Não é a afirmação dum blog à procura de notícias bombásticas, mas a análise dos homens do Credit Suisse. Gente séria, que não tem vontade de rir. Aliás, quando alguém do Credit começar a rir, logo é multado, mesmo que esteja fora de serviço. Não acaso são Suíços.
Os analistas afirmam que o Euro, tal como ficou conhecido, tem os dias contados. Não meses, mas dias mesmo. Isso não significa o fim do Euro, pelo que podem repor a garrafa de champanhe na prateleira. Significa o seguinte, segundo os homens que nunca riem:
Devem acontecer coisas extraordinárias, e possivelmente não além da metade de Janeiro, para impedir o fecho progressivo de todos os mercados dos Títulos de Estado da eurozona, com a possibilidade que na mesma altura haja ataques especulativos até contra os bancos mais fortes.
Mas porquê? Por causa do caos. A Zona Neuro tornou-se algo de esquizofrénico, com reuniões urgentes uma semana sim e a outra também, com escolhas cada vez apresentadas como “decisivas” que são a antecâmara de novas escolhas ainda mais decisivas, numa dança sem fim no horizonte.
O fecho dos mercados não é um paradoxo, mas a inexorável lógica dos investidores que já não sabem o que estão a comprar:
No curto prazo, isso não pode ser resolvido pelo Banco Central Europeu ou pelos governos de Grécia, Italia ou Espanha. O problema é que os mercados precisam de sinais credíveis sob forma de união fiscal e política bem antes da possíveis modificações dos tratado.
Dito de outra forma: a lenta e pesada máquina de Bruxelas não tem os meios para responder com eficácia e nos tempos que seriam precisos.
Isso porque, acrescentamos nós, o Euro nunca foi pensado para funcionar, sendo outros os verdadeiros objectivos. Mas este é outro discurso.
Sempre segundo os analistas, esta situação implica o fim da maneira como as coisas foram feitas até agora, “aos saltos”, em favor de medidas mais drásticas:
Só nesta altura o BCE estará disposto a fornecer o “ponte” financeiro necessário para evitar o colapso sistémico e pensamos que o debate acerca da união fiscal entrará no vivo já nesta semana, quando a Comissão publicar um novo relatório das três opções para os Eurobond.
Até quando o debate não chegar a soluções concretas, os mercados continuarão a sentir fortes pressões e o paradoxo é que pressão sobre Italia e Espanha pode piorar, apesar das medidas dos novos governos, com rendimentos acima do 9% ao longo dum curto prazo.
Na verdade, será possível observar os rendimentos dos títulos franceses acima de 5% e até os alemães em subida.
Resumindo: o destino do Euro está prestes a ser decidido. E não serão as Mentes Pensantes de Bruxelas a decidir, mas as pressões dos mercados.
Mais uma vez a demonstração de como as escolhas tenham origem na economia e não na política.
Caso ainda haja dúvida.
Ipse dixit.