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O Banco, os Chineses e a África

Eis uma notícia que deveria fazer reflectir.

Um estudo da sociedade Fitch revela que ao longo dos últimos dez anos o Banco Export-Import chinês (Exim Bank) emprestou 67,2 biliões de Dólares às mais pobres regiões da África, nomeadamente a zona sub-sahariana.

Qual é o espanto? Cá está: no mesmo período, o Banco Mundial emprestou 54,7 biliões de Dólares, muito menos do que o banco chinês.

Os Países interessados são os seguintes:
Angola
Etiópia
Nigéria
Sudão

E nos últimos tempos foram envolvidos também outros Países, de forma que o empenho do Exim Bank aumentou de 12,5 biliões de Dólares.


Coisa interessante, são os mesmos Países que preferem o dinheiro de Pequim: as condições oferecidas são mais vantajosas, as taxas de juros são mais competitivas, os prazos para os pagamentos resultam ser mais flexíveis, os empréstimos são destinados à criação de importantes infraestruturas. Por isso os governos locais preferem o banco chinês em detrimento do Banco Mundial ou do Fundo Monetário Internacional.

Não só, mas com o fim do ano 2009, 35 Países africanos obtiveram a anulação das dívidas que tinham contraído com Pequim, um total de 30 biliões de Dólares.

Depois aqui continuamos a falar do mórbido neo-colonialismo chinês.
Sem dúvida o Exim Bank não faz nada em troca de nada, sem dúvida os Chineses ganharão com estas operações. Tudo verdadeiro, tudo correcto.

Mas não será o caso de perguntar como é que os mesmos Países desfavorecidos escolhem a ajuda chinesa em detrimento daquela do Banco Mundial, cuja missão, como lembra Wikipedia, “é a luta contra a pobreza, através de financiamento e empréstimos aos países em desenvolvimento”?

Como é possível que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional invistam menos do que um único País?

Ipse dixit.

Fontes: Movisol via Stampa Libera, Wikipédia