as migrações internas e desconcentrando populações, incentivando a agricultura familiar, que é o que alimenta o país atualmente ( o latifúndio e a agro indústria exportam, simplesmente) – muito bem pensado.
    Por outro lado, não bate de frente com os latifundiários, os banqueiros, as empresas e Estados predadores. Eu faria diferente, e estaria a esta hora numa roda de chimarrão no além, junto com João Goulart (gaúcho, presidente do Brasil, assassinado),Getúlio Vargas (gaúcho, ditador e presidente do Brasil, "assassinado") e Leonel Brizola (gaúcho,governador do RS e do RJ, sobrevivente de 5 atentados, já falecido).
    Dilma, embora tenha passado metade de sua vida trabalhando ao lado de Brizola, no RS, trabalhou também com Lula (negociador, sindicalista), e é mineira de nascimento (come calada). Opta pela política de um no cravo outro na ferradura. Tomara que dê certo!
    Abraços

  5. Olá anônimo que acha que em Portugal vai se morrer de fome:
    Não, felizmente não, nem com a exacerbação da crise atual, os gajos vão morrer de fome.
    No Brasil, desgraçadamente, ainda se morre de fome, embora eu creio firmemente, que se Dilma/Lula, permanecerem no poder e insistirem em políticas que vem insistindo, essa triste realidade tende a desaparecer.
    Posso te dizer isso, anônimo, com a experiência de quem já gastou muita sola de sapato pelo Brasil e também por Portugal, tão próxima e tão distante de ambos, porque quem me conhece aqui do botequim do Max, sabe que eu me sinto mesmo é gaúcha. Abraços

  6. Lindo texto!

    Existe um documentário (financiado parcialmente pelas ˜empresas ecoterroristas`, Greenpeaces e WWFs da vida) chamado, acho que A TERRA VISTA DE CIMA, de um Francês. Ele vem ao Brasil e entrevista um bilionário, maior proprietário de terras para produção de cana de açucar no brasil. Mostra a queima, e toda a destruição do solo, da atmosfera e de tudo em volta…

    Não ligue Max. Sou brasileiro, vivo em São Paulo… esse Anônimo considera que onde moramos, com uma taxa de homicídio percentualmente 40 vezes maior do que a da Itália é um melhor lugar para se viver.

    Só por que aqui temos os pólos de tecnologia e financeiro, eles acham que é algo de bom. Nossas grandes cidades (desta região, não estou falando das áreas com PIB mais baixo) parecem o pior pesadelo que um Europeu pode imaginar! Um caos! Um verdadeiro lixo!

    Vocês aí na Europa tem um certo receio aos Romenos e aos Búlgaros. Fui à Romênia e à Bulgária. Tanto capital quanto interior… em absolutamente qualquer aspecto, esses dois países dão de 1000 à zero ao rico interior de São Paulo ou a "megalópolica" São Paulo ou ao simpático, porém caótico Rio de Janeiro.

    Realmente você podia até esperar brasileiros com orgulho ferido ou revoltados com o texto. Mas eu li até o final e jamais imaginei que iria ler esses comentários à cima! Não reconheci o estilo de escrita de nenhum dos assíduos frequentadores.

    Brasil só é bom para, por exemplo, algum membro da famíla Votorantim… o interior de São Paulo realmente é extremamente rico (não o povo, mas o topo da classe média e a elite), porém se parece com uma caricatura dessa corrupção elitista que acontece no resto do mundo. É um microcosmo que reflete exatamente à mesma coisa, porém de forma regional e mais escrachada!

    O lobby da Bunge e da Monsanto aqui é algo de impressionante!

    Falei demais… deixa eu trabalhar… bom texto, Max… e sim… Brasileiro tem complexo de inferioridade… possui o mesmo sentimento que o pequeno burguês no início das revoluções! 🙂

  7. O tempo dirá e diz, quem fala besteiradas neste caso…. Simples demais!
    Não há maior informação que o dia a dia. Tanto no questão dinheiro, como alegrias, como governos, como esperança de um futuro…

  8. O pior de tudo é que o governo acha que está fazendo grande coisa com o etanol e o biocombustível. É ridículo.

  9. Não é facil administrar um país do tamanho do Brasil, não é como Portugal (menor), os portugues tem maior instrução (mais estudo) entretanto tem pessimos politicos igual Brasil…comparar no "geral" qualidade de vida entre os lusitanos e os brazucas seria injusto por centenas de motivos.
    o fato de o Brasil plantar cana de açuca para produzir etanol é algo importante, pois desenvolve novas tecnologias variando desde a industria motobilistica a engenharia genetica emprega mao de obra qualificada? a resposta é sim como estudante de engenharia vejo um futuro promissor, o problema dos alimentos pode ser facilmente resolvido, quando tratamos de areas agricultaves esquecemos do nordeste, sim do nordeste brasileiro, utilizando tecnicas moderna de irrigação é possivel produzir melão no RN (maior produtor brasileiro),vcs sabiam que se produz maçã no nordeste? na bahia se produz maçã e ameixas imagine o que se pode plantar nessas regioes… ultilizar a desculpa de produzir cana de açucar diminuira a oferta de alimentos é mentira.
    Podemos tratar o problema dos nordestino que trabalha como "escravos" ficando na mão do governo investigando as empresas exploradoras e punindo-as é dificil isso acontecer mais seria uma solução.

  10. Ola Pessoal>

    Vamos a algumas consideracoes, o texto apresentado é extremamente tendencioso no que diz respeito ao etanol brasileiro, pois praticamente 100 é produzido da cana de acucar, que é no mínimo 10 x mais rentável em producao do que as outras culturas como milho, beterraba etc.
    Desde o início da produdacao, a área nao aumentou muito, o que melhorou foram as técnicas agricolas. o autor do texto de certa forma tenta induzir o leitor a acreditar que a floresta amazonica está sendo derrubada para plantar cana de acucar, o que é um ledo engano, a floresta esta no mínimo a 4.000 km das regioes produtoras de cana de acucar.
    A floresta amazonica NAO É O PULMAO DO MUNDO, ela é uma floresta velha, e o oxigenio que ela produz, ela consome a noite, o maior produtor de oxigenio do mundo sao as algas marinhas, isso mesmo, as algas…
    As críticas quanto ao trabalho quase escravo merecem um certo destaque, mas nao mais do que o mesmo que aconteceu na construcao civil, industria mineradora, etc, ou seja foi um degrau árduo que ao que parece ja nao é mais o mesmo. Sim existem problemas, ainda, mas em escala muito pequena.
    O etanol significou uma alternativa a crise energética dos anos 70 no brasil, que fomentada pelos militares deu certo, e certamente nao é vila no quesito fome.
    O brasil tem tanta terra nao cultivada que se decicidisse cultiva-las sozinho alimentaria mais da metade do planeta, logo o problema da fome no mundo é político e cultural, se os EUA, decidissem aplicar a metade do valor que aplicam em defesa anual, eles acabavam com a fome nas américas… se a Europa cortasse em 70% os investimentos em armas, resolveriam os problemas da Africa e na Asia ocorreria o mesmo.
    A questao da água acabar é estapafurdia também, pois a água utilizada na producao da cana de acucar uma hora ou outra será devolvida á natureza, e assim recolocada no sistema mundial, e cá pra nós a falta de água potável é outro problema mais político do que físico…
    Nos anos 80/90 uma equipe de pesquisadores israelenses vieram ao brasil, para efetuar um estudo no nordeste brasileiro, regiao castigada pela seca desde sempre, em 6 meses apresentaram um estudo completo e concluíram que em 2 anos transformariam uma regiao árida em terras férteis, com técnicas simples, algum investimento e muita boa vontade…sabem o resultado disso, foram convidados a se retirarem do país ( quase expulsos) e os relatórios produzidos engavetados no porao mais fundo de algum estado do nordeste, sabem por que? por que a seca, a fome e a pobreza, rendiam votos, promessas nunca cumpridas, rendiam o dever dos políticos prometerem melhorar a situacao, e o direito do povo acreditar que eles resolveriam seus problemas…
    Fome, seca, água, aquecimento, oxigenio etc, todas estas sao facetas do monopólio do controle social, da lavagem cerebral, e claro do lucro de alguns.
    Acredito ter deixado uma breve explicacao, se possível continuo amanha…
    Abracos a todos

  11. olá anônimo do último comentário: concordo com gênero, número e grau com tudo que dissestes. Faz tempo mesmo que ando com esta história de que não tem lugar para tanta gente no mundo engasgada na garganta, e tu conseguistes neste breve comentário me dar uma batidinha nas costas, e pronto…já me sinto aliviada! Quando ouço esse povo apavorado com a população crescendo,e em muitos lugares morrendo de fome aos montes, fico pensando que eles não devem morar na terra, passam por aqui só vez por outra. Porque em primeiro lugar não conhecem a terra e o que se pode fazer com ela, quando se tem vergonha na cara e vontade. A terra é generosa. A humanidade, com seus interesses mesquinhos, seu instinto predador e assassino é que põe tudo a perder. E para dar nome aos bois, até que a humanidade talvez se entendesse minimamente, não fora a ação de ricos, poderosos e seus sabujos: tecnocratas, políticos, intelectuais de academia, militares e polícias de alta patente , sacerdotes de todos os matizes e juízes a serviço da cretinice institucionalizada.Obrigada por esse teu comentário e abraços a todos.

  12. Max,

    O pior de tudo para os portugueses é que, em breve, vocês terão que começar a plantar cana-de-açúcar e a produzir bioetanol em Portugal.

    Você não acha mesmo que Portugal irá se tornar a 28ª Unidade da Federação brasileira assim de graça, somente pelo laço histórico com o Brasil, ou acha?

    Vocês terão que dar a sua contribuição à Federação. Faltam ao Brasil umas terras assim pitorescas como as de Portugal para fazermos uma fazenda um tanto quanto mais exótica.

    Uma fazenda! Isso. Portugal seria uma fazenda de plantação de cana-de-acúcar. Mas não se entristeça: é bem possível que se reserve um bom bocado de terras para a produção de uvas para o bom Porto que também cá apreciamos…

    Assim, em aceitando Portugal como um membro da Federação brasileira, resolveríamos numa bordunada só dois problemas de complexo de inferioridade: o dos brasileiros e o dos portugueses.

    Nós, brasileiros, com Portugal na Federação, poderíamos dizer que somos europeus. A ralé da Europa, bem verdade (segundo os ingleses – não ralhe comigo porque não sou eu que o digo), mas, ainda assim, europeus.

    Vocês, portugueses, poderiam dizer que agora são sul-americanos e fugiriam desses preconceitos que os demais países da Eurozona têm para com vocês. Os ingleses, alemães e franceses teriam que parar de torcer o nariz a vocês, eu acho.

    Complexo por complexo, estamos, brasileiros e portugueses, muito bem servidos, não é mesmo, meu caro?

    E se calha de a guerra bater à porta e a Alemanha invadir tudo, não vão bancar de bestas, metendo-se em batalhas, certo?

    Basta vocês fazerem bem como bem sabem fazer. Lembra-se de Napoleão? Já o fizeram antes: abandonem tudo e lancem as barcas ao mar para aportar no Rio de Janeiro.

    Afinal, o que são mais uns dez milhões de cagões para um País que já tem duzentos milhões deles?

    Depois, quem sabe não movemos uma campanha para fazer de Lula o novo Rei do Império. Já pensou?

    Quanta nostalgia! Reino Unido a Portugal e Algarves. Isso te lembra alguma coisa?

  13. TEXTO EXCELENTE Anonimos E Maria, QUANDO NÃO TÍNHAMOS MAIS O PETRÓLEO QUE SE PODIA COM PRAR CRIAMOS O ETANOL, AGORA ESTÃO COM INVEJA E CRITICANDO, DEU MUITO CERTO ATÉ O AR QUE RESPIRAMOS AGRADECE, TÁ? E PORQUE NÃO PLANTAM ALIMENTOS NOS TERRENOS DAS FABRICAS DE ARMAS ,TANQUES DE GUERRA A E TALS, E AS FLORESTAS DOS AMERICANOS QUE FIZERAM COM ELAS, HEIM??aGORA VEM DAR LIÇÃO DE MORAL, O BRASIL TEM UNS 500 ANOS SOMENTE E OS VLHOS PAÍSES O QUE FIZERAM PRÁ SE MANTER, DE TÃO VELHOS ESTÃO SENDO APOSENTADOS NO MUNDO. nÓS ESTAMOS INDO MUITO BEM OBRIGADO, MESMO TENDO SIDO EXPLORADOS E LEVADO NOSSAS RIQUEZAS, OURO, PRINCIPALMENTE NO PASSADO, AGORA FICAM ATACANDO, CADA UM PLANTA O QUE QUER NO TERRENO, E OLHA QUE OS FAMINTOS JÁ ESTÃO NO MUNDO, UNS 30 ANOS OUÇO FALAR DE AFRICA, BIAFRA E TALS, QUEM QUER PLANTAR, COMO EU, CONSEGUE EM UMA AREA PEQUENA ATÉ EM CANTEIRO DE 3 POR 2 MTS, E OLHA QUE COLHO VERDURAS,TOMATES E CENOURAS PRÁ FAMÍLIA. DEIXE NOS VIVER, TÁ DANDO MUITO CERTO, E NÃO SOMOS OBRIGADOS A SUSTENTAR NINGUÉM NÃO, SE VIREM TBÉM…

  14. Brasileiros idiotas… defendem tanto o estado de São Paulo. Saia da capital em direção do interior… em qualquer direção… MG… RG… PR… verão gigantescas monoculturas… não só cana-de-açúcar… tem também muita soja e algum milho… agora… vejam como era 20 anos atrás…

    Isso não é progresso? Isso é destruição em massa do país mais fértil do mundo!

    Já fizeram compras? O alface, tomate, rúcula, xuxu, abobrinha, mandioquinha… acha que essas coisas dariam algum lucro para alguma empresa? Com certeza não… então 100% do que vocês compram é produzido pelo pequeno agricultor… aquele que cuida da mega-fazenda de soja e ganha um pedacinho de terra para cultivo próprio e vai ao Seasa vender por alguns centavos…

    E pq está aumentando tanto o preço? Muito antes da chuva? Pois como disseram alguns comentários acima, as monoculturas, muitas vezes transgênicas, o que propicia o uso ainda mais intensivo de agrotóxicos e pesticidas, sem mais a necessidade de cuidados, faz com que o vento, os rios e o solo, carreguem o lixo tóxico para essas terrinhas dos pequenos agricultores… então, mesmos os que praticam cultura orgânica (que nestes casos são mais lucrativas), tem sua produção prejudicada… além de suas peles destruídas pelo vento químico…

    Isso é só um detalhe. Uma única pessoa é proprietária de quase toda terra produtora de cana-de-açúcar. Não só nessa área, mas esses mega-empreendedores praticam lobies e cartéis pesadíssimos não só no nosso governo, mas também à nível global (veja a Argentina investigando Petrobrás, Shell, Exxon…).

    É ridículo achar que isso faz bem para o brasil… para nosso povo que, só assistir ao vídeo acima, vemos que o nordestino (dentre outros migrantes) são importantíssimos para a produção do estado de São Paulo, mesmo assim seu povo continua com um estúpido preconceito, mais conhecido como racismo…

    Nós somos podres… ridículos… cegos… hipócritas… merecemos a desgraça que temos! Terra de bandido!

    Povo brasileiro é povo de merda! É inculto! Pobre de espírito! Um camponés no interior do Pará dá uma aula de moral e bons costumes para qualquer PHD do estado de São Paulo!

    Nasci na capital Paulista… morei em 6 estados brasileiros… e desisti daqui… tirei minha cidadania europeia e estou indo embora… sem sentir saudades!

  15. Olá Ricardo: às vezes sinto que me falta alguma coisa para te entender. Dizes muito com o qual concordo, ou senão concordo, consigo entender, e respeito a tua opinião. Mas decididamente não dá para entender porque NÓS somos podres, ridículos,cegos, hipócritas, quando é a humanidade inteira que é assim, com poucas honrosas exceções em qualquer parte do mundo.São circunstâncias e não qualidades intrínsecas de populações inteiras que fazem um ou outro Estado ou região apresentar ou aparentar uma cara mais civilizada. Então, até concordo que tu queiras viver onde essas circunstâncias estão sendo mais favoráveis, e poderás te sentir, digamos, numa atmosfera mais digna. Mas daí a considerar que os brasileiros em sua maioria não prestam é, em princípio, rejeitar a si próprio, porque nascestes brasileiro. Eu prefiro viver no sul-sul, antes de mais nada me identifico com os gaúchos brasileiros, uruguaios e argentinos patagônicos, como eu, reconhecendo que temos muitos defeitos (mania de mando, orgulho exacerbado, falta de flexibilidade etc) e também muitas qualidades (dignidade,rejeição à falsidade, apego à terra etc) na sua maioria. Mas, quando morei fora (Canadá, Porto Rico, EUA, México),e quando viajei para fora (todos os países da América Latina e Caribe, Portugal, Espanha, Líbia, Russia, Bangladesh e Vietnan), encontrei gente e grupos admiráveis, e gente porcamente imunda em todos os lugares. Abraços

  16. Maria… este post é antigo, não sei se você irá ler.

    RS, PR e SC não são Brasil. Estão acima. Você só irá entender se morar efetivamente no Brasil. Já morei em SC, minha família é de lá (o ascendente italiano veio pelo RS e a família foi subindo…).

    Vocês tem mais cultura, mais unidade… o jeitinho-brasileiro que é o ícone da nossa pobreza de espírito é internacionalmente caracterizado pelo carioca de chapéu branco. E não o gaúcho de galochas!

    SP detém a maior economia e com isso a arrogância, a xenofobia, a eugenia… em níveis que causam mais asco do que os EUA.

    Eu sei que há maçãs podres espalhadas em todos os continentes. Só quero achar um lugar que isso seja excessão, e não a regra!

    [ ]s

  17. Sabe Ricardo, nós dois já brigamos muito aqui no Max, hoje consigo te entender em certas coisas e te admiro, algumas coisas concordo com você, São Paulo e Rio de Janeiro na maioria discriminam o povo nordestino, e esse mesmo povo foi quem alavancou o eixo Rio-São Paulo, infelizmente nesse país sempre vivemos em função do Rio e São Paulo, agora finalmente e pouco a pouco as coisas estão mudando nesse sentido.
    Existe uma música (se não me engano é do Olodum) que diz em uma frase: "pro Nordeste o país vira as costas", infelizmente ainda a maioria do país ainda vira as costas para o nordeste, o sul é maravilhoso, mas tem muitos ainda que costumam dizer que o restante do país trabalha para sustentar os nordestinos.

    "Um camponés no interior do Pará dá uma aula de moral e bons costumes para qualquer PHD do estado de São Paulo!"

    Concordo com isso que você falou, tanto o norte e tambem para mim o nordeste tem mais moral e bons costumes que a maioria do restante do país.
    Mas claro que não podemos generalizar.

    Um abraço meu amigo

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