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Até as eleições

O Presidente Barack Obama decidiu: a sua resposta será “não”.

E que raio. Afinal esta é a América, a terra da liberdade, do velho West, George Washington, Mickey Mouse e Lady Gaga. Um pouco de dignidade.

Da mesma forma, Obama (não acaso Prémio Nobel da Paz) não permitirá que os Estados Unidos fiquem como um campo de batalha: o National Defense Authorization Act não passará. Nem agora nem amanhã. Depois de amanhã é outro discurso, pois no meio estão as eleições.

O Presidente afro-hawaiano-irlandês não quer que os cidadãos possam ser detidos a tempo indeterminado sem acusações nem processo. Isso não é admissível. Sobretudo antes da eleições. A seguir nunca se sabe, que dizer, a vida é assim, não é? “Nunca dizer nunca”.

Por isso, o NDAA foi autorizado pelo Congresso, apesar de violar de forma flagrante os direitos garantidos pela Constituição, mas embateu na muralha presidencial. E ficou claro: em 2012 o NDAA não entrará em vigor. Viva Washington, viva Mickey Mouse!


No entanto o simpático Obama olhou com mais atenção e viu que o documento estava errado.
É o Senador Carl Levin que conta:

A Administração pediu para que a parte que diz que os cidadãos americanos e os residentes legais não fossem sujeitos a esta medida fosse removida.

Em particular, Obama pediu que fosse ré-formulada a Secção 1031 do NDAA FY 2012.

Foi a Administração a pedir para remover a parte original do texto que tinha sido planeada no desenho de lei em comissão…foi um pedido da Administração.

A secção 1031, a parte que trata da reclusão a tempo indeterminado dos cidadãos americanos, não apenas não foi obstaculizada mas o simpático Obama quis ter a certeza que a lei incluísse especificamente os Americanos. Por isso convidou o Congresso ré-formular a secção em questão que agora inclui todos os cidadãos americanos e os residentes legalizados.

Provas? Testemunhos? Habeas corpus? Advogados? Processos?
Coisas velhas, ultrapassadas. Coisas que impedem uma justiça rápida e mais barata. Melhor elimina-las.

“Jura de dizer a verdade, só a verdade, nada mais do que a verdade…” e as testemunhas que perdem um dia de trabalho para falar ao juiz. Uma seca e uma perda de dinheiro dos contribuintes.

“Sou inocente!” e vai uma cacetada nos dentes do contribuinte. Muito mais eficiente. E são satisfações.

Com o National Defense Authorization Act, qualquer cidadão americano suspeito de ter ficado envolvido num acto beligerante pode ser preso e espancado sem limite de tempo.

Por isso Obama já disse “não”. Antes da eleições.
Mas pediu um ré-formulação. Porque as eleições não são eternas.

Ipse dixit.

Nota: as declarações do Senador Levin podem ser encontradas no seguinte vídeo (em inglês).

Fontes: Russia Today