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Profecias para 2012

Informação Incorrecta, em antevisão mundial, apresenta as quadras do célebre profeta Trastornamus, recentemente reencontradas após séculos de pesquisa.
Lembramos para os mais distraídos os dados biográficos essenciais (para mais informações pode ser consultada a respectiva página de Nadapédia).

Trastornamus, vivido na França do séc. XVI, era um afastado primo do mais conhecido Nostradamus e, como ele, praticava a arte da medicina enquanto nas frias noites do Inverno costumava prever o futuro.
A esse respeito temos as duas primeiras quadras (as únicas não rimadas) que bem ilustram o método de Trastornamus:

I
Estando à noite no secreto quarto
sozinho, apenas com o gato,
débil chama que sai debaixo da mesa,
que fizeste, ó estúpido felino?

II
Apagado o fogo volto a sentar-me,
a roupa e os pés agora molhados,
Medo e voz vibram nas mangas,
agora entornou o brandy, o desgraçado.

É evidente que o Mestre utilizava meios desconhecidos para alcançar um estado mais elevado de percepção e pôde assim observar as coisas que ainda não eram realidade.

A seguir uma selecção das quadras mais significativas pois relativas ao novo ano, 2012.
Por cada quadra é reportada a tradução do texto original (em Francês mas com muitos termos exóticos) e a respectiva interpretação.

A numeração segue a original do Mestre.

XI
Janeiro terá dias trinta,
Fevereiro só vinte-nove,
Os outros meses têm pinta,
Trinta-um ou um mais vinte-nove

Interpretação: Na primeira quadra o Profeta antecipa a duração dos vários meses ao longo de 2012.

XVII
Chora Lisboa, chora Madri,
Chora Atenas, chora Roma,
Chora Washington, chora Pequi, 
riem pouco Paris e Rama.

A crise económica continua nos Países ocidentais mas atinge também o Oriente (a China). Novos Países europeus são afectados (Paris) e outros vêem as próprias economias abrandar.

XXIII
Tremam os alicerces,
Aqui e ali, depende.
Ave de metal entre peixes,
No Sul parte-se o alpendre.

Tremores de Terra em várias partes do mundo, pelo menos um avião irá cair no mar, no Sul (dos Estados Unidos?) furacões. É importantes salientar que o Mestre aqui não deu importância às rimas: um sinal ou falta de inspiração?

XXIV
A mentira de Damasco já foi,
As armas que falem, as viuvardes,
A Pérsia é o osso que dói,
Demasiado rijo para os cobardes. 

A propaganda anti-regime consegue precipitar a Síria numa guerra liderada por forças estrangeiras (Onu? Nato?). Conflito sangrento, verdadeira guerra civil. Mas o verdadeiro objectivo é o Irão: o qual, todavia, não será atacado por ser demasiado forte.

XXXV
Nascimento ou Morte?
Boh! Diz o sábio sem sorte.
Mas o que não acaba continua,
E a vela ainda arde na rua.

Segundo os estudiosos, esta quadra fala de 2012: será este o fim do mundo? Jackson faz notar que a vela “ainda arde”, pelo que o mundo parece não acabar. As vozes de destruição e apocalipse não têm fundamento.

XXXVII
Chegar ou não chegar,
Este é o problema, ao céu perscrutar.
Não chegar? Perderam-se os visitantes.
Não faz mal, já somos sete, nós parasitantes.

Esta quadra divide os estudiosos. Segundo McIntosh, o assunto aqui são os extraterrestres que poderiam chegar em 2012. O profeta dá até uma explicação: não chegam porque perderam-se no espaço. Mas não é um problema, pois na Terra já há gente a mais.

LVII
Ahi terra lusitana! Ahi!
Ahi? Ah. Ahah. Ahahahah.
Ahahahah. Ahahahahah.
Ahahahahahahahahahah!

Situação complicada em terra Lusitana (Portugal) ao longo de 2012, com tomada de medidas que prejudicam a situação económica e social. De retoma nem a sombra.

LVIII
Enche, enche meu dragão!
Os outros não podem,
das compras o apagão
Casa não, obrigado, já tem.

Quadra equívoca. Segundo o jornal A Bola pode referir-se à situação do Dragão (a equipa futebolística da cidade do Porto), que, apesar das muitas “casas dos dragões” (lugares de encontro dos adeptos), não consegue encher o estádio por causa dos escassos resultados desportivos. Segundo Kennedy, o sujeito seria Pequim (o Dragão chinês), cuja bolha económica cria preocupação, alimentada pela queda das compras dos produtos exportados.

L
O pacífico preto irlandês não ganha,
demasiado fraco, amigo do potente,
a economia do país em banha,
até o cão luso parece mais inteligente

O “pacífico preto irlandês” é neste caso o Presidente Barack Obama que perde as próximas eleições. Uma política fraca contra os potentes não ajuda a economia dos Estados Unidos, até o seu cão português parece mais esperto.

LIII
Ahi que dor no meu corpo!
Uma doença? Pode ser.
Mas algo está torto.
É inventada? Podes crer.

Ao longo de 2012 surgirão alarmes para uma nova doença (ou o regresso duma antiga) que ameaça uma pandemia. Mas tudo não passa de falsidade.

LVII
Ausónia está condenada,
falta o leite para mamar,
por criminais é governada
as armas voltam a falar.

A situação de Italia (a antiga Ausónia) piora, os cidadãos obrigados a demasiados sacrifícios. Os políticos são culpados e pode voltar a ameaça terrorista de origem interna.

LXI
Os Mayas contaram
os tempos esgotam 
os dias acabaram
mas outros começam

O ano 2012 não será o fim do mundo: o calendário dos Maya acaba um ciclo mas começará outro.

LXIII
O país do pau tem ouros escondidos
os outros têm falta e isso preocupa
alguém faz planos, deseja os pretendidos,
cuidado amigos! Que alguém depois ocupa

O País do pau pode ser o Brasil (“brasil” era o nome duma árvore). Os “ouros escondidos” são provavelmente as riquezas do País, entre os quais o petróleo. Este é de facto riqueza, mas pode também desencadear perigo para a jovem democracia brasileira, pois há quem queira entrar na sua posse.

LXVIII
O que estava unido já não será,
os irmãos litigantes não encontram saída
o velho brilhante enfim voltará,
a unidade em dois ou em mais partida.

A chave para interpretar esta quadra é provavelmente “velho brilhante”. Se aceitarmos a ideia de Milton, que traduz com “antiga moeda”, então pode referir-se à união monetária europeia, que será quebrada em duas partes ou até desaparecerá ao longo de 2012.

LXX
Fujam, fujam gentes de Zumor,
nada de bom pode chegar,
ataque ou armadilha, muito rumor,
a águia gritar, o golem atacar

A dúvida é o termo “Zumor”. O Ansaldo traduz como “Ormuz”, no qual caso a quadra poderia indicar problemas no estreito do Golfo Pérsico. Haverá um problema, ou verdadeiro ataque ou ataque de falsa bandeira: os Americanos (a águia) denunciam o acto (das forças iranianas?), enquanto israel faz planos de guerra. 

LXXIV
No corno há fome avançada
o leão tem miras escondidas
fala de paz a língua bifurcada
prepara a guerra em vez das ajudas

Se o “corno” for o Corno de África, então a quadra pode indicar planos da Inglaterra (o leão) para ocupar um dos Países da zona (Etiópia, mais provavelmente Somália). 

LXXV
Das estepes o tirano de volta
doma os rebeldes, prepara o regresso,
o antigo ressurge, a glória envolta,
águia observa, chora o insucesso.

Putin é, evidentemente, o “tirano”, embora Shalcke prefira ver nele uma figura ainda desconhecida. Seja como for, este “tirano” prepara o regresso da Rússia como potência: em primeiro lugar derrotará os rebeldes pagos pelo Ocidente. A América observa a própria inútil tentativa desestabilizadora.

LXXVII
Águia em baixo, ouro não vale,
tumultos nas muras, esconder não adianta,
rija e severa a resposta do ovale
o sonho já era, seca a garganta.

Fim do Sonho Americano. O Dólar perde valor, o descontentamento é patente mesmo no interior do território dos Estados Unidos. Aumentam os tumultos, aos quais a Casa Branca (o “ovale”) responde com medidas autoritárias mas inúteis e até contraproducentes. 

LXXX
O tempo esgota, já sobra pouco,
o conflito regressa, remédio já usado,
o fado da gente nas mãos do louco,
será imenso fogo, tudo arrasado.

Esta quadra pode referir-se ao novo ano ou a um período de pouco sucessivo.A guerra é utilizada como remédio para resolver uma situação político-económica insustentável. Será um conflito de escala planetária, como os dois anteriores, e terá efeitos devastadores.

LXXXII
O filho do preto aumenta com rapidez,
todos espanta esta escassez,
alguém já tinha avisado,
mas ninguém quis estar preparado.

Se “filho do preto” pode ser traduzido como os produtos do petróleo, então a quadra adquire sentido: o preço da gasolina e do gasóleo aumenta, provocando escassez. Nos últimos anos as vozes de alerta tinham existidos mas não foram ouvidas.

LXXXVI
Acumula e usura, meu pequeno sacana,
o tempo chegou para ti e a tua manada,
apenas os maiores poderão ficar,
os peixes pequenos podem mergulhar.

Acumulação e usura fazem pensar nos bancos. A quadra anuncia a falência de instituições bancárias, até importantes, ao longo dos próximos doze meses. Os bancos aproveitam para reforçar a própria posição de domínio.

LXXXIX
Caem as estátuas, pedaços nas ruas,
o velho morreu, as rainhas estão nuas,
o novo avança mas ninguém sabe ao certo,
o que deixou e o que vem por perto.

As revoltas não diminuem, pelo contrário. Velhos regimes são abatidos, mas o “novo” não é nada claro e as dúvidas instalam-se.

XC
O olho não vê, o cérebro dorme,
antigo espírito enterrado e esquecido
a droga espalhada, um sono enorme,
esperança atingida, pensamento adoecido

Quadra cuja interpretação não é segura. Provavelmente retrata a condição do Homem neste começo do século XXI.

Ipse dixit.
 
Notas: Um agradecimento especial para C. Bruni, tradutora do original francês.

Bibliografia essencial:
As profecias de Trastornamus, Dr. Leonardo, Edições. Cãoesperto, 2011
Trastornamus prevê o futuro?, Dr. Leonrado, Ed. Cãoesperto, 2011
O gato de Trastornamus: patologia dum crminal, Dr. Leonardo, Ed. Cãoesperto, 2012