Greve geral: actualização

Dia de greve em Portugal, guerra dos números.

Segundo o governo a adesão foi de 10.48%. Uma estimativa simplesmente ridícula, até hilariante. E isso depois que até o Primeiro Ministro, Pedro Olha o Coelho Que Voa, ter assumido que a greve iria ter “forte adesão”.

Evidentemente os trabalhadores arrependeram-se e decidiram ir todos ao trabalho.
Deve ser por isso que em Almada não há autocarros, metros, recolha de lixo, serviços públicos…

Mas o melhor ainda tinha que vir:

De acordo com a informação disponível na página da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), às 11:30, de um total de 355.305 trabalhadores, 12.800 estavam em greve.

355.305 funcionários públicos? Mas não eram mais de 600 mil? Será que o governo despediu 300.000 trabalhadores ao longo da noite sem avisar ninguém?


Entretanto o ambiente aquece:

  • duas molotov foram atiradas contra repartições do Ministério das Finanças;
  • populares cortaram as linhas de comboio em Sintra e Torres Novas;
  • em Anadia e Penafiel foi a Guarda Nacional Republicana que impediu com a força que populares bloqueassem o tráfego ferroviário;
  • gás pimenta utilizado pela polícia contra um homem de 67 anos em Largo Camões, Lisboa;
  • entretanto, na frente da Assembleia da Republica, 70 elementos das autoridades com escudos, bastões e cães, formaram um cordão para impedir a passagem do manifestantes: 3 os detidos.
  • intervenção também das autoridades em Lisboa, zona Cais do Sodré, para dispersar um piquete que impedia a livre circulação dum autocarro.

Mas no geral o objectivo duma manifestação pacífica foi atingido.

Isso não impediu ao governo declarações no mínimo inoportunas.
Luís Montenegro, líder da bancada social-democrata na Assembleia da República:

O que queremos é ver um país mobilizado não para se manifestar, ainda que possa emitir todas as suas opiniões políticas, mas um país mobilizado, concentrado em fazer o seu trabalho, em ser mais produtivo e em eliminar todos os bloqueios que hoje temos na nossa economia para poder crescer mais e ter mais emprego.

Traduzido: calados e ao trabalho.

E não podia faltar a opinião das Mentes Pensantes em Bruxelas, segundo as quais as medidas de austeridade em Portugal são “muito dolorosas” mas necessárias para garantir ao País “um melhor futuro”.

Com certeza, é só acreditar.

Ipse dixit.

Fontes: Diário de Notícias

4 Replies to “Greve geral: actualização”

  1. É… temos que caminhar para a miséria e morte, calados e sossegados, e se morrermos no local de trabalho atracados a uma qualquer máquina então isso sim… é que é digno de verdadeiros escravos.

    No entanto é com pena que verifico que a MANADA ainda não entendeu que isto não vai lá assim…

  2. Max, eu vi há pouco nas notícias de rodapé do telejornal que o Barroso quer retirar a soberania orçamental a Portugal. Um dia destes estão a substituir o Coelhinho por um estrangeiro 🙂

    Archangel

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