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Grécia: novos impostos, novos suicídios

Os vampiros da Troika querem novo sangue e pedem para que Papademos afaste 150 mil dependentes públicos. Enquanto isso, novos impostos e preços mais altos. E a Grécia que confirma ser o País com a maior taxa de suicídios. Quem sabe porque.

Os representantes do Fundo Monetário Internacional e do Banco Central Europeu (ontem outra vez em Atenas para controlar o trabalho de Lukas Papademos, o primeiro ministro tecnocrata) pedem explicitamente que Atenas despeça 150 mil funcionários público até 2015, isso para reduzir a despesa pública.

Esta é apenas uma das medidas pedidas, como confirma o ministro da Reforma Administrativa, Dimitris Reppas: a suspensão temporária de 30.000 dependentes do Estado não conseguiu os resultados esperados, porque muitos trabalhadores entraram na reforma antes de ser despedidos. Malandros.
Pelo que agora é a vez dos próximos 150 mil, num País com uma taxa de desemprego de 20%.

Mas as boas notícias não acabam aqui.
A partir do dia 1 de Janeiro entram em vigor novos impostos, o que irá provocar a redução dos rendimentos dos contribuintes gregos. Doutro lado, é explicado, o governo precisa de 2 mil milhões de Euros, por isso…


Trabalhadores e reformados serão sujeitos a uma nova taxa extraordinária, a “contribuição de solidariedade”, que baixará consideravelmente o limiar das isenções e aumentará as quotas anuais para exercer as profissões.
O novo sistema fiscal será muito duro com as famílias numerosas: com três ou mais filhos haverá um imposto adicional sobre os rendimentos, imposto entre 540 e 2.750 Euros anuais.

Não chega? Claro que não. É preciso sofrer, e muito.
As tarefas da electricidade aumentam sensivelmente a partir de Janeiro, embora ainda não seja conhecida a percentagem: no princípio a ideia era duma subida na ordem de 19%, agora aprece mais provável um aumento de 10%.

Continua entretanto a agitação dos órgãos de informação: a partir da 06.00 H. de hoje até a mesma hora de Sexta-feira, os dependentes de televisão, rádio e da agência de imprensa Ape-Mpe não trabalham.

E ainda por definir fica o haircut dos privados: 200 biliões de dívida e 100 biliões dos bancos, um corte estabelecido no passado mês de Outubro e necessário para que possa ser viabilizada a nova fase de ajuda, outros 130 biliões de empréstimo (o que significa: outros 130 biliões de dívida para os Gregos). Hoje todos concordam a decisão de chamar os privados a participar de forma voluntária no corte da dívida foi uma operação de marketing e nada mais. 

Juntamos a queda dos salários, das reformas e a subida dos preços e das tarefas: o resultado é um País onde os suicídios aumentaram 40% nos primeiros 5 meses de 2011. Um aumento num panorama onde, segundo a revista medica Lancet, os suicídios já tinham aumentado 17% entre 2007 e 2009.

Ipse dixit.

Fonte: MegaChip, Il Sole 24 Ore